quinta-feira, 31 de maio de 2012

Contradições e interrogações

Por acaso e curiosidade folheei a revista, de um destes domingos, do diário "correio da manhã". Encontrei de tudo: da Fé em Fátima ao futebol mundial; dos problemas da política às questões da pedagogia; dos dramas da pesca do bacalhau às curiosidades de todos os tipos.Mas um artigo chamou a minha atenção: um anúncio no facebook solicitando dadoras de óvulos para clínicas de reprodução assistida.
Li o artigo e fiquei a saber que são sobretudo universitárias que se apresentam para esta doação; que recebem 600 € para " compensação por transtornos causados"; que muitas jovens se oferecem numa atitude de solidariedade para com outras mulheres que não conseguem ter filhos; que o processo de doação de oócitos é bastante invasivo e nem sempre isento de consequências desagradáveis."
Li e fiquei a pensar em tudo isto: nas mães que não conseguem sê-lo e naquelas que se desfazem do bebé que está desenvolver-se dentro delas; numa sociedade que paga para ter dadoras de oócitos e num Estado que gasta milhares para se desfazer de crianças que as mães não querem.

Há qualquer coisa que está errada neste "novo mundo " moderno que se afastou da Verdade  e se esqueceu dos valores morais, deontológicos e cristãos que o nortearam.
Há qualquer coisa que não está bem e em que temos que refletir seriamente.
O mundo evoluiu, a ciência desenvolveu-se, o prazer tomou o lugar do Bem... Mas se Deus continua presente nas nossas vidas, a Verdade e os Valores permanecem.não podemos passar ao lado de realidades que chocam com as nossas convicções e com princípios que constituíram o nosso "ontem" e deviam permanecer no "amanhã".
Não vamos negar o valor da ciência; não podemos opor-nos ao evoluir dos conhecimentos nem negar as descobertas científicas. Mas também não podemos esquecer o lugar de Deus e querer que o conhecimento substitua o Ser por excelência .
Queixamo-nos que o Mundo vai mal, que a Vida está difícil...E já parámos para pensar em que medida contribuímos para este mal? Já refletimos que, às vezes, o não fazer nada é sinónimo de deixar avançar o que não está bem?
Tentemos ser o testemunho duma Vida que se vive em Verdade e se transmite em Alegria e Paz.

                                                                                             Ir. Teresa de Carvalho Ribeiro

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Solidariedade

Assistimos nestes dois últimos dois dias a uma autêntica manifestação de solidariedade ( a palavra moderna que substitui a evangélica Caridade).
Com mais ou menos dificuldades, os portugueses participaram na campanha que lhe foi proposta pelo Banco Alimentar contra a fome. E muitos bens essenciais foram recolhidos e organizados por milhares de voluntários que ofereceram o seu tempo e as suas forças. Também lá estiveram os nossos alunos e professores...
Foi bonito de se ver e, certamente, aqueles a quem o pão falta agradecem do coração.
Mas a mim, também se me impôs um outro pensamento: E onde estão os "donos da riqueza" deste país?
Como contribuíram aqueles a quem nada falta e anunciam despedimentos e encerramento de empresas?
Qual foi a participação dos "senhores dos bancos"?
Não sou defensora duma sociedade sem classes nem duma distribuição equitativa dos bens. Reconheço a diferença entre os Homens e a necessidade de valorizar, diferentemente, diferentes valores e capacidades.
Mas...abro os Evangelhos e leio: " Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei" ; folheio os Atos dos Apóstolos e verifico que eles " vendiam o que tinham e partilhavam por todos "...
E quando rezo o Pai Nosso, estou a afirmar que todos somos irmãos...
Que estes gestos de solidariedade sejam testemunho duma autêntica fraternidade entre os homens  e que a alegria da partilha faça parte do dia a dia de todos aqueles que acreditam que podem modificar o Mundo!

sexta-feira, 25 de maio de 2012


Fomos ontem a Fátima com os alunos. Vamos todos os anos, nesta altura do mês de Maio.

O mês de Maio é um mês muito especial. Parece que nos esquecemos de dificuldades e preocupações, de arrelias e inquietações. É que a chegada do mês de Maio, é  o prenúncio de que o verão está a chegar, que o calor vem aí, que as férias não estão longe.

Maio é tempo de festas, de música, de convívios!... É altura em que mais se manifesta alegria, satisfação, felicidade. Começam-se novas relações , programa-se o tempo livre, projeta-se o que vai ser, vive-se a alegria do “novo” que chega cada ano.

Mas temos que nos lembrar que Maio é sobretudo, para nós cristão, e não só, tempo de milagre, de aparições, de dádiva.

Foi em Maio que Fátima se tornou “Altar do mundo”; foi em Maio que o Papa João Paulo II nos visitou para agradecer à Senhora do Rosário ter-lhe salvo a vida; é em Maio que milhares de pessoas se reúnem em Fátima para rogar e para agradecer; foi em Maio que Maria pediu aos pastorinhos que rezassem  o terço pela salvação do mundo.

E nós, que estamos num Colégio Dominicano, não podemos esquecer este pedido.

Até porque, muito antes de Nossa Senhora aparecer em Fátima, já os Dominicanos espalhavam, entre os crentes e os menos crentes, esta devoção ao Rosário.

Tenhamos presente esta tradição Dominicana e este pedido que Maria fez  às crianças, para que a guerra acabasse e a Rússia se convertesse.

Eram três crianças mas entenderam. Compreenderam que o fim da guerra ou a conversão da Rússia eram etapas duma grande caminhada que todos temos que fazer, a nossa própria conversão.

Fomos a Fátima! Cantámos, rezámos, participámos na Eucaristia…

Junto de Maria pedi para estarmos de coração liberto e podermos ouvir o apelo que nos é feito, como ao jovem rico: Queres ?...

                                                                 Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro