Entramos na Semana Santa, a semana das grandes contradições, das grandes glórias e das grandes humilhações, dos grandes testemunhos e da imensa traição.
E quando empunhamos aquele ramo simbólico, lembramos a euforia , os gritos de alegria e de louvor da multidão.
Hossana oh! filho de David.
Saúdam o Rei, o libertador, aquele que eles julgam os vai libertar do domínio do povo estrangeiro, que pensam que lhes vai conseguir um reino de abundância, de felicidade, o reino anunciado outrora pelos profetas.
Mas aqui, temos que considerar a primeira contradição: o Rei vem montado num jumentinho que nem sequer lhe pertence.
E depois, a outra grande contradição: os mesmos que o exaltam e aclamam são aqueles que o vão entregar, que o vão acusar de prejúrio e vão ser cúmplices da crucificação.
O Rei, o nosso Rei, é um Rei crucificado, morto mas ressuscitado. E o reino, o Seu reino, está dentro de nós e só será diferente quando conseguirmos ver Deus e observar a Vida despidos da roupagem enganadora com que os tentamos disfarçar para que não os vejamos com a Luz da Verdade.
É este Reino novo, passado pelo sofrimento e centrado na Verdade, que Jesus nos quer oferecer. Um reino de desprendimento, de alegria no dom e na partilha.
É para esse reino que Ele nos convida neste Domingo, de glória e de drama antecipado. Queremos pertencer-lhe?
A escolha é nossa. Queremos um reino terreno, ilusório ou ser testemunhas deste Rei crucificado?
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
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