sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sexta-feira Santa em Jerusalem

Via dolorosa . É o princípio...
Seguimos este caminho percorrido por Jesus levando a cruz. Paramos em cada lugar rezando e meditando os textos das estações. Somos um grupo que não é muito grande mas a nós se juntam outros e ficamos muitos. Vamos andando...
É comovente esta multidão que segue a cruz, em todo este percurso longo e difícil, desde o palácio de Pilatos até à Igreja do Santo Sepulcro. Todos fazemos silêncio, todos tentamos viver a recordação dolorosa desta caminhada feita por Jesus.
Mas, pelo caminho, lojas abertas com artigos decorativos expostos para venda.
E gente que compra e que vende, que fala, que discute, indiferente à multidão que passa. Nem curiosos...
E turistas, esses sim, observando os que seguem em procissão, interrogando-se talvez,
o que estão fazendo no meio  daquela rua de comércio, entre uma multidão que reza e que canta.
Foi o que mais me impressionou!
Pensar que Jesus passou por ali, com a cruz aos ombros, exausto, o rosto dorido e ensanguentado, pelo meio de gente indiferente, talvez por demais acostumada a espectáculos como aquele.
Mas para mim não era um espectáculo. Era Jesus em oferta total. Era a Paixão que já tinha começado, que se estava a desenrolar e que ia terminar no Calvário com o abandono nas mãos do Pai.
Segui ... Seguimos todos... esquecemos os turistas , as lojas, os vendedores, as conversas dos indiferentes... Alguns rostos estão constrangidos... há algumas lágrimas discretas...
Finalmente, de joelhos, diante do túmulo de Jesus, prometemos... não sei o quê. Mas certamente que nada mais podia ficar igual. E não pode. 
Lembrar, hoje, esta Via Sacra, revivê-la, é assumir um compromisso.
Senhor, acolhe-me e transforma-me... Tu que, "pela Cruz remiste o mundo".
                Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P. 

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