terça-feira, 30 de outubro de 2012

A vida na Terra

Ao abrir um album de recordações antigas, deparei-me com um texto escrito, em 2005, por três alunos do 7º ano: Andreia Costa, Teresa Dias Agudo e Pedro Miranda. Resolvi transcrevê-lo porque achei engraçada a maneira como eles apresentavam as questões e, ao mesmo tempo, constatei a verdade do que diziam.
"Existência de vida na Terra 
Já pensaste porque é que podes viver neste planeta? Queres que te diga? Então, cá vai...
Parece impossível, mas 70% do nosso planeta é água. A água é muito importante porque sem ela não conseguíamos viver; ela constitui também 70% da massa do organismo. Também sem água, as plantas não conseguiriam fazer a fotossíntese e nós não teríamos oxigénio para respirar.
Sabes o que é a fotossíntese?
É o fenómeno pelo qual as plantas absorvem o dióxido de carbono (pelas folhas) e juntamente com a água e os sais minerais ( absorvidos pelas raízes) libertam oxigénio.
Mas não é só isto que faz com que possamos viver na Terra. Também temos a luz que age sobre os seres vivos de três formas:
     . Influenciando os seus períodos de actividade;
     . Influenciando o seu comportamento;
     . Influenciando a sua distribuição geográfica.
E a temperatura, que é muito importante porque actua também sobre os seres vivos, especialmente, no caso dos animais, sobre o comportamento.
Sabes que a atmosfera é a camada de gases que protegem a Terra, ajuda-te a manter quente à noite  e, de dia, protege-te do calor demasiado, da luz solar intensa e das perigosas radiações ultravioleta?
O dióxido de carbono desta camada é importante porque sem ele não havia fotossíntese e nós não tínhamos oxigénio. E  sem ele, não podíamos respirar.
Por isso, é que se pensa que só existe vida neste planeta, porque é o único em que , parece! existem condições para a existência de vida mas... não te fies, olha que podem existir ET`s!...
P.S. Não te esqueças de poupar àgua; ela é essencial à vida."

Eram três jovens que tentaram transmitir o que tinham aprendido.Ao mesmo tempo, remetem o nosso pensamento e os nossos conhecimentos para realidades mais profundas e transcendentes: o degelo a ocorrer nos polos, o buraco do ozono, a poluição atmosférica, terrestre e marinha, etc..
Eles falam da importância da água, recomendam mesmo que não se desperdice; chamam a atenção para a função da temperatura e o papel da atmosfera.
Não entraram nos grandes problemas mundiais e suas causas porque eram demasiado novos para tratar deles e os explicar. Mas nós, adultos, estamos conscientes de como a acção do Homem pode modificar a Natureza, destruir ecossistemas, alterar condições atmosféricas... E, como tudo isso afecta, mais cedo ou mais tarde, a vida no nosso planeta.
Os cientistas estão muito ocupados em procurar vestígios de Vida em outros planetas... É missão da Ciência: saber mais e melhor.
Certamente também estão preocupados com o que se passa na Terra...
E nós?
Quando há furacões, sismos, inundações, não culpemos Deus. Ele simplesmente deu ao Homem a liberdade de escolher o que é Bem ou o que é Mal.
Peçamos-Lhe, sim, que nos ilumine e nos ajude a escolher o que é melhor.
                                 Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
  
 
 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ser cego e ver

O Evangelho de ontem contava a cura daquele cego a quem a Fé permitira a Jesus que lhe restituísse a visão. O sacerdote, na homilia, ligou esta cegueira com outros tipos de cegueira que se encontram nos homens e falou em Gandhi e Luther King porque ambos, lutando pela liberdade e igualdade para todos, nos seus países, duma forma não violenta, diziam dos seus compatriotas: "eles são bons mas estão cegos".
Estas cegueiras também nos afectam a nós, muitas vezes: quando não queremos ler nos acontecimentos a vontade de Deus; quando não queremos aceitar a opinião que choca com a nossa; quando evitamos ouvir a palavra amiga que nos chama à razão, porque estamos errados; quando insistimos na ignorância dos factos... mesmo quando não queremos apreciar a beleza da Natureza que nos traria a calma e a tranquilidade de espírito. Não é verdade que muitas vezes sofremos de "cegueira" e não nos queremos tratar? Aliás, "não há pior cego do que aquele que não quer ver..."
E o pior ainda, é que queremos guiar outros "cegos" como nós. E um cego a guiar outro cego não pode ser ben sucedido na sua caminhada. E, menos ainda quando essa caminhada é um percurso de Fé.
O cego do Evangelho foi curado não porque era especial, porque o conheciam, porque teve alguma "cunha" ou alguem influente intercedendo por ele. Muito ao contrário! A multidão que rodeava Jesus pretendia afastá-lo porque era incómodo, porque gritava algo que eles não entendiam mas em que ele acreditava : "Jesus Filho de David..."
O cego foi curado porque, antes de tudo, tinha acreditado: "A tua Fé te salvou", disse-lhe Jesus.
Ele era cego mas "via", para além do imediato, do tangível. Ele acolhia o transcendente, aquilo em que só podemos acreditar pelo coração, com a Fé.
Não queiramos continuar "cegos" . Procuremos alimentar a nossa Fé nos pequenos como nos grandes acontecimentos, acreditando que Deus está lá e é na Fé que nos pode curar.
                                        Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
 

sábado, 27 de outubro de 2012

A paciência... na agricultura e na vida


No Evangelho de hoje contava-se a parábola da videira que não dava frutos há três anos e que o dono das terras queria cortar para não estar a ocupar espaço.
Até parecemos nós a resolver, rapidamente, o que nos incomoda...
Simplesmente, na parábola, há um agricultor paciente que acreditava ainda nas possibilidades da videira e pede mais um ano ao dono do campo. 
Este agricultor é, para nós, o símbolo da paciência, da esperança, da compreensão, relativamente àqueles que não querem ouvir e pôr a render os seus dons. Não produzem fruto.
Mas o agricultor, o Pai, cheio de paciência, de carinho, de amor, não desanima, não abandona, não entrega cada um à sua sorte. Continua cuidando daqueles que são os Seus filhos e com quem Ele quer contar.
A videira que não dá frutos não seremos nós, que tantas vezes não nos esforçamos para sermos melhores, para darmos frutos de santidade? Dessa santidade que nos é pedida por Jesus "sede santos..." e é o nosso objectivo de vida...
Mas o agricultor também muitas vezes somos nós, quando temos ao nosso lado jovens e adultos que precisam do nosso incentivo, do nosso apoio, do nosso testemunho, para darem fruto. E aí é que tem que estar a nossa paciência, a nossa perseverança, o nosso amor e pô-los ao serviço deles.
Não será que muitas vezes fazemos antes o papel do dono do campo? Se não destruímos amigos e conhecidos, abandonamo-los, porque não temos calma nem paciência para esperar.
Não temos calma nem paciência para aguardar que a nossa palavra e o nosso testemunho cheguem ao coração dos que precisam de nós.
Não temos calma nem paciência para acreditar que vale a pena, que o fruto pode tardar, mas chega.
E, da mesma maneira, é preciso termos paciência connosco, para os nossos pequenos e grandes defeitos, que temos que corrigir, para tudo aquilo que nos impede de crescer na graça.
Tenhamos paciência e a certeza que vamos ser capazes de desenvolver as nossas qualidades , as nossas aptidões, que são DOM e vão frutificar.
                               Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Chuva na quinta!

Está a chover. Olhei pela janela da "floresta" para o arvoredo até à "presa".
A chuva parece lavar meigamente as folhas das árvores e, de onde em onde, deixa uma poça no chão, lembrando a irregularidade do terreno.
Bate levemente nos vidros das janelas como a chamar a atenção para a sua presença nas nossas vidas.
As "presas" vão-se enchendo lentamente.
Na rua, não passa ninguém. Apenas os automóveis, mais devagar que habitualmente, porque o piso está escorregadio.
Os agricultores devem estar contentes com esta promessa dos poços, represas e nascentes voltarem a ter água e poderem alimentar campos e gentes. Talvez também as nossas nascentes voltem a ter água em abundância. É uma esperança...
Mas as flores, essas, dobram tristemente as suas corolas vergando ao peso dos pingos de chuva.
Nem tudo pode agradar a todos !
A mim, neste momento, esta chuva, de pingos mais ou menos grossos, lembra-me lágrimas: de tristeza, de fome, de dor... Faz-me pensar nos que não têm Fé, não têm Paz, não conhecem a Alegria.
A chuva, deprimente, vai continuando a cair, impedindo que gozemos a tranquilidade da quinta, que os jovens se distraiam jogando à bola, brincando à "apanhada", andando de baloiço.
Lembro-me dos meus tempos de adolescente em que, em dias de chuva, atravessava o Jardim da Estrela, metendo os pés nas poças e pisando as folhas secas. Mas , nessa altura, a chuva ainda não representava para mim a alegria das barragens cheias nem a tristeza dos que não têm lar. Não interiorizava os benefícios ou os prejuízos que a chuva pode acarretar.
A chuva é uma necessidade; marca uma época do ano; devemos agradecê-la a Deus. Mas, ao mesmo tempo, lembrar aqueles a quem ela prejudica, que não têm abrigo, que trabalham, mesmo debaixo de chuva.
E isto, para não falar em inundações, nos maremotos ou nos leitos dos rios a transbordar.
Tudo compreensível! Tudo necessário! Tudo fazendo parte do plano de Deus e da acção do Homem. Tudo só aceitável se temos Fé e acreditamos que "nada acontece por acaso"  e que "Deus não nos pede nada acima das nossas forças".
A chuva continua a cair, agora com mais intensidade. E eu continuo olhando e pensando em mil coisas, alegres e tristes, e agradecendo ao Pai esta chuva que estava a fazer falta.
                                                                  Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Em torno da Santidade

Sempre gostei daquilo que li de Paul Claudel. Pareciam-me palavras de grande transcendência mas, simultaneamente, de imensa simplicidade.
Li algumas coisas quando era muito nova e talvez não tivesse entendido até ao fim a mensagem que elas procuravam transmitir. Mas isso, não me impedia de gostar e de aproveitar.
Trago sempre por perto aquele poema a Nossa Senhora, que procuro interiorizar: "Não tenho nada a pedir, nada para dar...".
O que só recentemente soube foi que ele se converteu aos 18 anos, num Dia de Natal e levou quatro anos lutando entre o apelo de Deus e as suas convicções passadas. Talvez daí a interioridade e ao mesmo tempo a complexidade dos seus textos.
Um dia destes li um excerto duma carta dele para Louis Massignon em que diz: " Eu bem sei que é pela santidade que servimos Deus mais do que por qualquer talento ou pela ciência humana..."
E aqui, fiquei a pensar se concordava com esta afirmação, assim sem mais. É que não sei bem se ser santo é um "serviço" prestado a Deus. A santidade é o nosso objectivo último, a correspondência ao pedido de Jesus: "sede Santos como o vosso Pai é Santo!"
E como se consegue atingir este objectivo?
Pela oração, dizem os místicos, os crentes... Mas, não só, acho eu. Santa Teresa até dizia que para ser santo era preciso apenas Amar muito... E nesse Amor, está contida a adesão da nossa vontade à vontade do Pai, o testemunho da nossa Fé, a vivência quotidiana da correspondência ao apelo de Deus. E isto, como se realiza?
Talvez aqui venha a propósito a continuação da carta de Paul Claudel "... cada um faz o que pode e usa o que tem". Então, ponhamos a render os nossos talentos, utilizemos os nossos conhecimentos, empenhemo-nos no nosso trabalho, digamos  a palavra certa no momento oportuno, olhemos com carinho o Amigo que precisa de nós, testemunhemos a alegria de viver, procuremos a adesão ao lado bom das coisas, vejamos em tudo e em qualquer circunstância, o olhar amoroso do Pai.
E tudo isto é o que "nós temos" ( ou devíamos ter ) e é com os sucessos e fracassos que temos que atingir a meta a que somos chamados. A santidade não a encontramos e "vestimos" já pronta. Construímo-la, passo a passo, e é nesse  esforço  do dia-a-dia que temos que nos empenhar com entusiasmo e alegria.
                                                          Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
 
 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Fazer missão...ser missão

No domingo celebrámos o Dia Mundial das Missões. E, ao fazê-lo, não pude deixar de pensar naquela passagem do Evangelho em que Jesus envia os discípulos, dois a dois, a evangelizar as gentes do seu tempo.
Mas missionar, evangelizar, não significa apenas ida, tal como não se limita a ser ocasião de uma oração mais intensa ou duma esmola mais avultada, nesse dia.
Por coincidência, ou não, estiveram na nossa capela uns jovens, "Voluntários de Teresa de Saldanha", a vender coisas para conseguir fundos, fundos esses destinados à sua ida para Timor, como voluntários, em missão. Mas os que compraram, os que contribuíram, também tiveram a sua quota parte na Missão.
Porque, como lembra o Santo Padre, ser missionário é olhar para o outro e transmitir-lhe o nosso dom: o amor, o afecto, a disponibilidade, o conhecimento.. É estar presente. E não só lá fora, em terras chamadas de Missão, Também aqui, no nosso ambiente, na nossa casa, no nosso trabalho.
O testemunho do Evangelho, do Amor do Pai por nós, da Sua condescendência, do Seu perdão, devem fazer parte do dia-a-dia de todo o baptizado, de todo aquele que é, por excelência, o portador da Verdade, que recebeu e deve transmitir aos outros.
Dia Mundial das Missões! dia de todos nós , os baptizados, a quem foi entregue a missão de testemunhar a Fé, difundir a Palavra, transmitir o Amor.
Que esta nossa preocupação não seja apenas num dia especial, o de ante-ontem, mas nos acompanhe hoje e sempre.
                           Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

domingo, 21 de outubro de 2012

Liberdade para todos?



 
Quando saímos para ir à Missa, quando passamos por uma Igreja e entramos, para rezar, quando trazemos uma cruz ao peito ou um rosário na carteira, achamos isso a coisa mais natural do mundo. Será que, naturalmente, nos passa pela cabeça que isso podia não ser possível; que há países do mundo em que ser cristão continua a ser uma "aventura" de consequências mais ou menos dramáticas?
Claro que os mais velhos ouvimos falar nisso quando da 2ª guerra mundial... Mas era a perseguição aos judeus, orquestrada pelos alemães. Outros tempos!... Outras ideias!... pensamos nós. Mas é agora, nos nossos tempos, com as nossas vivências e ideias de democracia e liberdade quse as coisas continuam a acontecer.
Na China, por exemplo, as autoridades policiais perseguem e prendem os cristãos que manifestam a sua fidelidade ao Papa e à Igreja de Roma. Durante as últimas décadas, dizem as estatísticas, milhares de cristãos, sacerdotes e Bispos têm sido presos, torturados, mortos, desaparecidos...
Tem sido uma história de sofrimento, de dor, mas também de coragem e fidelidade que tem dado lições ao mundo e que muitos desconhecemos.
Mas não é só na China. Em países muçulmanos do Oriente o ódio aos cristãos faz cometer atrocidades. Recentemente, um imã duma mesquita queimou páginas do Alcorão e acusou uma adolescente cristã, deficiente mental, desse crime de blasfémia. Felizmente a jovem foi libertada e o imã preso porque uma testemunha muçulmana teve a coragem de contar a verdade, mesmo sem saber que consequências podem daí advir.
Nós portugueses, não sabemos muitas vezes, reconhecer a felicidade que temos em poder, livremente, expressar e testemunhar a nossa Fé.
Agradeçamos a Deus esta possibilidade e lembremos todos aqueles que, apenas com muita Fé, muita coragem, muita persistência, continuam a querer seguir Jesus Cristo.
                                                Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Acolher...

Outro dia bateram-nos à porta dois jovens que vinham pedir dormida para um grupo que andava em peregrinação, em defesa da vida, da terra e não sei mais de quantas coisas.
Não entendemos quem eram, nem quais os seus objectivos. Ou eles não os explicaram devidamente... Por isso, recusámos o acolhimento, até porque seria num dia de semana, não se sabia bem para quantas pessoas, etc.. Tive pena, mas não me pareceu uma situação muito clara.
Mas o problema do acolhimento é algo que sempre mexe comigo porque penso logo em José e Maria procurando asilo e não o encontrando senão naquele estábulo inóspito. E ali foi passado o 1º Natal, porque "não havia lugar para eles na hospedaria". E não foi este o único momento em que Jesus não foi acolhido. Na sua terra, na Galileia, numa pequena aldeia, quando ia a caminho de Jerusalem e noutros lugares que os Evangelhos não especificam. Jesus não foi acolhido pela família, pelos fariseus , até pelos discípulos!É que Jesus trazia uma mensagem que é difícil de entender e mais ainda de aceitar:Ser como criancinhas... Não ter duas túnicas... Não levar farnel para o caminho... Receber igual salário quer trabalhasse duas horas quer o dia inteiro... Perdoar não sete vezes mas setenta vezes sete... etc..
Os próprios discípulos se perguntavam: " Quem pode escutar e entender estas palavras?" Mesmo Pedro, que tão genuinamente responde a Jesus "A quem iremos se só Tu tens palavras de vida eterna?" é o primeiro a negá-Lo.
É que é difícil esta mensagem de Amor que Jesus quer transmitir...porque pressupõe a nossa disponibilidade para nos darmos sem medida, uma vez que tudo recebemos de Deus.
Não entenderam os discípulos e não entendemos nós.
E sem entender e mais ainda sem viver, continuamos pelos tempos fora .
Como cristãos, damos um triste testemunho do acolhimento de Jesus. Se O encontrássemos ao canto da rua, na sua simplicidade, que Lhe diríamos? Como O convidaríamos a vir a nossa casa?
Faríamos como Zaqueu, que prometeu partilhar o que tinha com os que enganara e com os que viviam necessidades?  Ou seríamos como os fariseus, que não entenderam que Jesus comesse com os publicanos nem aceitaram o " desperdício" do perfume que a pecadora derramou sobre os pés de Jesus?

  É esta escolha, entre Zaqueu e os fariseus, que somos convidados a fazer cada dia. E da nossa resposta depende seguir ou não Jesus.
                   Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
 
 
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Antigas alunas... Velhas amigas

Encontrei-as no pátio do plátano, sentadas no rebordo dos malmequeres.
Foi uma festa. Tinham sido minhas alunas mas há mais de 30 anos que não vinham ao Ramalhão. Queriam ver tudo, saber tudo, falar com toda a gente.
Entrámos a porta principal e subimos a escadaria  semi-circular que conduz às salas de visitas (antigos aposentos da Rainha Carlota Joaquina). Apreciámos mais uma vez os frescos e lembrámos os tempos em que os pais vinham ali, ao domingo, para as visitar. Das janelas vimos o campo de tenis remodelado e o "solar" que era a antiga casa do caseiro - o sr. José Marques.
Seguimos em frente, corredor fora, contando graças, relembrando o "dormitório branco", a rouparia das alunas internas ( hoje atelier da Ir. Conceição), os quartos das mais velhas....
Depois, os dormitórios... e lá vieram as histórias velhas e sempre novas como a da aia da Carlota Joaquina que se passeava pelos corredores com a cabeça num prato ou a dos fantasmas que faziam ranger as tábuas do soalho.
Na actual biblioteca, parámos a ver a paisagem que se deslumbra da varanda ( na época a maior da Europa ). Dali se pode apreciar o arvoredo, algum casario e ao fundo o mar.
Ambas quiseram indicar o lugar das camas onde tinham dormido e lembrar as Irmãs que ficavam com elas nos dormitórios, o modo como acordavam, a exigência do silêncio (nunca totalmente respeitado) depois de se apagarem as luzes.
Fomos à floresta e,mais uma vez, se contaram as histórias das alunas novas que pensavam que iam almoçar na quinta, das empregadas que serviam, do silêncio durante a sopa.
Descemos à capela e aí rezámos por todos os que por aqui passaram: professores, funcionários, alunos.
E cada uma pensou nos momentos de intimidade que tinha vivido ajoelhada naqueles bancos, contemplando aquele sacrário donde Jesus Cristo certamente sorria à sua juventude, aos seus anseios, aos seus sonhos.
Antigas alunas...velhas amigas... são presença e são recordação.
Que sempre "... se vão lembrando de tudo o que daqui levaram".
                                           Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
 
 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A política e nós

A política, interna ou externa, é algo que entusiasma e, ao mesmo tempo, impressiona e desaponta.
Muitas vezes pensamos nos políticos e achamos que são pessoas de espírito aberto, lutadoras, críticas, claro! mas gente conhecedora, esclarecida, íntegra.
Pensamo-los como homens e mulheres interessados no desenvolvimento do país que defendem, pelo debate das ideias, pelas posições que tomam na procura das melhores condições de viabilidade nacional.
Depois, assistimos a um plenário da A.R. e muitas das nossas ilusões se dissipam. É que vemos gente adulta que se agride verbalmente como adolescentes que já não são; ouvimos homens e mulheres, que teoricamente devem defender a verdade  e o bem nacionais  mas que, na prática, se degladiam por motivos mais ou menos utópicos e a bem, parece, dos próprios partidos .
Lemos as notícias dos jornais ou vemos a TV  e não ficamos mais satisfeitos. Todos os dias há notícias contraditórias, opiniões que se anulam, leis que se fazem e se desfazem.
Até apetece perguntar: Mas é isto a política? Ou é  a política que temos?
Se formos ao dicionário,encontramos várias definições para Política como por exemplo: ciência do governo das nações, princípios que orientam as atitudes administrativas de um governo, etc..
E quanto mais se comparam estas definições com as realidades com que somos confrontados, menos entendemos o que podemos esperar da política e dos políticos.
Mas uma coisa é certa: como cidadãos dum país, temos que contribuir com o nosso trabalho, o nosso esforço, a nossa boa-vontade, para que tudo corra bem, as dificuldades se atenuem, a paz se estabeleça no país e , sobretudo, nos corações.
A desilusão não ajuda os nossos intentos. O desânimo não melhora a nossa real sede de Bem e de Verdade.
O País precisa de nós, da nossa entrega, do nosso querer.
E Deus, espera de nós participação, disponibilidade, paz e alegria. Não O desiludamos nós, com a nossa falta de interesse e de entusiasmo. Ele, está sempre presente.
                                                    Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Ramalhão - 70 anos

O Ramalhão fez anos!... 70... de alegrias, dificuldades, angústias e graças.
Foram 70 anos desde aquele 15 de Outubro de 1942 em que abriu as portas, pela primeira vez, às alunas que chegaram do país e do estrangeiro.

Ontem, 15 de Outubro de 2012,  festejámos, com uma "tarde aberta" a pais, famílias, antigas e recentes alunos.
 Começou com o Hino do Colégio cantado pelos alunos do pré-escolar e 1ºciclo. Depois, foram os alunos do 3º,4º 5º e 6º anos que fizeram um mini concerto de flautas.








Entre as 15h e as 17h:
 
Chá com Letras e Exposição cartográfica na Biblioteca.
 







 
Artes em movimento, na sala de desenho
 
 



Exposição inter-activa de Matemática, na sala de Moral 






 
Cantinho das recordações e aprende História, na sala de passagem
 
 
 
Ateliers Aberto de Ciência e Química no Laboratório de Química
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entretanto, desde as 11h, o Externato do Restelo esteve em visita aqui ao Colégio e às 15h foi o toneio de Football entre as equipas de lá e de cá.
Às 17h e 30m distribuição das medalhas aos atletas.






 
E de seguida, a grande recordação em palco:
 
História do Ramalhão
                               
Terminou com toda a gente a cantar o Hino e os Parabéns, quando entrou o bolo de aniversário.
Todas as pessoas gostaram muito não só do espectáculo, das várias actividades e da possibilidade de rever e conhecer o Colégio.
 
Foi um dia de muito trabalho, de preocupação mas óptimo !

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Santa Teresa de Avila

Hoje é a festa de Santa Teresa de Ávila.

Talvez perguntarmo-nos quem era Teresa de Ávila. E a resposta é simples e ao mesmo tempo complexa.
É uma Santa, reconhecida como Doutora da Igreja, mas foi uma jovem espanhola cheia de força, de entusiasmo, da graça que marca a sua raça. Vivia numa família tradicional do seu tempo, com os seus irmãos, os seus amigos, os seus pequenos e grandes entusiasmos e sonhos.
Resolveu ser religiosa e foi para o Convento de Ávila.

Não sei o que marca mais a ideia que nos deixou: se a sua personalidade forte, se a mensagem da sua imensa força interior.
Acho que não é fácil ser santa como ela foi, ou melhor, ser santa à sua maneira. Mas é possível seguir o testemunho que nos transmite, do imenso amor que a uniu a Jesus Cristo.
Conta-se que um dia, ao descer uma escada, se encontrou com uma criança que lhe perguntou: "Quem és tu?" E ela respondeu : "Sou Teresa de Jesus; e tu, quem és?" "Eu... respondeu o menino... sou o Jesus de Teresa".
Este diálogo, verdadeiro ou lendário, traduz a relação de Teresa com Jesus, o Filho de Deus. Ela punha n´Ele todo o seu amor, toda a sua esperança e acreditava que Ele era o seu Deus, o modelo que ela queria seguir, Aquele por quem estava disposta a todos os sacrifícios.

Teresa de Jesus era uma lutadora e, no momento em que realmente "se converteu", mudou tudo na sua vida. Foi então que se propôs fazer e realizou a reforma do Carmelo.
Não era capaz de dar apenas uma parte. E dar tudo, era desprender-se de costumes antigos, de meias-medidas, de uma religião medíocre.
E deu!...
Na oração, no despojamento, no abandono nas mãos de Deus encontrou o seu caminho, aquele que pode ser um ideal, talvez inalcansável, mas que podemos tentar atingir.
Teresa deixou-nos uma mensagem que é palavra de esperança e de certeza:  
             " Nada te perturbe,
                Nada te espante,
                Deus não muda,
                Tudo passa.
                A paciência tudo alcança.
                Quem tem a Deus,
                nada lhe falta.
                Só Deus basta." 

domingo, 14 de outubro de 2012

O ambiente e a paz

Nunca me tinha apercebido, até hoje, como uma primeira impressão pode ser totalmente modificada quando paramos para pensar e, sobretudo, para  "sentir".
Entrar numa igreja e sentir-me esmagada pelo peso do cimento, chocada pela claridade da madeira dos bancos, espantada pela visão dum pequeno , calmo e envolvente  jardim, eram demasiadas sensações num mesmo instante. Não era capaz de as descodificar para as poder apreciar. Nem tentei...
Depois, ajoelhei diante do sacrário, a primeira coisa que me encantou, sem interpretações, e sentei-me. Não sei se a contemplar o que me rodeava se a abstrair de tudo o que me inquietava.
Então, a minha atitude interior e os meus sentimentos mudaram radicalmente. Senti-me bem, descontraída, envolvida por uma paz e uma serenidade que há muito não sentia.
O cimento, o chão, os bancos, deixaram de ter cor e de ser presença. Ali, naquele banco, naquela igreja desconhecida, apenas Deus e eu.
Fechei os olhos e deixei-me embalar por aquela serena quietude e por aquela presença que me envolvia . Não disse nada. Não ouvi nada. Estive simplesmente... e a Paz de Deus encheu-me o coração. Porque eu quiz? Não! porque Ele quiz e eu deixei.
Tantas vezes impedimos Deus de estar presente porque deixamos que as "coisas" nos falem primeiro, porque consentimos que o ambiente fale mais alto que a realidade.
                                     Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
 
 

sábado, 13 de outubro de 2012

A Fé dos Homens

Entrámos há dois dias no "Ano da Fé".
Em boa verdade, os "anos "não têm Fé. Esta é dada no Baptismo, aos homens, para que a desenvolvam e vivam . Mas, quando o Papa declarou este ano como "Ano da Fé", foi precisamente para nos chamar a atenção para esta realidade; para que durante este ano, especialmente, estejamos mais atentos a este dom com que Deus nos presenteou gratuitamente; para realizarmos uma mais profunda e verdadeira conversão ao Senhor.
É que ter Fé não é simplesmente dizer : "Senhor, eu acredito!" A Fé actua pelo Amor e por ele, as nossas atitudes, os nossos afectos, os nossos pensamentos vão sendo plenamente modificados.
Ter Fé, é viver uma realidade que vem de Deus e a Ele nos conduz.Ter Fé é ter a certeza de que "nada acontece por acaso" e que cada situação em que somos chamados a participar  faz parte do plano que Deus tem para nós.
Ter Fé é, em cada momento da nossa vida, viver com a certeza que tudo nos pode e deve conduzir à Santidade e que nada do que fazemos ou deixamos de fazer é indiferente aos olhos de Deus.
Mais do que aceitar aquelas verdades que proclamamos quando recitamos o Credo, ter Fé é deixar que a amizade de Jesus Cristo nos toque profundamente e nos modifique.
Ter Fé é, humildemente, ajoelhar e dizer : " Senhor, eu aqui estou. Faça-se em mim segundo a Tua Vontade". E seguir em frente, alegre e confiadamente, porque Deus está connosco.
 Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
 
 
 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O segredo da conversão

Estive esta tarde a ouvir aquela velha e muito conhecida canção inglesa que faz parte do reportório do Il Divo: "Amazing grace".
É interessante, repousante, dispõe bem.
Mas mais interessante do que a música é a história do seu autor. Foi um indivíduo inglês, vivido no sec. XVIII - John Newton - que começou a sua vida adulta como elemento da Marinha Inglesa, depois foi traficante de escravos e terminou clérigo anglicano. Original na verdade!
A sua conversão deveu-se a uma tempestade, mas certamente também à sua disposição para acolher o apelo de Deus. Este, chegou-lhe no meio do mar, quando compreendeu que apenas um milagre o podia salvar da fúria do vento e do ímpeto das ondas.
Depois, a meditação da "Imitação de Cristo" forneceu-lhe os elementos de que necessitava para se converter.
É assim a vida dos Homens: umas vezes plana, direita, clara; outras, sinuosa, estreita, pouco iluminada.
E sempre há escolhas a fazer e opções a tomar. Umas mais simples e leves; outras, mais complicadas e difíceis.
O homem não se converte, não caminha para a santidade apenas porque quer, mas sim porque aceita acolher o apelo de Deus e quer seguir o Seu convite, mesmo quando custa. É Deus que dá o primeiro passo, que oferece a Sua graça, que aguarda, pacientemente a nossa resposta.
Às vezes leva tempo; muitas vezes há desvios e negações; nem sempre se tem a humildade, o despojamento que nos permite ouvir Deus. E Ele não obriga... mas insiste , porque é Pai.
E às vezes as circunstâncias constituem o sinal que nos acorda e nos chama. E são engraçados os argumentos de que Deus se serve para nos persuadir. Em dadas alturas, tão ligeiros que temos dificuldade em os atender... noutras, nem tanto! A John Newton foi uma tempestade, a iminência da morte. A nós, às vezes, é uma voz amiga, um acontecimento trivial.
Mas, em tudo e sempre, Deus está a apelar à nossa disponibilidade, à nossa generosidade.
                                            Ir.Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P. 
 
 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Os Sins e os Nãos da juventude

"A vida inteira depende de dois ou três sins e de dois ou três nãos ditos durante a Juventude".
É frase de escritor e cheira a poesia, dirão uns... Já foi há tanto tempo, exclamarão outros...
Talvez!
 Por vezes, foi realmente há muito tempo que dissémos os nossos sins e nãos definitivos...
Com facilidade não temos presente, na idade adulta, que muitos dos nossos actos são consequência das escolhas que fizemos quando ainda éramos adolescentes e  jovens.
Esquecemo-nos que "hoje" somos organizados porque "ontem" nos habituámos a ter horas e programas; não pensamos que agora somos responsáveis porque em jovens nos acostumámos a cumprir tarefas e ocupações; não nos lembramos que "hoje" respeitamos os mais velhos porque sempre nos habituámos a vê-los como um modelo a seguir.
E o inverso também é verdadeiro: muitas das dificuldades sentidas hoje e dos erros cometidos, alguns sem remédio, são resultado de não termos sabido dizer Sim ao Bem e Não àquilo que estava errado, quando ainda tínhamos idade para mudar com facilidade.
Muitas das angústias e dramas porque passamos resultam de não vivermos consciente e alegremente as escolhas feitas um dia.
A Vida não se apresenta pronta a ser usada; não basta crescer em idade; temos que ir consciencializando e mudando os nossos comportamentos.
"Ser como crianças", segundo o Evangelho, não é infantilizar a nossa vida mas fazer crescer nela o que há de puro, de verdadeiro, de confiante, na criança.
Façamos crescer em nós a criança que fomos, o adolescente e o jovem que criámos , ao mesmo tempo que ousamos olhar os Sins e os Nãos que dissémos outrora para com eles percorrer o caminho da Santidade.
                  Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Não deixes para àmanhã ...

"Não deixes para àmanhã o que podes fazer hoje"
É ditado popular mas uma grande lição para a vida. Não deixar para àmanhã é ser diligente, responsável, cumpridor. É aprender a não pensar duas vezes quando há uma atitude que nos é pedida, seja ela fácil ou difícil. É pôr em prática a mensagem do Evangelho não "meter mão ao arado e olhar para trás." 
Deixar para àmanhã é adiar, um trabalho, um esforço, uma decisão, o perdão que devemos pedir.
Adiar é, de facto, uma tentação, a de ir empurrando para mais tarde aquilo que não nos apetece fazer ou nos custa assumir como princípio.
Adiar é a solução mais fácil para não nos comprometermos ou tomarmos uma decisão.
Mas, deixar para amanhã é partir do princípio que há sempre uma segunda oportunidade e esta, pode não chegar nunca ou chegar tarde demais.
Deixar para amanhã é o slogan do preguiçoso, do indeciso, do indolente, do orgulhoso. É próprio de muitos adolescentes e jovens que acreditam na "ciência infusa" e julgam que os conhecimentos se adquirem por osmose.
Nos adultos, o assunto é habitualmente mais complexo, porque o que se deixa para àmanhã são decisões, são esforços, dos quais dependem um futuro mais ou menos risonho.
Não sei se é genético, se é tradição, mas a verdade é que os Portugueses, duma maneira geral, só trabalham bem "sob pressão" e têm facilidade em deixar para depois o que lhes não parece ser de resposta imediata ou de importância capital. É pena!...
Deixar para àmanhã é não cumprir prazos, não ser fiel a compromissos, ter sempre desculpas, mais ou  menos esfarrapadas, numa palavra, não ter relógio. 
Lutemos para que todos aprendamos, como diz o filósofo, que " o presente é um instante entre o passado que já não é e o futuro que ainda não foi. "
Vivamos este Presente que nos é oferecido e façamos render o tempo que temos, para conseguirmos realizar os objectivos que definimos e os planos que traçámos.
                                       Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Promessa - convite de Jesus

"Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos e aliviar-vos-ei... pois o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve " (Mt.11, 28-30)
Quando estamos realmente cansados , oprimidos, desanimados e lemos estas palavras de Jesus no Evangelho de S. Mateus, devíamos sentir-nos, de verdade, aliviados, consolados, de alguma maneira libertos. E felizes mesmo, porque os nossos problemas e dificuldades estariam resolvidos ou em vias de solução.
Pois se Jesus diz que nos alivia...
Qual é então a questão que se levanta? Onde está a dificuldade? Porque razão continuamos hesitantes, indecisos, mergulhados nos nossos desalentos?
Desconfio que o problema reside no início da frase: " Vinde a Mim..."
O que significa, na prática, este convite de Jesus, que é simultaneamente uma promessa: a de não deixar ficar infelizes e desanimados aqueles a quem a vida pesa demasiado?
O que pede Jesus quando diz: Vinde a Mim?
Acho que,o que nos faz afastar, tapar os ouvidos, ignorar, é  o medo do jugo, do fardo, que Jesus diz serem suaves e leves, mas de cuja dimensão não temos consciência.
E fazemos mal!
Todos aqueles a quem Jesus chamou e O seguiram, encontraram a alegria e a felicidade, mesmo quando tiveram que dar a vida por Ele. Os Apóstolos, os Mártires... mas também os homens simples como Zaqueu ou os mais importantes como o Centurião...
A eles Jesus mostrou como os sabia e podia aliviar, como o Seu apelo traduzia um jugo suave e um fardo leve.
É que o único mandamento que Jesus nos deixou e que traduz toda a sua Lei é o Mandamento do Amor:
" Amai-vos uns aos outros..."
E amar, constitui uma dependência, pressupõe uma obrigação mas é sempre uma dádiva e uma tentativa de correspondência a essa oferta livre e generosa.
                             Ir. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.