
Li algumas coisas quando era muito nova e talvez não tivesse entendido até ao fim a mensagem que elas procuravam transmitir. Mas isso, não me impedia de gostar e de aproveitar.
Trago sempre por perto aquele poema a Nossa Senhora, que procuro interiorizar: "Não tenho nada a pedir, nada para dar...".
O que só recentemente soube foi que ele se converteu aos 18 anos, num Dia de Natal e levou quatro anos lutando entre o apelo de Deus e as suas convicções passadas. Talvez daí a interioridade e ao mesmo tempo a complexidade dos seus textos.
Um dia destes li um excerto duma carta dele para Louis Massignon em que diz: " Eu bem sei que é pela santidade que servimos Deus mais do que por qualquer talento ou pela ciência humana..."
E aqui, fiquei a pensar se concordava com esta afirmação, assim sem mais. É que não sei bem se ser santo é um "serviço" prestado a Deus. A santidade é o nosso objectivo último, a correspondência ao pedido de Jesus: "sede Santos como o vosso Pai é Santo!"
E como se consegue atingir este objectivo?

Talvez aqui venha a propósito a continuação da carta de Paul Claudel "... cada um faz o que pode e usa o que tem". Então, ponhamos a render os nossos talentos, utilizemos os nossos conhecimentos, empenhemo-nos no nosso trabalho, digamos a palavra certa no momento oportuno, olhemos com carinho o Amigo que precisa de nós, testemunhemos a alegria de viver, procuremos a adesão ao lado bom das coisas, vejamos em tudo e em qualquer circunstância, o olhar amoroso do Pai.
E tudo isto é o que "nós temos" ( ou devíamos ter ) e é com os sucessos e fracassos que temos que atingir a meta a que somos chamados. A santidade não a encontramos e "vestimos" já pronta. Construímo-la, passo a passo, e é nesse esforço do dia-a-dia que temos que nos empenhar com entusiasmo e alegria.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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