sábado, 30 de novembro de 2013

Fim e princípio

Último dia do Ano Litúrgico. Como tudo na vida também o Ano Litúrgico tem um começo e um fim. E não é por acaso! Amanhã, 1º Domingo do Advento, recomeça um novo ciclo, para a Igreja e para nós cristãos. 
É altura de parar e olhar para trás, com perspectivas de futuro. É ocasião de aferir das promessas feitas , dos planos desenhados, dos progressos projectados.
Uma pergunta se impõe: Como correspondi ao Pai que conta comigo  e não me santifica sem a minha colaboração?
Como vivi este ano, certamente cheio de aventuras, de surpresas, de alegrias e angústias?
Como realizei os propósitos estabelecidos, como corrigi as deficiências encontradas, como ampliei o que sou e o que tenho?
Mas imediatamente outra questão se levanta: Como vou viver o ano que começa?
Deus espera a minha resposta ao Seu apelo, como espera a resposta de todos os que se dizem cristãos e O amam. Espera a concretização dum projecto de vida no Livro novo que se abre e onde se escreve a História da nossa Vida.
Começa um novo Ano Litúrgico! Que comece também uma nova etapa,uma caminhada nova, leve, verdadeira.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,o.p.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

As pessoas


Cá estão! Eram as de ontem e continuam hoje.
Com o seu jeito próprio, a sua dedicação, o seu carinho.
Eram e são a "alma" e o entusiasmo da Infantil e pré primária.






Tanto nós como os pais lhes agradecemos o seu trabalho, o seu interesse, o seu carinho.  

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ontem e hoje


Num dia de sol embora frio apetece passear pelo pinhal e dar um vista de olhos pelo "solar" observando aquelas crianças que cada vez são mais novinhas e mais infantis.
Ali trabalham as mesmas pessoas " do meu tempo " : as educadoras ( a Rita, a Joana, a Ana Rita ) e as auxiliares ( a Ana Luisa, a Isabel, a Emilia ) 
Educadoras e auxiliares  dedicadas e amigas, que muitos pequeninos acolheram e ajudaram a formar.
Olhando aquele espaço, não pude deixar de recordar velhos tempos em que não havia "solar". É que aquela construção (mais simplificada, claro!) era nem mais nem menos do que a casa do caseiro- o sr. José Marques. Quando ele mudou de residência, remodelámo-la, embelezámo-la e passou a ser o centro das actividades circum-escolares. À procura de um nome pomposo, a Paula Dias Agudo lembrou a designação de " solar das actividades" e ficou... ate lá se instalar a Infantil e o 1º ciclo. Então encurtou-se o nome e ficou apenas "solar" designação que mantem até hoje.
Antes, o 1º ciclo (antiga primária) ocupava o espaço ao pé do Laboratório de C.N. , estendia-se pelo que depois foi o Conselho geral e ia até ao 2º andar. A infantil, estava situada nas galerias do Ginásio velho.
Nessa época faziam história a Ana Augusto, ( uma educadora que era muito terna e nunca levantava a voz   ) e as professoras Fernanda, M. do Rosário, Paula e Cristina Roquete, entre outras)
A Maria do Rosário e a Rita eram assíduas e indispensáveis nas viagens. Alegres, responsáveis, atentas, amigas... Na Disney tinham "lugar cativo". Acho que nem a viagem era a mesma coisa sem elas.
Talvez por isso tenhamos deixado de lá ir...
Acho que muitas alunas recordam estes professores e estas viagens, com alegria e também com saudade.
E, certamente um grupo da 4ª classe dessa época lembra uma ida à Bélgica, integrada numa actividade da Câmara de Sintra e do movimento cultural "Princesas chegam ; princesas partem".
Ficámos num Colégio de meninas em Bruges e fazíamos grupo com os alunos dos Jesuítas. Com eles realizámos muitas actividades semelhantes às que fazíamos cá e visitámos várias cidades.
A festa do "casamento da nossa  Princesa com o príncipe belga" realizou-se com toda a "pompa e circunstância" na câmara de Bruxelas.
Belos Tempos! Viagens inesquecíveis! Trabalho e cooperação imparáveis!
O meu obrigada a todas e cada uma. Que o inesquecível seja incentivo para novos entusiasmos.
                       Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Chamados e escolhidos

"Muitos são os chamados e poucos os escolhidos"
Podíamos ter a veleidade de pensar que Deus fazia uma escolha entre aqueles que chamava ; que nem a todos achava dignos do Seu Reino!
Um pouco como aquele homem que apareceu na ceia e foi mandado embora... Mas esse... não tinha a "veste nupcial", não tinha tido a preocupação nem o cuidado de se preparar para a festa. Que os outros, todos os outros, foram chamados das ruas, das estradas, dos campos... sem nada de especial, sem distintivo, ou categoria. Simplesmente estavam preparados para o chamamento.
"Muitos são os chamados..." Na realidade todos, porque todos somos chamados à santidade; todos temos um caminho a percorrer, uma tarefa a realizar, uma Vida a viver.
A todos, como ao jovem rico, Deus faz o seu apelo e a todos Deus indica o caminho. Primeiro, o comum, o de todos os homens, o da Verdade, da Lealdade, da coerência: " Cumpre os Mandamentos " Depois, mostra um outro aspecto, o percurso a realizar por aqueles que O querem seguir mais de perto :"Vai e vende tudo o que tens..."
Agora, é a altura da opção em que poucos ficam, em que poucos aceitam e, por isso, poucos são escolhidos. Não é Deus que os elimina; são eles que O abandonam...
Daqui, a crise do sacerdócio, das vocações religiosas. Não é fácil ir "vender tudo", mesmo que seja apenas deixar o que se tem, o que se faz, o que agrada. Deixar tudo e oferecer o tudo em troca do dom de Deus. 
Não é fácil dizer Sim, entregando-se plenamente à vontade do Pai, acolhendo o chamamento que nos é feito, largando tudo e indo. Do mesmo modo que não é fácil ser perfeito na família, no trabalho, no meio em que se vive.
Não é fácil! mas é possível  e dá uma alegria que tem recompensa.
Deus continua a chamar: " Muitos (todos) são os chamados".
Ninguém é forçado, a ninguém Deus obriga mas a todos Deus convida e de todos espera acolhimento e correspondência.
Deus não impõem mas Deus não nos salva sem a nossa colaboração. É bom que tenhamos isto presente e não pensemos que fazemos parte dum grupo que não foi escolhido.
E se fomos, podemos hesitar?
                                  Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.

domingo, 24 de novembro de 2013

Cristo Rei do Universo


Hoje, festa de Cristo - Rei
No meu tempo de Juventude,  era um  grande  dia, o dia chamado     da Acção Católica, este movimento criado pelo Papa com o objectivo   de formar cristãos comprometidos e apóstolos empenhados.
Todos nos juntávamos na Sé para fazer o nosso juramento de comprometidos e responsáveis.
Um mar de saias / calças azuis escuras e camisas azuis claras. É que também a Acção Católica tinha um uniforme, desde as aspirantes aos dirigentes, da JECF à LUC...
Que emoção quando aquele mar de gente estendia o braço direito e proclamava alto... " e assim prometo e juro e que Deus me ajude". E o momento da despedida, quando todos em coro cantavam o Hino : "Abram alas , terra em fora..."
Foram tempos e momentos que deram o seu fruto. Formaram muita gente, fizeram apóstolos, defenderam valores, estenderam a sua acção a todos os meios, idades, estados.
Depois os tempos mudaram,  a Acção Católica foi-se desmoronando e sendo substituída por movimentos profissionais como os médicos católicos, os farmacêuticos católicos, etc..
Mas cada dia de Cristo Rei eu recordo os ardores da minha juventude, o entusiasmo com que preparávamos a recepção de emblema, a seriedade com que vivíamos os propósitos saídos das reuniões, o compromisso responsável com que encarávamos os lugares de dirigentes...
Não foi a Acção Católica que fez de mim religiosa mas deu-me muitos dos valores que me foram necessários ao escolher este caminho.
Os tempos mudaram mas a formação e os valores ficaram.
Que o Pai nos ajude, a todos os que passámos por este Movimento da Igreja, a continuar a defender tudo o que vivemos.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Filosofia e Ciência

Hoje, ao folhear um velho compêndio de Filosofia do meu tempo de Faculdade, deparei-me com a célebre frase de Sócrates "Só sei que nada sei! " . Parei para pensar naquela afirmação do homem considerado o mais sábio da época e constatar que nos tornaríamos bastante mais humildes se interiorizássemos esta verdade em vez de nos pensarmos detentores do conhecimento.
Daí passei para outra ideia, a de que Cientistas e Filósofos se consideram, habitualmente, como pertencendo a mundos diferentes. É que a ciência se centra nas etapas que tem que percorrer para atingir os seus objectivos e não se preocupa com a relação da Ciência, propriamente dita, com qualquer outro ramo de conhecimento.
No entanto, há uma relação profunda entre a Filosofia e a Ciência.
Quando os gregos, mais ou menos por altura do sec. V a. C.  se desprenderam das lendas e dos mitos, vulgares nessa época, e passaram a centrar as suas reflexões sobre a razão, criaram a "filosofia ocidental" e esta, que se centrava na razão, foi por assim dizer a base que permitiu o salto para a Ciência como conhecimento e linha de pensamento e investigação.
O patrono desta filosofia ocidental, Sócrates, era realmente considerado o maior sábio do seu tempo. Só ele é que parecia não estar muito convencido disso. Por essa razão foi consultar o Oráculo de Delfos a quem afirmou que "apenas sabia que nada sabia". E esta sábia afirmação bastou para o Oráculo o definir como o homem mais sábio entre todos os outros,porque era o único que sabia que nada sabia. 
Mas o termo Filosofia não é de Sócrates mas sim de Pitágoras que foi o primeiro a utilizá-lo.
Mas esta dicotomia entre os homens da Ciência e da Filosofia  vem talvez do método científico essencialmente assente na observação, na experimentação baseada em hipóteses e na dedução resultante da experiência e que permite conclusões.
A Filosofia, ao contrário, é uma técnica de pensamento que reúne várias correntes diferenciadas e quase sempre heterogéneas, com um tipo de racionalidade próprio. Tem por objectivo levar o homem, não a experimentar e concluir, mas a entender a relação entre conhecimento e realidade.
Se pensarmos no "Método socrático" constatamos que, a finalidade era essa, mas utilizava como meio o diálogo, através de perguntas simples, dirigidas aos alunos, para os levarem a aperceber-se das contradições existentes no seu pensamento.
Também nós precisávamos de nos aperceber das mil contradições que nos impedem de ver o caminho que nos conduz à Santidade.
                       Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.




quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O homem das castanhas

Como faço tantas vezes, atravessei o Jardim da Estrela. 
À porta, como sempre nesta altura, sorridente, o homem das castanhas.
O carrinho um pouco decrépito, o grelhador já amolgado, os acessórios revelando anos de uso...
Mas no fundo, tudo como no tempo da minha juventude - castanhas assadas, com aquele aroma peculiar, vendidas às dúzias em pacotes de papel. Com as árvores do Jardim como fundo, o reflexo do fumo das castanhas que assavam e lançavam para o ar o perfume característico que nos convida a comprar. E o homem, chamando a hipotética clientela que passava, com o pregão tradicional: 
                          " Quentes e boas!"
É o anúncio do Outono que chegou e torna ainda mais apetecível este manjar próprio do tempo. E quanto mais frio está mais somos convidados a comprar estas castanhas quentes que se sorriem para nós com a sua boca aberta num pedido de que as provemos.
São lembranças de sempre as que se evocam nesta porta do Jardim da Estrela. Recordações de quando pequena, pela mão dos meus pais, aguardava impaciente, a nossa vez de adquirir um pacote de castanhas.
Lembranças do tempo do Liceu, quando corríamos para ver quem conseguia chegar primeiro e ter as castanhas mais quentes. Lembro aquele grupo de crianças à nossa volta, olhar de súplica de quem não podia comprar castanhas. E havia sempre partilha, uma a uma íamos distribuindo as nossas castanhas. O sorriso agradecido das crianças era suficiente para nos compensar.
Depois, mais tarde, vida de Faculdade, mas sempre o mesmo apelo das castanhas que ia comendo, lentamente, enquanto me dirigia para casa.
Desta vez, não comprei castanhas.
Mas isso não me impediu de sorrir para o homem e de lhe desejar uma boa venda, enquanto ia recordando outros tempos, outras castanhas, outros vendedores.
Comovi-me ao ouvir o homem dirigir-se-me, respondendo aos meus votos de boa venda, com um triste :" Obrigada, menina!"
                      Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Pai Nosso...

Pai nosso...
seja feita a Tua vontade...
Todos os dias rezamos esta oração que o próprio Jesus ensinou aos apóstolos. Todos os dias repetimos  as mesmas  palavras, os mesmos  pedidos... Mas  esta dicotomia  entre a  vontade  de Deus e a nossa vontade é, muitas vezes, a nossa realidade de vida. Sobretudo, não  pensamos no que significou para Jesus fazer a vontade do Pai que o enviara. Às vezes, é preciso um abanão,  na hora certa, para nos consciencializarmos que Jesus homem, descendente de Adão, com  a sua vontade própria, tinha tido que renunciar a ela para aceitar a vontade do Pai; tinha tido que vencer a tentação  e o confronto entre o que era a sua vontade e a vontade d´Aquele que o enviara.
S. João lembra-nos que Jesus desceu do céu não para fazer a Sua vontade mas a do Pai que o tinha enviado.
Pai...que seja feita a Tua vontade...
Todos os dias pedimos isto.Mas, sabemos bem qual é a vontade de Deus a nosso respeito? Procuramos verdadeiramente saber?
Habitualmente desculpamo-nos dizendo que é muito difícil saber, deixando que ela fique disfarçada entre convites vários, entre o que nos seduz e o que significa um apelo.
Mas, na realidade não é assim tão difícil. O que custa, sabemo-lo nós por experiência, é realizar essa vontade, é aceitá-la,  é fazê-la nossa,
Seja feita a Tua vontade, ó Pai... é um pedido, uma solicitação, que implica disponibilidade, dádiva, procura, abertura de coração.
É muito fácil rezar o Pai nosso e esquecermo-nos que devemos traduzir em actos, tudo o que acabámos de dizer. É demasiado fácil esquecer que Deus não prescinde do Homem para a sua salvação; que não abdica de nós para realizar o encontro com a Vontade com que nos solicita.
Procuramos muitas vezes justificarmo-nos dizendo que não sabemos, que nos enganámos, que ainda não encontrámos o caminho certo...
Mas Deus, que está sempre presente, envia-nos os seus sinais.
Pede-nos é que estejamos despertos e atentos porque Ele não se enganou ao delinear o nosso caminho.
Talvez seja altura de nos perguntarmos como vivemos a vontade de Deus. E porque não? Se vivemos a d´Ele ou a nossa.
Que seja com verdade que dizemos: Pai nosso...seja feita a Vossa Vontade.
                               Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

ORAÇÃO





        







Oração pelos Sacerdotes

"Meu Deus, peço-Vos pelos vossos Sacerdotes,
por todos os vossos Sacerdotes.
Peço-Vos para eles a santidade.
Peço-Vos que eles amem profundamente
o seu sacrifício e que o vivam com amor.
Peço-Vos para eles a obediência ,
o espírito de desprendimento,
a eterna fidelidade,
uma inalterável e límpida castidade,
e também a abnegação, a humildade,
a doçura, o zelo, a dedicação.
Peço-Vos que ninguém se aproxime deles
sem que fique a amar-Vos mais.
Peço-Vos, meu Deus, que o Vosso
Reinado se dilate
e se fortifique, por meio deles, sobre a Terra.
Amen"



domingo, 17 de novembro de 2013

O sinal da Luz

A nossa capela, para além de lugar de oração, também às vezes é visitada pela professora de História com os seus alunos, para admirar o quadro da Adoração dos pastores, exemplo da pintura barroca.

Foi o que aconteceu outro dia , quando eu estava calmamente rezando.
Lá entraram os pequenos, com eles chegou a professora e a lição começou, não me despertando muito interesse. Conheço sobejamente o assunto...
Mas, de repente, a professora chamou a atenção para a luz que, no quadro, se concentra na pessoa de Jesus, deixando o resto dos personagens mais ou menos na sombra.
Como que dei um salto porque aquela luz me falava ao coração. Era uma chamada de atenção, um apelo.
Os alunos saíram e eu fiquei contemplando esse menino que parecia vivo e estendendo-me os bracinhos.
De repente, enquanto eu olhava para o quadro, que está do lado direito do altar, um raio de sol entrou pela janela e foi centrar-se no crucifixo grande do altar, ao mesmo tempo que iluminava o sacrário.
Não sou dada a interpretações místicas, mas aquela luz que pareceu vir de Jesus Menino, transitou para Jesus-Homem, dádiva na cruz e, simultâneamente, parou no sacrário onde Cristo, pão da vida se oferece cada dia, não podia deixar-me indiferente.
A luz, é a alegria, a esperança, a confiança que depositamos n´ Aquele que no-la dá para que a levemos àqueles que ainda não acreditam. A luz, passa por nós e de nós deve dar o testemunho do Senhor que em nós habita.
Fico olhando estes três aspectos do mesmo Deus que se fez Homem, que conta connosco, que não se enganou quando delineou a nossa vida. Fico olhando e perguntando o que espera Deus de cada um de nós ao dar-nos a luz da Fé e o seu Amor e, como Lhe temos respondido.
                          Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

sábado, 16 de novembro de 2013

Anos que se celebram

Na 4ª feira a Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena - a nossa - fez 145 anos. 
Começou, podemos dizê-lo com a chegada das duas Irmãs que tinham ido fazer o seu Noviciado para a Irlanda.
Aqui no Ramalhão o dia não passou despercebido: Houve uma exposição de livros e outros materiais produzidos ao longo dos tempos, montou-se um placard com fotos das nossas casas e das nossas obras, espalhadas pelo mundo, e vestiram-se alunas de religiosas. Tudo para marcar uma data que não pode ser esquecida, por nós Dominicanas e por aqueles que nos estimam.
A Congregação foi um sonho de Teresa de Saldanha mas mais do que um sonho foi um apelo do Pai e uma resposta de Teresa às necessidades que Ele lhe mostrou no campo da educação das jovens, do apoio aos desprotegidos, da difusão da palavra de Deus.
Foi um Sim gratuito mas com "custos" : Inquietações, dúvidas, Imaginação, persistência, sofrimento. 
Teresa, jovem de Fé e segura do que queria e persistente na resposta ao apelo que lhe tinha sido feito gostaria de se dedicar ao serviço de Deus numa Congregação Portuguesa, em Portugal e para os portugueses. Mas viu as suas intenções frustradas por um pai intransigente e por uma situação política adversa que expulsava de Portugal as Congregações religiosas.
Mas Teresa não desistiu. Sem desobedecer ao pai  e com persistência, contornando as dificuldades, contactou a Irlanda e mandou para Drogda as duas primeiras pretendentes, para fazerem o seu Noviciado.
Ela... ficou, presente nas obras sociais a que sempre se dedicara,dirigindo à distância a sua Congregação e esperando, pacientemente, o momento de se integrar nela.
Conheceu os dramas da República, foi expulsa da sua própria casa, mas não desanimou. Aquilo que parecia o fim da sua Obra foi afinal o meio de a expandir para o Brasil, os Estados Unidos, a Bélgica, etc..
Foi a dispersão, que fez  com que hoje a Congregação esteja espalhada pelo mundo.
E a Madre Teresa, a Fundadora, certamente sofreu, viu até mudados os seus sonhos de uma Congregação Portuguesa para Portugal mas, para ela, a vontade de Deus estava acima de tudo e em tudo ela via a mão de Deus.
Foi a Fé, a confiança, a persistência, a dedicação que fez de Teresa de Saldanha a pessoa que admiramos e esperamos, um dia, ver nos altares.
                                       Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Celebrar a vida

15 de Novembro...
Festa de Santo Alberto Magno, um frade Dominicano , filósofo e teólogo de fama, mestre da teologia medieval.
Magno (grande) designação com que passou para a História, precisamente por isso, pela qualidade dos seus conhecimentos.
Por coincidência, foi hoje aqui, no nosso Colégio, a Missa pelo sr. P. Domingos, outro Dominicano, não sei se com tão grande sabedoria mas de certeza com uma enorme caridade e uma dedicação infinita aos seus alunos, que o não esquecem.
Tantas festas em que esteve presente, tantas brincadeiras partilhadas, tantas viagens em que nos acompanhou!...
Está no céu a rezar por nós. Nós sabemos...
Mas isso, não impede a saudade que todos manifestaram hoje, professores e alunas.
                                      Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,o.p.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Reflexões para um dia de sol

Novamente ontem a Igreja apresentou o Evangelho com a história dos dez leprosos. Já me fala demais de agradecimento e ingratidão, sentimentos que estão presentes nas nossas vidas e nem sempre olhamos como devíamos.
Mas , o que  verdadeiramente me chamou a atenção foi a última frase de Jesus : ..." a tua Fé te salvou".
É que a Fé não passa por acaso pela nossa vida. É ela que dá força para ultrapassar as dificuldades que se levantam a cada passo, é ela que nos ajuda a acolher alegremente aqueles projectos que não escolhemos nem desejámos.
Quando na Vida optámos por um caminho, fizémo-lo de mãos vazias e coração aberto. Para trás ficaram plano, desejos, costumes, situações.
Sabíamos onde íamos começar mas desconhecíamos os atalhos que se nos iam apresentar. Apesar disso, não hesitámos! Não pretendíamos conhecer os "se" ou os "então"... Confiávamos! Mas, queremos conhecer agora?
Há medos a paralisar-nos , a fazer adiar respostas. Ainda bem! A precipitação é inimiga da tranquilidade e da certeza. Sobretudo impede-nos de acreditar que, por detrás de cada projecto que nos é apresentado está Deus  e Ele quer sempre o melhor para nós. E depois... todo o  serviço que nos é pedido faz parte da cruz que, parece?! somos chamados  a ajudar a transportar, qual Cireneu. E, não serão reflexos daquele Sim que queríamos sem restrições?
Foi a Fé que salvou o leproso.
Que seja a Fé que nos salve de dúvidas, inquietações, erros, injustiças.
Deus está lá e acolhe-nos.
                       Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Mudar o coração ou a vida?

" Tudo o que há para mudar é o nosso coração sugere-nos  Marie - Alain Couturier, Mais do que a nossa vida"
Numa primeira e muito rápida abordagem apetece-me discordar... Com convicção ou simplesmente por contestação? Não! É que considero mesmo que há coisas a mudar na vida , desde o que fazemos ao que somos. Nem tudo o que fazemos está correcto e nem tudo o que somos está perfeito.
Há uma distância entre aquilo que vemos em nós, aquilo que somos e realizamos, e aquilo que Deus queria que fôssemos. Logo... há coisas a mudar na vida.
Mas... em boa verdade, tudo o que somos e, portanto, tudo o que fazemos, resulta do que sentimos e do bem e do mal que alimentamos no nosso coração.
"É o coração que comanda a vida", diz a canção e eu não sei se isso não é, em grande parte, verdade.
É no Amor, na correspondência ao Amor que recebemos do Pai e à sinceridade daquele que Lhe damos, que se encontra toda a nossa caminhada de Bem e de Verdade , aquela que se espera de nós.
Costumava dizer às minhas alunas que "a vida inteira depende de dois ou três Sims e de dois ou três Nãos ditos durante a Juventude".  E continuo a pensá-lo. 
Simplesmente sei hoje que é fácil esquecer esses Sims  e esses Nãos . Compreendi que muitas vezes os trocamos por uma realidade que nos parece mais adequada , mais lógica, melhor, + + +... E porque não dizê-lo? Mais fácil, mais agradável, mais sedutora...
Acho que temos que voltar a rever os Sins e os Nãos, ter cuidado com os Sims que dissemos um dia e que foram sonhos que o Pai nos inspirou. Talvez hoje nos pareçam pesadelos... Estaríamos enganados? Ou é o coração que está a precisar de mudança?
Deus continua à espera, mesmo quando erramos!...
   Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.


domingo, 10 de novembro de 2013

Recordando...

Ao lembrar a presença sempre viva, aqui no Colégio, do sr. P. Domingos (frei Domingos como lhe chamam os seus irmãos pregadores), mesmo sem querer associo-o aos muitos outros professores, seus contemporâneos e amigos, que também já não trabalham connosco.

Por exemplo os professores de Educação Física : a Rosarinho, o Francisco, o João baptista... Tantas competições de atletismo,jogos, danças eles incentivaram e realizaram 
E os professores de Desenho e afins, como o Zé Carlos, a Teresa Matos  ou a Maria João, sempre prontos para tudo o que fosse ornamentação, cenários, recordações, trabalhos gráficos.
E os professores de Ciências , que trabalhavam comigo e comigo partilhavam o Laboratório, sem problemas nem quezílias: a Adelina, a Gabriela, o António, o João Manique... 
Como não lembrar os professores de História e Filosofia : a Bárbara, o casal Gaio, o Henrique, a Maria Emília, o Pedro, a Paula, com os quais podíamos sempre contar e que sempre davam o seu contributo de apoio e de cultura?
E os professores de Matemática, de Música, de novas Tecnologias, como a M. Helena Pintassilgo, a Vanda, a Luisa Oliveira, a Lia Altavila, o Zé Maria...
E alguém esqueceu a Jeanine, as suas aulas extraordinárias, no seu francês impecável e fluente? E o Hugo, sempre calmo, sereno, seguro da sua Física ( mais do que da Química...)

Grandes
Professores!
Grandes Amigos!"
O tempo passa... os ventos mudam mas a Amizade fica.

       Ir, M. Teresa de C. Ribeiro,O.P.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Continua...

  
Hoje foi o último adeus.
Missa no convento em Fátima.
Sepultura a seguir!                                      8 . 11 2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Ausência que continuará a ser presença


Hoje, a Ordem Dominicana celebra os seus Santos, aqueles que não têm o nome inscrito no Calendário mas são amados particularmente por Deus e sempre O acolheram e seguiram.

Hoje, mais um desses santos se foi juntar aos outros no céu,  - o sr. Padre Domingos Nunes Martins, O.P.
Conheci-o há sessenta anos na Parede. Eu era jovem e ele também muito novo ainda. Mas eu admirei logo a integridade, a sensatez, a descrição, a humildade, a cultura, a bondade daquele Padre, que era frade...
Foi meu confessor, director espiritual, amigo...
Durante mais de vinte anos esteve no Ramalhão sendo capelão, professor, conselheiro de crianças e adultos. Todos o estimavam e admiravam.
Para todos tinha sempre uma palavra amiga, um sorriso...
Era dos que não condenava; antes, procurava apoiar e consolar.
Hoje está no céu, certamente rezando por todos e cada um, chamando cada um pelo seu nome que ele nunca esqueceu.
                           Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Festas que são recordações

Na 6ª feira fez-se aqui no Colégio do Ramalhão uma homenagem à Ir. Francisca, a nossa última directora. A celebração pretendia também ser o encerramento do 70º aniversário do Colégio.
Tudo muito simples : abertura com o Hino do Colégio, umas palavrinhas dum aluno, da drª Conceição Bueso e minhas, uma lembrança feita pelos alunos para a Ir. Francisca e umas flores para as Irmãs da comunidade e Missa a finalizar
Isto fez-me recordar os três grandes momentos que nunca deixávamos de celebrar, aqui no Ramalhão :
  • O 15 de Outubro, festa de Santa Teresa de Ávila e aniversário do Colégio
  • O 29 de Janeiro, dia de S. Tomás de Aquino e festa do professor católico
  • O 19 de Março, dia de S. José , o patrono do nosso Colégio. Aliás neste dia não havia aulas. Antes actividades artísticas e desportivas. E, depois dum bom almoço,uma celebração eucarística para encerrar o dia.                                               
Num desses dias, os professores fizeram uma surpresa às alunas e apareceram também de uniforme : saia ou calças azuis escuras e blusa branca. Um sucesso!...Esta ideia do uniforme não foi inédita pois num jantar de finalistas as professoras "Paulas" apareceram de meninas com uniforme a sério. Com gravata e tudo. Bem se queriam misturar com as alunas mas só que elas vinham vestidas a rigor, em traje de gala...
O dia do professor era outra ocasião de festa. Habitualmente as alunas preparavam uma pequena comédia crítica alusiva aos professores, com graça mas sem ofensas. Depois, ofereciam uma lembrança a cada um.
A comunidade encarregava-se do almoço de festa.
Mas, num desses dias, a festa começou preparada pelas " Irmãs das aulas ". Combinei com elas e mandei recado para que todos os professores se reunissem na sala de visitas pois estava cá uma inspectora.
Houve excitação, aulas interrompidas, as funcionárias de cabeça no ar, recado para a direita, indicações para a esquerda...
Depois de um bocado de confusão como é de calcular,lá se juntaram os professores na sala, uns mais assustados que outros. Eram quase horas de almoço! Quando tudo estava mais calmo e arrumado, chegou a "inspectora" conduzida pela Ir. do Rosário. Cheia de caracóis, casaco comprido,mala ao ombro, pasta na mão... não fui reconhecida às primeiras. Só uma ou outra "mente mais esclarecida" se apercebeu que a inspectora era afinal a Ir. Teresa. Houve gargalhadas, exclamações de pasmo, alegria, conversas cruzadas. Uma festa! Afinal era a 1ª vez que me viam sem Hábito, que é o meu "uniforme" de todos os dias...
Eram dias diferentes os dias do professor. E pasmem os que não sabem... nesse dia ninguém fazia disparates
para não estragar a festa. Grandes Alunas!
                                Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Qual é o caminho?


A felicidade e a alegria são dons para os quais todos nós estamos destinados e nos apelam no nosso dia-a-dia. Mas a felicidade constrói-se e a alegria ressalta da liberdade de espírito e duma consciência tranquila, dum esforço de coerência entre o que se é e o que se quer ser, do acordo entre os nossos planos e desejos e o plano de Deus a nosso respeito.
Muitas  vezes  queremos  construir esta  felicidade pensando apenas em nós,  naquilo  que  nos agrada e envolvendo  os  outros nesses  mesmos projectos, sem pensar neles e nas suas vontades.
Muitas vezes queremos construir  a felicidade sem renunciar ao que nos agrada, ao prazer de momento; sem lutar pelo que se quer conquistar, sem nos lembrarmos que é o Espírito Santo que nos guia no nosso caminho.
Desde sempre, ainda antes de nascermos, já andamos à procura do caminho e, nos primeiros passos, somos orientados para aprendermos a percorrê-lo correctamente.
Com o crescimento, grandes e pequenos caminhos se nos apresentam; belas veredas e pedregosos carreiros; avenidas largas e ruelas estreitas. Uma imensidão que torna a escolha por vezes difícil e nos leva a opções erradas. Geralmente preferimos o belo ao triste, o fácil ao que se nos apresenta como dificuldades, o simples ao complexo.
Mas todos sabemos que há um único caminho que nos deve seduzir: o caminho d´Aquele que se nos apresenta como o Caminho, a Verdade e a Vida. Caminho para percorrer; Verdade para acolher; Vida para viver.
E é seguindo-O que encontramos a Alegria e enchemos de felicidade o nosso coração.
                                     Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,o.p.

domingo, 3 de novembro de 2013

Àcerca do Amor!

" Que maravilha que seja suficiente amar para ser melhor"
Acabei de reler esta frase de Marie-Alain Couturier e parei para reflectir sobre o Amor, sua definição, objectividade ,grandeza...
Começando pelo Amor de Deus... não o conseguimos imaginar na sua imensidão . Ele é tão grande que Deus nos deu o Seu Filho para que, com a Sua paixão e morte, nos tornasse filhos também.
Jesus Cristo foi quem concretizou esta dádiva do Pai, tendo-se oferecido e aceite desde toda a eternidade. Não se tornou melhor porque Ele era o Bem, mas a nossa correspondência a este amor terna-nos certamente melhores, porque nos faz generosos, humildes, disponíveis.
Qualquer que seja a expressão do Amor- conjugal, paterno-filial ou de amizade - pressupõe a disponibilidade, a entrega, a partilha. Pressupõe sairmos de nós mesmos para irmos ao encontro do outro, para entrar na sua alegria ou partilhar da sua dor, para sorrir com ele ou secar as suas lágrimas, para escutar as suas vitórias ou conhecer as suas derrotas.
Nas grandes alegrias, como nos momentos de dor, Jesus apreciou a presença dos Amigos e de Sua mãe. Aliás, no Jardim das Oliveiras, não quis calar uma certa desilusão:" Não pudestes velar uma hora comigo..."
A amizade, forma mais transcendente do amor, se assim se pode dizer, pressupõe uma acção de inter-ajuda, de saída de nós para ir ao encontro do amigo, daquele que conta connosco, com a nossa partilha, com o nosso silêncio.
É a disponibilidade para estar presente, para ouvir, pelo menos... se não para responder, dar o conselho certo, na hora adequada.
E, como acabei de ouvir, "a verdadeira amizade é aquela que o vento não leva e a distância não separa".
E é essa que devemos pretender para nós  e para aqueles que temos como amigos, porque é esse Amor que nos vai fazer melhores.
                 Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.