sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Festa de S. Domingos

Foi na 1ª semana de férias que aconteceu a nossa grande festa - S. Domingos de Gusmão.
Não houve almoço festivo, Laudes ou Vésperas cantadas, Missa solenizada... mas não deixei de comemorar este dia. Até o sr. prior falou de S. Domingos na Missa, agradeceu a Deus a sua acção e pediu pelos frades e freiras dominicanos...
E tentei perguntar-me quem era este Homem e reflectir sobre as lições que nos deixou.
Um jovem estudante, apaixonado pele Verdade e pelo saber mas preocupado com os outros, chegando a vender os seus livros para socorrer necessitados; um adulto a quem a ignorância e a heresia incomodavam e que ansiava por Mais e Melhor, procurando meditar a Palavra para "dar aos outros o fruto da sua contemplação".
Dizem as suas biografias que só falava de Deus ou com Deus e que pregava de dia e orava de noite. É talvez uma maneira de os seus biógrafos mostrarem a grande preocupação de S. Domingos pela vontade do Pai e  o seu  desejo de a testemunhar ao mundo...
Deixou tudo e fundou uma Ordem em que a Oração, o Estudo e a Vida Fraterna estão em paralelo com a vivência dos Votos, o Testemunho e a Pregação.
Uma Ordem de intelectuais, de professores, de eternos estudantes que, à imagem do seu fundador, se debruçam sobre a Verdade para a espalharem pelo mundo e a oferecerem, gratuitamente, àqueles que deles se aproximam.
Uma Ordem em que o branco e preto das suas vestes marca as suas características de pureza e penitência.
S. Domingos, é um modelo a tentar atingir, a procurar seguir com as nossas forças, os nossos entusiasmos, as nossas fraquezas e vicissitudes.
Quanto mais reflectimos e nos entusiasmamos com S. Domingos, mais nos certificamos de como estamos longe e quão difícil é atigir o seu sonho para a sua Ordem.
Antes de mais nada, uma oração intensa, baseada na proximidade com Cristo e Maria. Depois, um estudo diário que permita a contemplação e o testemunho. E ainda, uma vida fraterna, baseada na compreensão, na condescendência, no perdão, no Amor..
S. Domingos fundou uma Ordem em que se olham os outros com carinho, com simplicidade, com atenção.
Uma Ordem em que cada um, como ele, tem a Alegria no coração, Alegria que transparece na jovialidade do rosto e que é fruto duma grande paz e harmonia; duma autêntica vida interior.
Saibamos, como S. Domingos, falar de Deus ou com Deus.
                                         Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
 
 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Regresso ao trabalho

As férias estão a acabar!
Dizem-no os filhos e sentem-no os pais. Aqueles que tiveram oportunidade der as ter, claro!...
Eu tive, e por isso tenho que dar graças a Deus.
Mas com férias ou sem elas, a verdade é que o mês de Agosto está no fim e o Setembro já se faz anunciar. Até na diferença do tempo, no ambiente, na disposição das pessoas.
O sol parece mais fraco, menos luminoso; o céu está cinzento; a brisa, transformou-se num ventinho; as pessoas estão mais agitadas e há menos alegria no ar e entre aqueles que teimam em parecer divertir-se.
 
É o ciclo do tempo tal como o ciclo da vida. À Primavera segue-se o Verão; depois chega o Outono que já vai anunciando o Inverno. Cada estação com as suas caracterísricas e beleza própria. Numas há flores noutras frutos que nos alegram e satisfazem o sabor; umas trazem o sol e o calor, outras o frio e a chuva tão necessária aos campos; numas há alegria nas ruas noutras as folhas castanhas caídas no chão que parecem gemer quando as pisamos...
É assim o ciclo das estações!
 
Também a Vida se apresenta assim, dividida em etapas: a infância, a adolescência, a idade adulta e a velhice ( os seniors como agora se gosta de dizer... )
Momentos diferentes, cada um com os seus encantos, vicissitudes e alegrias. É preciso é viver cada um em plenitude sem tentar queimar etapas, sem querer parecer o que se não é.
Não quereríamos ver jovens a proceder como se fossem adultos e adultos que se comportam como se fossem crianças. Assim, não estão a viver nem a aproveitar a beleza e capacidades de cada idade.
Não podemos mudar o curso do tempo nem da vida mas devemos viver aproveitando os dons que cada etapa nos transmite.
Saudemos a criança que, de olhos e ouvidos bem abertos, aprende, mesmo sem querer, o que o mundo que a rodeia lhe oferece; demos vivas à adolescência que é tempo de assimilar valores, de criar princípios, que transmitirão às gerações que lhes sucedem; veneremos aqueles cuja experiência e sabedoria foi a escola em que todos deviam ter bebido o conhecimento e a ciência da Vida.
Alegremo-nos porque o Tempo passa , as estações mudam, os anos sucedem-se mas... Deus é imutável.
                                                   Ir.Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.