Não houve almoço festivo, Laudes ou Vésperas cantadas, Missa solenizada... mas não deixei de comemorar este dia. Até o sr. prior falou de S. Domingos na Missa, agradeceu a Deus a sua acção e pediu pelos frades e freiras dominicanos...
E tentei perguntar-me quem era este Homem e reflectir sobre as lições que nos deixou.
Um jovem estudante, apaixonado pele Verdade e pelo saber mas preocupado com os outros, chegando a vender os seus livros para socorrer necessitados; um adulto a quem a ignorância e a heresia incomodavam e que ansiava por Mais e Melhor, procurando meditar a Palavra para "dar aos outros o fruto da sua contemplação".
Dizem as suas biografias que só falava de Deus ou com Deus e que pregava de dia e orava de noite. É talvez uma maneira de os seus biógrafos mostrarem a grande preocupação de S. Domingos pela vontade do Pai e o seu desejo de a testemunhar ao mundo...
Deixou tudo e fundou uma Ordem em que a Oração, o Estudo e a Vida Fraterna estão em paralelo com a vivência dos Votos, o Testemunho e a Pregação.
Uma Ordem de intelectuais, de professores, de eternos estudantes que, à imagem do seu fundador, se debruçam sobre a Verdade para a espalharem pelo mundo e a oferecerem, gratuitamente, àqueles que deles se aproximam.
Uma Ordem em que o branco e preto das suas vestes marca as suas características de pureza e penitência.
S. Domingos, é um modelo a tentar atingir, a procurar seguir com as nossas forças, os nossos entusiasmos, as nossas fraquezas e vicissitudes.
Quanto mais reflectimos e nos entusiasmamos com S. Domingos, mais nos certificamos de como estamos longe e quão difícil é atigir o seu sonho para a sua Ordem.
Antes de mais nada, uma oração intensa, baseada na proximidade com Cristo e Maria. Depois, um estudo diário que permita a contemplação e o testemunho. E ainda, uma vida fraterna, baseada na compreensão, na condescendência, no perdão, no Amor..
S. Domingos fundou uma Ordem em que se olham os outros com carinho, com simplicidade, com atenção.
Uma Ordem em que cada um, como ele, tem a Alegria no coração, Alegria que transparece na jovialidade do rosto e que é fruto duma grande paz e harmonia; duma autêntica vida interior.
Saibamos, como S. Domingos, falar de Deus ou com Deus.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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