segunda-feira, 15 de abril de 2013

O ser e o parecer

Estava em Lisboa e atravessava o Largo da Estrela quando uma senhora muito simpática se dirigiu a mim e educadamente me falou: " Oh! Irmã! que prazer vê-la assim vestida... Há tanto tempo que não vejo uma Irmã de Hábito!..."
"Mas, minha senhora, ainda há muitas Irmãs que andam de Hábito..."
" Pode ser mas há anos que não vejo nenhuma e vê-la a si, agora, foi um prazer. É que eu fui educada num colégio de freiras e é o Hábito que, para mim, identifica as irmãs".
Separámo-nos; a senhora seguiu o seu caminho e eu entrei na Basílica, que era o meu destino. Mas fiquei a pensar naquela última frase : " O Hábito identifica as Irmãs"
Em boa verdade não devia ser assim. As atitudes, a maneira de ser, os valores, a alegria... é que deviam identificar as Irmãs.
Os primeiros cristãos não tinham hábito mas eram reconhecidos. E eram-no, pelo seu amor "Vede como eles se amam".
É esse amor, esse testemunho, que nos deve fazer reconhecer como Irmãs, religiosas, pessoas consagradas.
E porque o somos, devemos manifestar com alegria a santidade de Deus. E se olharmos, com verdade para a nossa vida, saberemos se, em cada momento, estamos ou não a manifestar essa santidade que está em nós pela Consagração religiosa, depois de o ter estado pelo Baptismo.
" O hábito não faz o monge" é ditado popular que deve ser anotado nas nossas vidas. Mesmo que para aquela senhora ( e para muita gente) o Hábito seja um sinal ( para mim também...) há outros valores que são imprescindíveis como testemunho da vida religiosa. E se eles não acompanham a veste branca e preta ( no nosso caso) bem podemos "passear " o Hábito que o nosso testemunho não será entendido e, menos ainda, seguido.
E , nesta semana de oração pelas vocações, não basta rezar. É preciso ser. É necessário mostrar ao mundo que a vida religiosa é um opção que se faz e se segue com alegria para, precisamente, testemunhar a santidade de Deus.
Não esqueçamos que pedimos isso mesmo no Pai Nosso: Santificado seja o Vosso nome.
                                    Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.

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