sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O segredo da conversão

Estive esta tarde a ouvir aquela velha e muito conhecida canção inglesa que faz parte do reportório do Il Divo: "Amazing grace".
É interessante, repousante, dispõe bem.
Mas mais interessante do que a música é a história do seu autor. Foi um indivíduo inglês, vivido no sec. XVIII - John Newton - que começou a sua vida adulta como elemento da Marinha Inglesa, depois foi traficante de escravos e terminou clérigo anglicano. Original na verdade!
A sua conversão deveu-se a uma tempestade, mas certamente também à sua disposição para acolher o apelo de Deus. Este, chegou-lhe no meio do mar, quando compreendeu que apenas um milagre o podia salvar da fúria do vento e do ímpeto das ondas.
Depois, a meditação da "Imitação de Cristo" forneceu-lhe os elementos de que necessitava para se converter.
É assim a vida dos Homens: umas vezes plana, direita, clara; outras, sinuosa, estreita, pouco iluminada.
E sempre há escolhas a fazer e opções a tomar. Umas mais simples e leves; outras, mais complicadas e difíceis.
O homem não se converte, não caminha para a santidade apenas porque quer, mas sim porque aceita acolher o apelo de Deus e quer seguir o Seu convite, mesmo quando custa. É Deus que dá o primeiro passo, que oferece a Sua graça, que aguarda, pacientemente a nossa resposta.
Às vezes leva tempo; muitas vezes há desvios e negações; nem sempre se tem a humildade, o despojamento que nos permite ouvir Deus. E Ele não obriga... mas insiste , porque é Pai.
E às vezes as circunstâncias constituem o sinal que nos acorda e nos chama. E são engraçados os argumentos de que Deus se serve para nos persuadir. Em dadas alturas, tão ligeiros que temos dificuldade em os atender... noutras, nem tanto! A John Newton foi uma tempestade, a iminência da morte. A nós, às vezes, é uma voz amiga, um acontecimento trivial.
Mas, em tudo e sempre, Deus está a apelar à nossa disponibilidade, à nossa generosidade.
                                            Ir.Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P. 
 
 

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