terça-feira, 30 de abril de 2013

A página em branco

Michel Quoist escreveu , às tantas, no seu livro Prières que " a vida é o novo evangelho em que nós próprios escrevemos uma folha cada dia".
E escrevemos! Se soubermos ouvir Deus e actuar de acordo com as Suas indicações. Ele fala-nos através dos acontecimentos do dia-a-dia como nos falou e nos fala pelo Seu Evangelho.
A vida é cheia de novidades, de imprevistos, de alegrias, de tristezas, mas todos e cada um desses acontecimentos são sinais que nos querem alertar para que estejamos despertos e capazes de os interpretar. E... viver. A resposta que vamos dar a cada acontecimento, de acordo com a palavra que Deus nos inspirou, é a página que vamos escrever.
Página em branco que vamos preenchendo com atenção, com carinho, com Amor.
Página em branco da nossa vida, que não se repete, que não se apaga, e que deve ser um testemunho para os que nos "lêem " a vida.
No domingo devíamos ter preenchido uma página cheia de alegria, qualquer que fosse o nosso estado de alma. É que era o "dia internacional do sorriso". 
Mais um dia que, no calendário, marca uma situação - o dia do sorriso.
Neste momento até não é nada despropositado fazer apelo ao sorriso. É que há mais lágrimas que sorrisos, mais tristeza que alegria. E Deus quer-nos felizes. Mesmo que a preocupação, a incerteza, a dúvida nos invada... É preciso dar uma lição de alegria a todos os que andam cabisbaixos e infelizes, porque Deus não se tornou indiferente e impotente perante as realidades que nos cercam. Deus continua atento e presente. Será que perdemos a esperança?
                   Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.





segunda-feira, 29 de abril de 2013

Santa Catarina de Sena

Dia 29 de Abril. Festa de Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja e Padroeira da Europa!
É também a patrona da nossa Congregação: Dominicanas de Santa Catarina de Sena... Mas também para a Ordem Dominicana ela é importante. Não é mais uma santa do calendário romano ou dominicano. Desempenhou um papel de relevo como mulher e pregadora.
Soube, à imagem de S. Domingos, conciliar contemplação e pregação e foi a sua oração intensa que lhe deu a força para enfrentar quantos desafios se lhe apresentaram, desde convencer o Papa Gregório XI a deixar Avinhão e voltar para Roma (1377) ou lutar para evitar o Cisma do Ocidente até encarar e procurar resolver os problemas políticos e sociais da sua época.
Será que hoje nos falta uma Santa Catarina? !...
A sua grande preocupação foi a unidade da Igreja e daí a sua luta para que o Papa voltasse a Roma e tudo se fizesse para impedir o Cisma. Não conseguiu todas as coisas porque lutava. Talvez os desígnios de Deus fossem outros ou os planos dos homens tivessem mais força... Mas as suas preocupações e intenções... essas... não foram certamente em vão.
Como Dominicana, centrou a sua vida nos 4 grandes pilares da Ordem: oração, vida comum, estudo e missão apostólica.
Catarina Benincasa, que nasceu a 25 de Março, de 1347, desde muito jovem mostrou uma grande tendência para a vida de piedade e um grande amor à Igreja . Era extraordinária a sua penitência e  depois, a sua dedicação aos doentes e o seu fervor apostólico.
Aos 16 anos, entrou para as Irmãs da Penitência de S. Domingos e aos 20 anos, por inspiração de Deus, começou a sua vida apostólica, em favor da unidade da Igreja mas também na condução de homens e mulheres no caminho da virtude e da paz.
Não é uma Santa cuja vida seja de fácil imitação. Mas também não será isso que ela pretende de cada um de nós. Simplesmente fornecer-nos pistas para nos ajudar a seguir o caminho que Deus pretende que vivamos. Não deixemos passar este dia sem pedir a Santa Catarina que nos ensine o seu amor e o seu ardor na contemplação.
                         Ir. Maria teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

domingo, 28 de abril de 2013

" Não leveis nada para o caminho..."

Um amigo meu, aqui há tempos, comentava esta recomendação de Jesus e (entenda-se a extrapolação) dizia da sua aplicação e oportunidade, sobretudo quando se tem que fazer uma caminhada de mochila às costas, como é o caso da  peregrinação a pé a Santiago de Compostela.
Depois disso e meditando na palavra de Jesus e nos comentários feitos, pensei em quantas coisas supérfluas metemos numa mala quando saímos para um fim de semana, para uma viagem ou para férias na praia.
Levamos tudo o que pensamos precisar, tudo o que talvez precisemos, tudo o que sabemos de antemão que não vamos precisar, mas... Talvez!
Trabalho a mais e peso desnecessário, mesmo que não tenhamos que carregar com a mala...
E passando para outro nível, o da vida de todos os dias, será que não fazemos também assim?
Mesmo sem querer, vamos acumulando: o que nos dão, o que adquirimos, o que juntamos... porque nos pode vir a ser necessário ou útil, porque são recordações, porque é de estimação, porque é interessante, porque não temos coragem de nos desfazer...
E vamos enchendo prateleiras, gavetas e arcas. E choramos se, um dia, a vida nos exige mudar e deixar tudo.
" Não leveis nada para o caminho " recomenda Jesus aos apóstolos quando os envia a pregar. Não leveis... alforge, comida, duas túnicas; não transporteis bens inúteis nem acumuleis o que não necessitais.
Lembro-me daqueles jovens do meu tempo que parecia não precisarem de nada, que viviam felizes com o indispensável. E o indispensável era tão pouco...
Houve um tempo em  que uma amiga minha sonhava, para nós, com uma tenda no deserto. Simplesmente... o deserto ficava longe, era difícil de alcançar e a tenda... não se coadunava com a nossa vida na altura.
Mas o sonho ainda persiste.
Este sonho que deve ser de todos nós . Um sonho de desprendimento, de liberdade, de acolhimento, de confiança no Pai que dá o "pão nosso de cada dia" e alimenta os " lírios do campo, que não semeiam nem colhem ".
                                             Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

sábado, 27 de abril de 2013

O Bom Pastor

No domingo passado festejámos o dia do Bom Pastor. Mas depois, durante toda a semana, os textos da Missa e do Ofício fizeram referência ao pastor e às ovelhas. S. João, no seu Evangelho referia-se às ovelhas de duas maneiras: as que entram no aprisco e as que se afastam.
O bom pastor é aquele que vela pelas suas ovelhas, que vai atrás daquela que se afastou do rebanho, que procura libertar a que ficou presa nos espinhos do caminho, que pega ao colo naquela que está ferida ou doente, que faz uma festa porque se encontrou a que andava perdida...
O bom pastor vai... chama... ajuda. Mas não pressiona, não obriga, não exige.
O bom pastor indica o caminho certo, corrige os erros, perdoa os desvarios...
Assim fez Jesus com o jovem rico, o filho pródigo, a mulher pecadora, a samaritana...
Se percorrermos os Evangelhos, encontramos muitos outros exemplos de Jesus chamando, corrigindo, acolhendo, perdoando. Não O vemos  pressionando, exigindo, condenando.
Jesus, o Bom Pastor, veio para reunir as suas ovelhas, "não perder nenhuma das que o Pai lhe deu", ensinar a Boa Nova do Amor e do perdão.
Nós, somos as suas ovelhas e Ele , como pastor, conduz-nos a "prados verdejantes", ensina-nos o caminho seguro, perdoa as nossas tentações e erros, acolhe-nos com carinho.
A todos convida a que sejamos santos, porque filhos dum Pai que é santo. A todos tenta ajudar a percorrer o caminho da fidelidade que conduz a essa santidade. A todos procura mostrar que o Amor é o grande dom que leva à felicidade.
De todos espera a resposta de Jeremias: " Senhor, Tu me seduziste e eu deixei-me seduzir".
Saibamos querer ser ovelhas deste aprisco e encontrar  a vereda luminosa de Fé e de Confiança que nos leva a fazer parte do rebanho dos filhos de Deus.
                                        Ir. Maria teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

As gaivotas também dão lições

Depois de pensar e escrever sobre as andorinhas e as lições que nos podem dar,bem como sobre pinguins, e a sua "parecença" com dominicanas, era impossível deixar de me vir à memória um livro muito falado na década de 70 e que tratava de gaivotas.  Tinha como título "Fernão Capelo Gaivota " e foi escrito por Richard Bach.
É um romance de ficção que nos sugere ideias de liberdade, de aprendizagem, de perdão, de amor...
Talvez por tudo isso era considerado um livro polémico; contestatário e idealista para uns; vulgar e teórico para outros. Mas para alguns, apresentava uma mensagem de vida que não podia ser ignorada.
A gaivota Fernão era uma idealista, como muitos de nós, inconformada com a vida rotineira do seu bando.
Tinha grandes aspirações ( e nós, não, por vezes?). Queria experimentar novos voos, fazer novas tentativas. Isso incompatibiliza-o com o grupo que acaba por a banir. E ela parte.
Mas, não acaba longe do seu grupo, proscrita, abandonada.
Não acaba porque, como na vida, há uma mão amiga que a ajuda, que a  interpela, que a convida, que a traz de volta e incentiva as suas aspirações. E, mais ainda, ensina-lhe o valor do perdão e diz-lhe que só ele conduz à verdadeira liberdade. E ela aceita a ajuda e aceita voltar para ensinar os irmãos e partilhar com eles as suas descobertas. Apesar das vozes discordantes...
Humildemente mas com perseverança e amor, consegue que um grupo a oiça e a siga.
Também nós podemos "voltar" e, com paciência ir fazendo fermentar o nosso "querer".
Digam lá se não é uma grande mensagem que este livro nos transmite...
Para as nossas vidas, as nossas famílias, a sociedade em que vivemos.
Podemos ser "inconformados" mas temos que olhar e compreender os outros. Podemos ter grandes sonhos mas sozinhos não os conseguimos realizar. Podemos ter sido "banidos" mas o amor cura todas as feridas.
                               Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Pinguins, andorinhas e dominicanas

Andando a pensar em andorinhas recordei-me de uma outra ave que, antigamente, as crianças aqui no Colégio comparavam a nós-os pinguins.
São aves brancas que parecem ter um manto preto. Tal e qual como as dominicanas que usam hábito branco  e véu e capa pretos.
E depois, as mais idosas, por vezes, têm um andar um pouco bamboleante e os braços afastados. Somos ou não parecidas?
Não nos ofende esta comparação. Antes ao contrário, até lhe achamos alguma graça.
Mas se entramos no campo das comparações com aves, temos outra de que as crianças nunca se lembraram. As andorinhas! também se vestem de branco e preto. E voam... seguem sonhos, acompanham ilusões, conhecem ambientes novos... Tal como nós, às vezes!
Mas as andorinhas também nos dão algumas lições:
. de fidelidade ao lugar onde construíram o ninho e onde regressam cada Primavera;
. de perseverança, porque não desistem de percorrer grandes distâncias, mesmo quando o cansaço as  invade;
. de alegria nas suas movimentações, mesmo que o dia esteja mais triste e o tempo mais frio;
. de liberdade, na facilidade com que abrem as asas e se afastam, sem se deixar prender nas tramas da vida;
. de solidariedade e apoio, vivendo em bandos e não deixando para trás os mais fracos;
Pinguins ou andorinhas... semelhanças com o nosso Hábito branco  (símbolo de pureza ) completado com o negro ( indicador da penitência que o desprendimento, a missão, a vida comum, o estudo e a oração pressupõem) .
Pinguins ou andorinhas... como eles, saudemos a felicidade que devemos encontrar e construir nas nossas vidas, agradecendo a Deus os dons recebidos e a alegria da partilha.
                      Ir. Maria  Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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quarta-feira, 24 de abril de 2013

A Primavera e as andorinhas

Parece que, finalmente, a Primavera chegou.
Pelo menos o sol está mais intenso, o céu mais azul, a temperatura mais alta.
Ainda há algum vento, mas isso também é típico da Primavera para não nos esquecermos totalmente que o Inverno existe.
Mas o que costuma igualmente ser apanágio da Primavera e que eu ainda não vi este ano, são as andorinhas.
Era habitual terem os ninhos debaixo da torre do pátio principal e fazerem os seus voos de descoberta através do pátio. Este ano, nem andorinhas, nem voos nem ninhos.
Será que estas simpáticas aves não perceberam que o tempo está a mudar e a Primavera chegou? Ou será que sentiram que esta mudança é demasiado transitória para aparecerem? Ou ainda outra hipótese mais terrível: será que a sua ausência se deve à acção da poluição ambiental? Mudança de costumes migratórios não me parece que seja...
Será que a acção do homem, os seus atentados contra a natureza, os incêndios, as inundações provocaram o desaparecimento das andorinhas? Se assim foi, que pena!...
Para além de lamentar os atentados e as catástrofes, lamento a ausência das andorinhas, anunciadoras da mudança de estação, indicadoras de que o calor ia chegar, a chuva desaparecer e o sol sorrir.Com a sua roupagem negra e branca, animavam a paisagem e eram uma alegria para os olhos.
Agora,de vez em quando, há uns passarinhos voando no jardim. Menos mal... Mas, não substituem as andorinhas.
Será que elas foram conhecer outros paraísos mais apetecíveis?
Todos os dias olho com atenção tentando perscrutar indícios da chegada das andorinhas. Mas, nada!
Apetece-me dizer que já nada é como dantes...
Mas não digo, porque isso seria uma atitude de pessimismo e desilusão que contraria a minha maneira de ver a vida e aquilo que penso nos deve animar no nosso dia-a-dia.
É preciso confiar e acreditar que, mesmo sem andorinhas, a Primavera volta todos os anos como o sol nasce cada manhã. É mais um dom que devemos agradecer ao Pai.
                            Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.


terça-feira, 23 de abril de 2013

" Dia do Escutismo "

Ontem foi o dia internacional da terra e hoje comemoramos o dia do escutismo. Muito a propósito, pois este é um dos movimentos que maior preocupação manifesta com o ambiente. Até porque a maioria das suas actividades são ao ar livre e por isso não podem deixar de ter uma forte componente ecológica.
O fundador do escutismo foi Robert  Baden  Powell  que os escuteiros  apelidam, carinhosamente, de BP.
Desde muito jovem treinou as suas capacidades não só de sobrevivência mas também de convívio com a natureza. Aprendeu a cozinhar, a observar os animais e seus costumes, a seguir uma pista, etc..  Tudo coisas úteis para quando começou a desenvolver a sua acção junto dos jovens.
Em 1876, com a sua entrada para o exército e com  as várias  campanhas que lhe
couberam desenvolver fora do país, adquiriu competências que procurou pôr em prática, no movimento que criou, com os jovens que a ele aderiram.
A 1ª tentativa que fez, de reunir jovens, foi num acampamento que se revelou um sucesso. Estávamos na primeira década do sec. XX. Em 1908 já existiam 60.000 escuteiros.
Instigado e apoiado pelo Rei inglês Eduardo VII, deixou o seu posto no exército para se dedicar inteiramente ao movimento do escutismo.
Em 1912 o movimento chegou a Portugal  mas só em 1923 o arcebispo de Braga - D. Manuel Vieira Matos lançou as bases do movimento católico - CNE - Corpo Nacional de Escutas.
O Movimento dos escuteiros católicos tenta ajudar os jovens a crescer, a procurar a sua felicidade e a dos outros, a descobrir e viver os valores do homem novo.

O escutismo ajuda na formação dos jovens, ensinando-os a serem responsáveis, autónomos, perseverantes, justos, leais e honestos.
Procura que sejam pessoas capazes de reconhecer os seus erros e superá-los, com alegria, compreensão e solidariedade.
A formação do escuteiro abrange o desenvolvimento afectivo, social, intelectual,    físico, do carácter e espiritual.
Parabéns, Escuteiros. Que saibam cumprir o vosso lema e ser-lhes fiéis.
                                  Ir. Marisa Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
                                     

  

segunda-feira, 22 de abril de 2013

" Dia da Terra "

Dia 22 de Abril. É hoje que celebramos o Dia Internacional da Terra.  Mais um dia que, no calendário, tem uma designação própria e intencional. Aliás quase todos os dias do ano conseguem ter denominações alusivas a factos, mais ou menos relevantes: Dia da música, da paz, da poesia, da voz, da criança, etc..
Mas este "Dia da Terra" não é dos mais antigos. Surgiu em 2009 por iniciativa da Organização das Nações Unidas, para chamar a atenção de todos nós para a responsabilidade que temos na manutenção da harmonia da Natureza.
É importante, sobretudo neste momento, em que o planeta está ameaçado pelas mudanças climáticas,  pelo esgotamento, e não a muito longo prazo, dos recursos naturais, pelo desequilíbrio dos ecossistemas naturais.
Mas quando falamos em "surgimento" do Dia Internacional da Terra, estamos a referir-nos à sua oficialização, pois a ideia veio já dos anos 70. Deveu-se ao senador americano- Gaylord Nelson - que incentivou um grupo de jovens hippies a manifestarem-se a favor da defesa da Terra. Parecia uma "ideia peregrina" numa altura em que, na América, se pensava mais na felicidade e conforto individuais. Mas resultou e milhões de americanos vieram para as ruas protestando e defendendo um planeta limpo e saudável.
Estas "acções de rua" e de protesto nascem muitas vezes do descontentamente e desconforto de um grupo, mais ou menos radical, a que facilmente chamamos desordeiros, revolucionários, contestatários, etc..Mas, são eles que agarram uma ideia e a levam em frente, às vezes com muito sucesso.
Por vezes são idealismos, "ardores da juventude", contestações de quem é jovem , tem uma vida ideal para viver e se opõe a princípios institucionalizados.
Mas, em certas alturas, geram-se correntes de acção positiva, que podemos e devemos acalentar.
Saibamos entusiasmar-nos e defender valores que, agora e sempre, são indescartáveis.
                                  Ir. Maria. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.


sábado, 20 de abril de 2013

Semana de oração pelas vocações

Estamos a terminar a semana de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas.
E bem podemos rezar pelos jovens desta Europa tão descristianizada para que estejam atentos ao apelo do Pai e aceitem responder Sim. Deus não obriga ninguém. Apenas chama : Queres?...
Mas, Vocação, o que é?
O dicionário indica-nos que é o acto de chamar, mas também inclinação, predisposição, escolha, talento.
Uma variedade de definições...
Mas o catecismo também não tem um resposta muito diferente, neste particular. Mas apresenta-nos três escolhas possíveis: 
 

 . Vocação para o sacerdócio / vida religiosa
 . Vocação para o matrimónio
 . Vocação para uma vida laical consagrada     

Qualquer delas corresponde a uma resposta a um apelo que nos é dirigido, a uma escolha que deve ser livre e voluntária, a um predisposição para servir Deus, os irmãos, a família.
Mas estes não são os únicos exemplos a que podemos chamar vocação.
Também podemos, a outro nível, chamar vocação à inclinação, ao talento, ao gosto por uma profissão, ao jeito, à aptidão para uma arte.
Em todos os casos temos que fazer opções, escolhas, e segui-las com entusiasmo e alegria, procurando o melhor e correspondendo aos dons que Deus nos deu.
Mas esta semana, privilegiámos a opção pelo sacerdócio e a vida religiosa.
A escolha deste caminho, pressupõe uma vida de solidão, no sentido de ausência duma  família, tal como a definimos, mas não a ausência duma realização afectiva, a qual é imprescindível ao ser humano, qualquer que seja a sua opção. Simplesmente, tem que estar orientada para Deus que nos escolheu e nos deu a liberdade de O escolhermos.
Aliás, os sacerdotes, como os religiosos, optaram por aceitar o convite de Jesus para viver segundo a Sua Vontade, apesar das suas deficiências, das suas fraquezas, dos seus erros.
Aceitaram,confiantes que Deus está sempre pronto para perdoar.
Rezemos, para que haja muitos jovens a responder Sim ao apelo e muita fidelidade dos que já o disseram.
                          Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P. 


                                                                              

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Hino à alegria

Ontem à noite estava cansada e, para descontrair, resolvi ouvir música, como faço habitualmente.
Música clássica, claro! que é a minha preferida.
Entre as várias possibilidades que se me ofereciam escolhi Beethoven, esse músico alemão do sec. XVIII que considero óptimo e cuja música distrai e acalma. Das suas obras, propus-me ouvir a 9ª sinfonia cujo 4º andamento - o Hino à Alegria - aprecio sobremaneira. É uma música viva, alegre e, simultaneamente, calma, repousante.
Através dela, mesmo sem letra, sentimos expresso o apelo à liberdade, à paz, à solidariedade,  porque a música não precisa de palavras para se expressar; ela tem uma linguagem universal.
Talvez por isso, a União Europeia escolheu esta música para seu Hino, por expressar valores que devem estar presentes em todos os países e em todos os povos que formam a U. E..

Ao mesmo tempo que ouvia a música, ia dando volta a algumas letras e achei interessante esta dos escuteiros em que eles aplicam o texto às suas actividades:
         Escuta, irmão, esta canção de alegria
         O canto alegre de quem espera um novo dia
                        
                            Vem, canta, vive cantando
                            Vive esperando um novo sol
                            Vem e os Homens
                            Voltarão a ser irmãos
                            
           Se a injustiça te esmagar sonhos de paz
           E a violência te roubar a luz da esperança

          Se a opressão te encontrar na caminhada
          não decepciones pois a luta tem sentido

            Se no teu caminho só existir a tristeza
            E o grito amargo duma solidão total

            Quando a mentira acampar em teu redor
            E a Verdade for difícil de viver

            Se não encontrares a alegria nesta Terra
            Escuta, irmão, algo mais há para além dela.
                                                                    
            letra: escuteiros
            música: Beethoven

Sempre que estivermos tristes, abatidos, desanimados, ouçamos este Hino à Alegria. E também sempre que a alegria nos invada.
                                      Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

                                                                            

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O tempo e nós

O tempo está como as pessoas, às vezes.
Ora quente, ora fresco; uns dias luminosos outros sombrios; numas ocasiões ventoso e agreste noutras calmo e tranquilo.
Nesta altura do ano, plena Primavera, esperaríamos que a temperatura se apresentasse mais amena, o sol mais intenso, o vento mais apaziguado. No entanto, o que acontece é que uns dias temos o que esperávamos e noutros não. Antes, tudo ao contrário.
As pessoas, por vezes, também são assim. Há dias em que se apresentam animadas e alegres; outros em que esperávamos encontrá-las felizes e bem dispostas e deparamos com um muro de silêncio e inquietação que as oprime. E porquê?
No fundo, reagimos assim porque não sabemos tirar partido das coisas boas que temos, agradecê-las ao Pai , verificar que Ele nos favorece com o Seu Amor e a Sua preocupação a nosso respeito, o Seu dom a cada momento.
É uma forma de ingratidão não reconhecermos a acção de Deus em nós e para nós. Ingratidão que, segundo S. Tomás, constitui um pecado, em relação àquela petição do Pai Nosso : O pão nosso de cada dia nos dai hoje...
Pão... não é apenas o que comemos, o que nos mata a fome.
Pão que alimenta é também a Eucaristia  e a Palavra das Escrituras, mas igualmente a alegria, a felicidade a que somos chamados.
Se compreendermos que tudo nos foi dado, que tudo Deus vai pondo à nossa disposição segundo as nossas necessidades, não vale a pena acumular. Aliás, quem conhece o dia de àmanhã?
E, não vale a pena ficar triste porque não conseguimos, hoje, o que tínhamos planeado. Antes, agradeçamos o que conseguimos já.
Assim, encontraremos a Felicidade que Deus quer para nós e a alegria sorrirá nos nossos olhos.
                               Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Sobressaltos

Não há como estar calma e tranquilamente no silêncio do quarto, deixando passar as horas porque não se tem condições de fazer nada,para se ter a imaginação activa e pronta a mil interpretações, mais ou menos, disparatadas.
Foi o que me aconteceu outro dia, quando estive doente.
De olhos fechados "olhava para dentro" e pensava em mil coisas, umas mais importantes do que outras.
De repente, uma luz intensa entra pelo quarto e faz-me abrir os olhos. Que foi isto? pensei. E mil hipóteses me vieram ao pensamento, qual delas a menos lógica: Uma estrela cadente, um fogo, o milagre do sol em Fátima... e, mais prosaicamente, os faróis dum automóvel entrando pela janela.
Uma luz... Que luz? Não tinha resposta e também não levei muito tempo a imaginar respostas.
Preferi recordar um texto escrito por um amigo meu, para a festa de S. José, e em que ele diz que S. José é muitas vezes representado com uma lanterna na mão, uma "luz que simboliza a iluminação que ele deve realizar junto do Menino que nasceu e de todos os que dele se aproximam para o verem".
Esquecemo-nos muitas vezes de S. José. Até nós, que o temos como padroeiro do Colégio.
S.José, esse santo extraordinário , escolhido para acompanhar Jesus na Sua caminhada na Terra. Um santo a quem foi pedido uma imensa prova de Fé. Um santo de quem tão pouco se fala nos Evangelhos porque a sua missão terminara quando ele aceitou receber Maria em sua casa.
No dia 19 de Março é a sua festa.
Celebramo-la habitualmente porque o temos como patrono.
Este ano tivemos que antecipar a festa porque a 19 já estávamos em férias. Mas não deixámos de ter uma grande festa. Até o Presidente da Câmara de Sintra nos visitou e nos ofereceu a medalha de ouro de mérito na educação...
Continuemos a venerar S. José e a confiar na sua protecção
                      Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,o.p.

terça-feira, 16 de abril de 2013

O apelo continua

Realmente a Estrela ( Largo e Basílica incluída ) são pontos de encontro dos mais variados.
Revêem-se pessoas,voltam a ver-se amigos, marcam-se entrevistas, ouvem-se conversas, das mais edificantes às mais hilariantes.
No domingo, era o início da semana de oração pelas vocações. No adro da Basílica, uma multidão, como de costume. É a altura dos cumprimentos, da troca de impressões, do pôr em dia as notícias.
Um grupo de jovens, já adultas, meio a sério meio a brincar, foram dizendo :" Nosso Senhor está pouco preocupado com a Sua Igreja. Ela está à míngua de vocações..."
Apeteceu-me intervir mas estava com pressa e não conhecia as pessoas...
Às vezes pecamos por esta falta de iniciativa ou de coragem, não sei! Mas apeteceu-me intervir e dizer àquelas jovens que não é Nosso Senhor que está pouco preocupado com a Igreja, o apostolado, as vocações. São os jovens, são as famílias que não estão atentos.
Jesus continua a chamar, continua a fazer o apelo que dirigiu a Pedro ou ao Jovem rico. Mas, como aconteceu com eles, as nossas respostas podem ser diferentes. Pedro aceitou a chamada, deixou tudo e fez-se "pescador de homens". O jovem rico não aceitou. Retirou-se triste mas não teve a coragem de " soltar as amarras ", de quebrar as cadeias que o prendiam.
Jesus continua a chamar. Mas as famílias fecham-se em si mesmas e nos seus interesses. E os jovens... estão muito mais interessados no prazer, nas alegrias de momento.
Mas Jesus continua a chamar.
E ao chamamento chama-se vocação. A ele respondemos positiva ou negativamente. E a escolha é nossa. Queres?
                             Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

O ser e o parecer

Estava em Lisboa e atravessava o Largo da Estrela quando uma senhora muito simpática se dirigiu a mim e educadamente me falou: " Oh! Irmã! que prazer vê-la assim vestida... Há tanto tempo que não vejo uma Irmã de Hábito!..."
"Mas, minha senhora, ainda há muitas Irmãs que andam de Hábito..."
" Pode ser mas há anos que não vejo nenhuma e vê-la a si, agora, foi um prazer. É que eu fui educada num colégio de freiras e é o Hábito que, para mim, identifica as irmãs".
Separámo-nos; a senhora seguiu o seu caminho e eu entrei na Basílica, que era o meu destino. Mas fiquei a pensar naquela última frase : " O Hábito identifica as Irmãs"
Em boa verdade não devia ser assim. As atitudes, a maneira de ser, os valores, a alegria... é que deviam identificar as Irmãs.
Os primeiros cristãos não tinham hábito mas eram reconhecidos. E eram-no, pelo seu amor "Vede como eles se amam".
É esse amor, esse testemunho, que nos deve fazer reconhecer como Irmãs, religiosas, pessoas consagradas.
E porque o somos, devemos manifestar com alegria a santidade de Deus. E se olharmos, com verdade para a nossa vida, saberemos se, em cada momento, estamos ou não a manifestar essa santidade que está em nós pela Consagração religiosa, depois de o ter estado pelo Baptismo.
" O hábito não faz o monge" é ditado popular que deve ser anotado nas nossas vidas. Mesmo que para aquela senhora ( e para muita gente) o Hábito seja um sinal ( para mim também...) há outros valores que são imprescindíveis como testemunho da vida religiosa. E se eles não acompanham a veste branca e preta ( no nosso caso) bem podemos "passear " o Hábito que o nosso testemunho não será entendido e, menos ainda, seguido.
E , nesta semana de oração pelas vocações, não basta rezar. É preciso ser. É necessário mostrar ao mundo que a vida religiosa é um opção que se faz e se segue com alegria para, precisamente, testemunhar a santidade de Deus.
Não esqueçamos que pedimos isso mesmo no Pai Nosso: Santificado seja o Vosso nome.
                                    Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Vivendo a Eucaristia

Faz parte da formação religiosa no nosso Colégio a realização de, pelo menos, duas Missas por ano: Natal e Páscoa.
É um encontro no ginásio, transformado em capela e devidamente ornamentado. Neste encontro, para celebrar a Eucaristia, participam todos os alunos desde a pré-primária e respectivos professores e auxiliares.
Ontem, foi um desses dias, em que nos reunimos para a celebração da Páscoa.
A Irmã Conceição andou numa roda viva a preparar tudo, pondo em movimento todos os funcionários. Uns transportaram vasos de orquídeas, outros colocaram cadeiras, outros ainda montaram altar e restantes  acessórios.
Foi celebrante o Frei Filipe, O.P. e animou a Eucaristia o coro do Colégio com o apoio da prof. Ilka e do dr. João Paulo.
Claro que há sempre alunos muito interessados  e outros menos participativos mas isso acontece mesmo quando vão à Missa com a família. No entanto, ontem correu tudo muito bem. Houve silêncio, concentração e os alunos que leram a Leitura da Missa e as preces da Oração dos Fiéis, fizeram-no com muita convicção. A Comunhão também decorreu com ordem e serenidade.

São importantes estes momentos em que, juntos, celebramos Jesus Cristo e a Sua presença no meio de nós. Até porque estamos num Colégio religioso em que não podemos deixar de enriquecer a nossa Fé e testemunhar o que ensinamos e aprendemos.
A Missa, que torna presente a Ùltima Ceia, não pode ter mais sentido do que nestes dias em que celebramos a Ressurreição e recordamos tudo o que a antecedeu.
Levemos para a nossa vida do dia a dia o que pedimos e recebemos de dom e de graça.
                               Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

A festa continua

Lembrando ontem os "velhos amigos", não podia deixar de pensar que estamos a viver os 70 anos do nosso Colégio e isso traz à memória um "batalhão " de antigos alunos que ficaram ligados a nós e que recordamos com saudade.
Estou a escrever no Laboratório, esta sala onde se viveram tantas aventuras, onde se aprendeu tanta coisa, onde se falou de tantas realidades.
E vou recordando os episódios, mais ou menos engraçados, que aqui ocorreram, ao mesmo tempo que evoco as minhas alunas, as que passaram por esta sala de trabalho mas igualmente de conversa e desabafo. E lembro também as que, não sendo de Ciências, me tinham como responsável e também iam passando por aqui.
De vez em quando vão aparecendo alguns alunos ou encontramo-nos em Sintra ou em Lisboa. E é um nunca acabar de lembranças, de recordações...
Gostaria que viessem cá muitos antigos alunos, no dia 4 de Maio. É o encontro dos Antigos Alunos, com recepção e convívio às 11horas, almoço partilhado às 13horas e sessão cultural às 15h30m. Espalhem a notícia, sim? Que uma das vossas grandes possibilidades são as novas tecnologias... Não se esqueçam que estamos a celebrar os 70 anos deste vosso Colégio e há encontro, todos os anos, no primeiro sábado de Maio. Mas este ano, é especial.
Habitualmente há sempre mais raparigas do que rapazes mas isso é natural, porque elas fizeram, durante muitos anos, o histórico do Colégio. Mas uns e outros são bem-vindos. Cá os esperamos!
Já celebrámos os 50 e os 60 anos. Agora estamos a lembrar 70 anos. Ainda há cá Irmãs desse tempo bem como alguns professores.
Juntemo-nos para cantar o nosso Hino que também ele tem já 20 anos:
                                       Alegria, amor, amizade,
                                       Trabalho, esforço, oração,
                                       Dádiva, Fé, lealdade,
                                       São normas no Ramalhão.
                                Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.   

terça-feira, 9 de abril de 2013

Velhos e novos Amigos

Acordei com o refrão duma música no ouvido, música já esquecida mas que era dos meus tempos de jovem : "Onde estão os meus velhos amigos?"
E fiquei a pensar nos meus "velhos amigos" , as companheiras do tempo do liceu, os colegas da faculdade, as pessoas com quem trabalhei na Gulbenkian ou no Colégio Militar, os professores aqui do Colégio, os funcionários que acompanharam as nossas actividades...e as alunas, com quem convivemos mais ou menos anos, com quem partilhámos aulas, passeios, interesses.
E fiquei a perguntar-me o que sei deles, velhos amigos, onde estão?
Dalguns, tenho notícias, continuamos a falar-nos e quando nos juntamos, mesmo que seja muito tempo depois, é como se tivéssemos estado ontem. E recordamos momentos que vivemos em conjunto: Lembras-te? Recordas-te?
Outros, destes velhos amigos, estão já na casa do Pai e espero que se lembrem de nós, junto d´Ele.
Mas outros... ainda outros, desapareceram da minha vida. Seguimos caminhos diferentes e sem querer fomos perdendo os contactos.
Velhos Amigos... queridos Amigos!
E a amizade? Também desapareceu? Também se esvai como fumo? Não pode! Ela é uma forma do Amor de Deus e, como tal, permanece e resiste mesmo ao afastamento, aos interesses diferentes, às formas de vida diversificadas, aos erros, às contradições, às atitudes incompreensíveis.
Uma autêntica amizade é um dom. É um processo de apoio e de partilha. É uma ajuda ao nosso crescimento na santidade.
Um amigo é alguém em quem podemos confiar, que nos chama a atenção para os erros, que nos ajuda a encontrar o caminho certo, que está presente nas alegrias como nas tristezas, que diz a palavra certa no momento certo, que corrige, mesmo quando custa.
Velhos e novos Amigos! Saibamos cultivá-los e agradecê-los. Vejamos neles a presença de Deus que os pôs no nosso caminho para nos ajudar a segui-Lo.
                                       Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.
                          

segunda-feira, 8 de abril de 2013

" Dou-vos a minha paz..."

" Na tarde do primeiro dia da semana veio Jesus e pôs-se no meio dos seus discípulos e disse-lhes: a paz esteja convosco..."
Foi a paz que Jesus ofereceu aos discípulos na tarde da sua ressurreição. Não os recriminou pela sua falta de Fé ou pelo seu medo. Não lhes chamou a atenção por não terem confiado n´Ele nem percebido a Sua mensagem. Antes, lhes ofereceu a paz e os enviou "tal como Ele tinha sido enviado pelo Pai". E fez descer sobre eles o Espírito Santo e deu-lhes o poder de perdoar os pecados.
Tantos dons, na primeira aparição depois da Ressurreição!... Mas o principal foi a paz porque é fruto do Amor e é nele e com ele que todos podemos viver e testemunhar a ressurreição.
A paz que é perdão, que é libertação do coração, que é partilha, que é entendimento e generosidade entre os homens.
Paz, que é luta ao egocentrismo, ao egoismo, à procura de si e da sua satisfação pessoal. Paz que é participação na misericórdia e no amor de Deus. Paz que tem que ser fruto da ressurreição que cada um procura para a sua vida de baptizado.
Um dia, mais ou menos distante, recebemos esta paz, ao mesmo tempo que a Fé e a Esperança, com a água do Baptismo. Tornemo-la presente, cada dia, na nossa vida e no nosso testemunho.
Que a mensagem de Jesus ressuscitado  esteja viva e operante em cada um de nós, é o que temos que desejar e pelo que temos que nos esforçar.
                                                      Que a paz esteja connosco!
                      Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.

domingo, 7 de abril de 2013

A oitava da Páscoa

Passaram oito dias em que, em cada um deles, celebrámos a Páscoa, a Ressurreição, a passagem da morte à vida. Oito dias em que cantámos os alleluias pascais e em que celebrámos a Festa por excelência.
" Jesus ressuscitou ; não está aqui!" Disseram os anjos às mulheres, as primeiras a receber a notícia da Ressurreição.
Ele não estava ali porque se encontrava junto do Pai. Mas Ele quis ficar, na Eucaristia, para que O adoremos e O possamos receber .
Jesus não estava ali, no sepulcro, mas está aqui, nas nossas igrejas, no nosso coração e é necessário que estejamos com Ele, que acreditemos na Sua ressurreição e que a façamos nossa, para podermos testemunhá-la aos que nos rodeiam. Que tenhamos aproveitado esta Páscoa para fazer nova a nossa vida, para nos pormos ao serviço de Jesus nos nossos irmãos. Eles esperam pelo nosso testemunho de ressuscitados com Cristo.
Que esta realidade não tenha ficado na manhã de Páscoa com os cânticos do Alleluia mas que, como as mulheres do Evangelho, vamos alegremente anunciar : "Ele não está aqui, Ressuscitou!"
E pensemos que não foi por acaso que foram as mulheres as primeiras a saber a novidade. Só elas tinham o entusiasmo e a capacidade de ir, correndo, levar a notícia aos irmãos.
Aliás, foi também a elas que Jesus, pela primeira vez, apelidou os discípulos de "irmãos" : "Ide dizer aos meus irmãos!..."
Irmãos de Jesus Cristo, filhos do Pai, como Ele... Por isso, podemos dizer "Pai nosso..." e pedir- Lhe que o Seu nome seja santificado, que a Sua vontade seja feita... mas também que nos dê o pão de cada dia e nos perdoe os nossos pecados.
Nesta manhã do domingo da Misericórdia Divina, estejamos atentos ao apelo de Jesus para que levemos a notícia da Sua ressurreição, com entusiasmo e alegria.
                                     Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.

sábado, 6 de abril de 2013

A intuição e a investigação científica

A ciência é uma actividade dinâmica. Assim, novos trabalhos foram feitos e, em 1970, um médico americano, o dr. Landaum B. Shettles, publica uma obra em que apresenta teorias paralelas às do dr. Benendo mas apoiadas em provas científicas.
Diz ele e como todos sabemos," as nossas células contêm 22 pares de autosomas e um par de cromossomas sexuais: xx - na mulher: xy - no homem.
Os gâmetas só contêm metade deste número: 22 autosomas e 1 cromossoma sexual ( x para óvulo e x ou y para espermatozóide). A fecundação dum óvulo por um espermatozóide restabelece o número normal de cromossomas e dá uma rapariga se o espermatozóide é portador dum x ou um rapaz se ele transporta o y."
Shettles observou espermatozóides ao microscópio de contraste de fase e distinguiu 2 espécies de espermatozóides: uns com cabeça pequena e redonda e outros com a cabeça maior e ligeiramente oblonga.
Então, ele pôs a hipótese de que o espermatozóide de cabeça pequena deve transportar o cromossoma y, visto que este é mais pequeno que o x, e o espermatozóide de cabeça maior seria o que transportava o cromossoma x.
Observando genealogias de famílias em que só nascem rapazes e estudando o esperma, verificou que nestas famílias o esperma só produzia espermatozóides de cabeça pequena. Constatou também que o esperma tem duas vezes mais espermatozóides de cabeça pequena do que de cabeça maior. Mas as estatísticas mostram que nascem pouco mais rapazes do que raparigas.
Será que os espermatozóides portadores de y são mais frágeis? E frágeis porquê?
Estudou então secreções dos órgãos genitais femininos e adicionou esperma. Observando ao microscópio constatou que quando as secreções eram mais ácidas do que alcalinas, a velocidade dos espermatozóides de cabeça grande era maior que a dos outros e quando as secreções eram mais alcalinas a maior velocidade pertencia aos espermatozóides de cabeça pequena.
Ora os ginecologistas sabem que as secreções da vagina são ácidas enquanto as do colo do útero  são alcalinas. E quanto mais nos aproximamos do momento da ovulação mais alcalinas são. Por consequência, as probabilidades de ter um rapaz são maiores nesta altura. Se os pais antes querem uma rapariga, devem realizar a fecundação 2 ou 3 dias antes da ovulação.
Estas foram as conclusões do dr. Shettles mas o mesmo já anteriormente tinha sido dito por outro americano, Marshall, como afirmou o dr. Joseph Stolkowski, do laboratório de fisiologia química da Universidade de Paris.

Certamente algumas das minhas alunas ainda se lembram do que discutimos na altura, não é verdade?
                      Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Rapaz ou rapariga segundo o gosto dos pais...

Ao arrumar velhos documentos do meu tempo de professora, deparei com um artigo que me lembro muito bem  ter discutido com as minhas alunas da altura. Tratava da possibilidade de os pais poderem escolher o sexo da criança antes da concepção.
Dois cientistas, um polaco e outro americano, pensavam ter encontrado o processo para o fazer e prometiam uma autêntica revolução na demografia mundial.
Entretanto, um francês que conseguiu o controle do sexo em Batráquios, procurou continuar as experiências na espécie humana, para ver se os resultados podiam ser extrapolados para o Homem.
Tratando os dados estatísticamente, sabemos que em 1000 embriões, o número de raparigas é ligeiramente inferior ao de rapazes. E esta disparidade é inexplicável para os geneticistas, visto haver o mesmo número de células reprodutoras quer em machos quer em fêmeas.
Mas a determinação do sexo da criança é como um jogo de dados e o que os cientistas procuram  são as regras do jogo e o modo de calcular probabilidades.
Estudando mulheres grávidas na Polónia, o dr. Franciszek Benendo imaginou um método para a escolha do sexo da criança.
Tudo começou com o nascimento da sua filha, em agosto de 1932, sabendo ele exactamente qual o momento da fecundação da sua mulher. Interrogando centenas de grávidas e sabendo qual a altura da fecundação, procurou estabelecer uma relação entre o momento do ciclo ovárico em que se situa a relação sexual e o sexo da criança que vai nascer.
Segundo o dr. Benendo, as relações sexuais no dia da ovulação, na véspera ou no dia seguinte, têm 86,6% de probabilidade de ver nascer um rapaz. As que têm lugar entre o 5º e o 3º dia antes da ovulação dão 84,7% de probabilidades de nascer uma rapariga.
É um método simples e fácil. Só que não assenta em bases científicas... Eis a questão!...
                                  Ir. maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.