sexta-feira, 18 de março de 2016

Chuva e não só

Não senti a chuva durante a noite mas quando abri a janela, de manhã, deparei-me com o chão molhado e uma chuva miudinha e persistente.
Fiquei e olhar a chuva que caía e pensando na amálgama de ideias e sentimentos que ela desencadeia na nossa mente. Por um lado, melancolia e tristeza da paisagem; por outro, a graça que a água traz aos homens, que precisam dela.
E depois, água é sinónimo de limpeza e recorda-nos a água que no Baptismo nos limpa do pecado. Também os campos são limpos com esta água que cai do céu e são fertilizados e renovados.
Renovação! eis um termo que nos alerta para a construção que devemos ter feito e estar a ultimar neste tempo de Quaresma. Quando a Páscoa chegar necessitamos ser Homens novos, renovados.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quinta-feira, 10 de março de 2016

A voz do silêncio

Os dias vão passando... lentamente, parece às vezes... muito depressa lamentamos outras...
Estamos no fim da quarta semana deste tempo de Quaresma e quase não demos por isso, não percebemos que o tempo se foi escoando. Daqui a menos de três semanas será a Páscoa.
Mas antes, a grande "semana do silêncio"
Nos fins de tarde destas semanas ainda de Inverno, com uma réstea de sol a lembrar que ainda é dia, é ocasião para apreciar o silêncio e preparar o coração para a semana que nos aguarda, em que se vivem todos os dramas, angústias e dons que Jesus nos oferece.
Aproveitemos o silêncio; calemos na cabeça, as vozes que nos falam, o ruído que nos perturba.
Apreciemos este ambiente calmo e tentemos desenvolver em nós um clima de tranquilidade, propício para acolher Deus e a Sua mensagem.
Deus fala no silêncio. Mesmo quando se cala... Precisamos é de estar despertos, ter o coração aberto, os sentidos atentos. Paremos. Fiquemos diante do Sacrário tentando dizer ao Senhor da Vida  que O escutamos e que temos a certeza que Ele fala mesmo no silêncio.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Amar...como?

" Reconhecerão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros"
Amarmo-nos uns aos outros... como? Que outros? São estas as questões que resumem o problema. É que nós amamos, mas... quem? A família, os amigos, uma ou outra pessoa que entrou no nosso caminho...
Mas Jesus refere-se aos "outros" de uma forma generalizada. Mas, como amar todos os outros? E como mostrar que os amamos?
Esse Amor que tem que ser participação na Caridade do Pai, manifesta-se na disponibilidade, na solidariedade, na alegria, na partilha. Por que não naquele sorriso à velhinha que passa por nós? Por que não naquela ajuda que se dá ao jovem de canadianas com dificuldade em atravessar a rua? Por que não no deixar passar a pessoa mais velha que procura um lugar no autocarro?
Por que não na gargalhada que anima o colega triste e preocupado?
Aproveitemos estes dias de Quaresma que ainda temos para viver e tentemos praticar este amor que nos apresenta como discípulos de Jesus.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

terça-feira, 8 de março de 2016

A Conversa

Há conversas que nos dispõem bem , que como que nos fazem rejuvenescer, que alegram o nosso coração. Outras, inquietam-nos, enchem-nos de preocupações e angústias. Um exemplo disso foi outro dia a conversa com uma antiga aluna. No meio dum despejar de erros e inquietações, uma exclamação dolorida: " o que eu fiz não tem perdão!"
Não vale a pena contestar. Importa sim ajudar a arrumar as ideias, a fazer a distinção entre o pecado e o pecador, entre o erro e quem o comete..
Claro que os erros merecem castigo e há que aceitá-lo. Mas, aos olhos de Deus, o pecador tem sempre perdão, desde que se arrependa. Não é Deus que nos castiga. É a sociedade, a família, até nós mesmos. Deus é Pai e Misericordioso. Estende-nos a mão, acolhe o nosso arrependimento, devolve-nos a Sua graça.
Deus deu-nos o Seu Filho que se ofereceu e morreu por nós. Que mais provas necessitamos para termos a certeza do Seu Amor e do Seu perdão?
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Pára e tenta


Quem não conhece a parábola do vinhateiro e da figueira estéril?
A figueira não dava frutos. Logo, era inútil e o dono da vinha queria cortar a árvore. Natural...
Mas o agricultor, mais experiente e talvez mais caridoso, pediu para não o fazer. Iria tratar, cavar, adubar e logo se veria. Se continuasse a não dar frutos, então haveria razão para a cortar.
Perante qualquer coisa ou alguém que não está de acordo com o que desejamos a nossa tentação é eliminar, afastar, desistir.
Mas o Agricultor ( imagem de Jesus Cristo) aconselha-nos a dar uma segunda oportunidade.  É o que Ele faz e não apenas uma segunda vez...
Mas  claro! não podemos apenas ficar a assistir ao desenrolar dos acontecimentos. Como o agricultor temos que tratar , cavar a terra, adubar... Isto é, ajudar, ensinar, aconselhar...
Depois... porque não pensar que talvez a segunda oportunidade esteja também em mais alguma coisa, numa palavra pequenina mas difícil de pronunciar e mais ainda de viver: perdão ?
Então, Talvez o problema esteja resolvido e não seja necessário qualquer corte.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.


terça-feira, 1 de março de 2016

Julgar pelas aparências

Abri os Evangelhos e deparei-me com o texto de S. Lucas em que ele nos fala do cisco e da trave nos olhos e do modo como é fácil ver um pequeno mal no vizinho e não nos apercebermos do erro enorme que há em nós. Realmente, é muito fácil constatar o que há de errado , de defeituoso, de problemático naqueles ou naquilo que nos rodeia. E, muito difícil olharmos para nós mesmos e reconhecermos o mal que faz parte de nós e da nossa vida e atitudes.
Muito fácil também julgar pelas aparências...
A propósito, lembrei-me dum pequeno vídeo  que nos dá uma grande lição sobre este tema. Um casal com uma filhita foram ao médico e tiveram dificuldade em se sentarem porque ao seu lado estava um jovem que não lhes pareceu ter grande aparência.
Mas a surpresa chegou quando o médico chamou o jovem e o apresentou ao casal como tendo sido o cirurgião que tinha operado e salvo a filha deles.
Terão aprendido a lição? Ela destinava-se a todos os que iam ver o vídeo. Portanto, a mim e a ti também.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.