Os meus pais faziam hoje 80 anos de casados. Digo faziam, porque já nenhum deles está entre nós. A minha mãe morreu há dois anos e o meu pai fez quarenta anos que nos deixou. Foi no ano da "revolução dos cravos" mas já não teve tempo de se aperceber de tudo quanto esta revolução nos ia trazer.
Portanto, já nenhum dos meus pais vive; mas eu continuo a lembrar este dia e a comemorá-lo.Junto de Deus, eles certamente ficarão contentes com isso. O meu pai não deixava passar nenhuma data sem a festejar...
Já não estão cá. Mas antes, foram quarenta anos de felicidade, de vida em comum, de alegrias e dificuldades partilhadas.
Nem tudo foi fácil. Houve dias melhores e dias piores como em todas as famílias. Mas, tiveram a felicidade de ver os filhos formados e com a vida estabilizada: o meu irmão casado e eu seguindo a minha vocação religiosa.
Lisboa era a sua cidade. Lá tinham estudado, passado a sua adolescência, vivido. Lá se tinham conhecido, casado e continuado a viver.
Ambos tinham irmãos e, para qualquer deles, a família era muito importante. Daí as festas vividas em família: o Natal , a passagem de ano, a Páscoa, os aniversários...
De certeza que eles, junto do Pai, estão a pedir por nós: os filhos, os sobrinhos, os netos.
Obrigada, meus pais, por tudo o que nos destes.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.
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