É engraçado como, à medida que vamos envelhecendo, nos vamos apercebendo melhor da velocidade com que o tempo passa. Os dias sucedem-se... o tempo corre... escoa-se entre os dedos como a areia com que brincamos na praia.
Ainda " ontem " foi Verão e gozávamos das alegrias do calor à beira mar e já estamos novamente quase a preparar as malas para férias. É que já estamos em férias de Páscoa. Páscoa "hoje" quando ainda "ontem" foi Natal ... O tempo voa!
E porque estamos em férias e é domingo, há um grande silêncio a envolver-nos. Ainda não é o grande Silêncio da Semana Santa, mas acho que este nos começa a preparar para ele.
E sentimo-nos estranhos com este silêncio que nos rodeia, consequência da ausência de alunos, das suas brincadeiras, dos seus gritos por vezes incómodos.
Mas também fruto dum tempo sombrio, algo opressivo, apesar do sol querer despontar para dizer que estamos na Primavera.
O silêncio continua a envolver-nos neste início de manhã. Talvez aproveitarmos para criar em torno de nós o ambiente de sossego propício à reflexão tão adequada a estes dias de fim de Quaresma, de vésperas de Semana Santa.
Deus fala no silêncio! Deixemos que ele nos invada e nos encha de paz. Desprendamo-nos de conversas inúteis, de trabalhos desnecessários, de pensamentos incómodos , de planos desassossegados. Recordemo-nos que desprendimento significa libertarmo-nos, ficar "livres para"...entrar no nosso quarto, fechar a porta e encontrarmo-nos com Jesus, segui-Lo na Sua caminhada até ao Calvário; livres para testemunhar o Amor de Deus que exigiu a morte do Seu Filho para salvação dos homens; livres para, à semelhança de Maria, dizer o nosso Sim de adesão ao plano do Pai.
Procuremos o silêncio e nele fiquemos, com a certeza de que estamos sós mas... nós e Deus.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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