segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Banco Alimentar

" O pão nosso de cada dia nos dai hoje..."
Esta frase do Pai Nosso martelou-me na cabeça durante este fim-de-semana, dias em que se fazia o peditório para o Banco alimentar.
Centenas de voluntários , espalhados pelos centros comerciais, convidavam os que iam fazer compras a partilhar com os que têm necessidades. E uns davam o que lhes sobrava; outros, o que lhes faria falta; outros ainda, passavam sem olhar.
Não pude deixar de pensar no óbolo da viúva que deitou duas pequenas moedas... tudo quanto tinha. E, por contraste, recordei o jovem rico que se afastou de Jesus com tristeza porque não foi capaz de partilhar os seus bens.
Mas podemos pensar noutros exemplos positivos como o de Zaqueu. Ele apenas queria ver Jesus... Mas, depois de O ver, mudou tudo na sua vida. Restituiu o que tinha tirado aos que havia enganado e deu metade dos seus bens aos pobres.
Foram temas para este fim de semana mas podem, de alguma maneira, preparar a nossa caminhada até à gruta de Belém. 
Ao longo destas quatro semanas vamo-nos despindo dos bens que nos atrapalham; vamos restituindo aos outros aquela alegria , aquela confiança que talvez lhes tenhamos tirado; vamos partilhando o que temos em excesso ou mesmo o pouco que possuímos.
De alma renovada e coração mais livre estaremos em condições de percorrer o caminho que nos leva até ao Natal e responder ao Amor do Menino que nos espera no presépio.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

domingo, 22 de novembro de 2015

Festa de Cristo Rei

Tu és Rei ? perguntou Pilatos
Tu o dizes. - respondeu Jesus. Mas o meu Reino não é deste mundo.
É a afirmação dum Reino de alegria , de paz, de cooperação; dum Reino em que não há atentados, nem provocações nem ameaças.
Mas, neste Reino também há "soldados", a milícia celeste dos Anjos, das Virgens e dos Mártires. Também há "exércitos" de cristãos  que procuram espalhar a Verdade, praticar as obras de Misericórdia, ensinar a Justiça. E aqui, alinham os Dominicanos  com os seus 800 anos de existência a ensinar ao mundo a Verdade do Evangelho, a dar todo o seu esforço por essa Verdade, a entregar a vida pelos Valores do Evangelho.
Uns e outros, Dominicanos ou simples cristãos, como baptizados, têm como "armas" a Fé, a Esperança e a Caridade, que o Espírito Santo lhes depositou no coração.
Uns e outros usam "munições": a pregação, a solidariedade, o testemunho.
" O meu Reino não é deste mundo"... Mas é neste mundo que vivem e desenvolvem a sua actividade os que n´Ele acreditam.
Dia de Cristo Rei! Noutros tempos, a Sé enchia-se do grito de cristãos comprometidos: 
" Abram alas terra em fora..."
Fiz parte desse grupo.
Hoje, precisamos de continuar a gritar que estamos aqui e queremos testemunhar  que pertencemos a esse Reino que começa aqui e tem a sua glória na eternidade.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A vontade de Deus

" Pai , que se faça não a minha vontade mas a Tua ..." foram palavras de Jesus naquela noite terrível de solidão e angústia. Só, inquieto, em oração, enquanto os discípulos, os amigos, dormiam...
Era a angústia de ter que escolher entre a Sua Vontade e a do Pai. Era a tentação de seguir o Seu querer e não aquilo que Deus Lhe pedia. Como Homem que era, tinha a liberdade de todos os filhos de Deus que os cria livres.Podia ter feito outra opção que não a que se traduzia em entrega, paixão e morte. Mas não quis.
Cada um de nós, ao rezar o Pai Nosso, repete este pedido..." Seja feita a Vossa Vontade..." , a vontade do Pai.
Mas nem sempre é fácil conhecer esta Vontade muito embora Ele no-la mostre na oração, nos sinais dos tempos, na vontade dos outros. Mas, mais difícil ainda é ser fiel, é cumprir essa Vontade. Mas, Deus não nos salva sem a nossa colaboração e para isso, nos oferece o Seu amor misericordioso de Pai.
Estejamos atentos e tenhamos tudo isso presente quando dissermos Pai nosso...
  Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Dar...

Jesus estava junto à caixa das esmolas e observava os que iam deitando as esmolas.
Uma pobre viúva veio e deitou duas pequenas moedas. E o Senhor elogiou-a não pelo valor da esmola, que era pequeno, mas porque ela dera tudo quanto tinha.
Quando dispomos do nosso tempo, quando ultrapassamos as nossas faltas de entusiasmo, quando esquecemos os nossos afazeres, para escutar, dar um conselho, ouvir uma palavra de preocupação, não estaremos a fazer como a viúva, a dar tudo quanto temos?
Nem sempre possuímos muito para dar; nem sempre nos é fácil sair da nossa zona de conforto para ir ao encontro dos que precisam de nós; nem sempre nos disponibilizamos para ultrapassar os nossos cansaços, os nossos trabalhos, as nossas dores; nem sempre estamos dispostos a escutar, apoiar, dizer a palavra certa no momento oportuno.
Mas quando o fazemos... não estamos a ser imagem da viúva pobre que deu tudo quanto tinha? Também somos pobres e fazemos um esforço para dar... mesmo o que não temos: tempo, alegria, entusiasmo...
Ela confiou ! 
Porque não pensamos que aqueles minutos que oferecemos, aquelas palavras que procuramos para curar uma ferida, aquele trabalho que deixamos de fazer, terão, junto do Pai, a sua recompensa?
Nosso Senhor não elogiou o presente insignificante da viúva?
É tudo uma questão de perspectiva... 
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.