domingo, 9 de setembro de 2012

Interioridade-ativismo

O estar desocupado é algo que influencia negativamente a nossa satisfação pessoal, a disposição com que acolhemos os outros, o modo como olhamos a Vida e as coisas.
Deixar correr as horas e os dias, sem lhes dar uma ocupação útil causa em nós angústias, neurastenias, desinteresses.
É que não se trata de fazer uma pausa, de criar um momento de descanso, de reflexão, indispensáveis depois duma tarefa árdua. Não! É simplesmente gastar o tempo, deixar que os dias passem, uns após outros.
Talvez para não chegarmos a esta situação ou por deformação própria, muitas vezes ocupamo-nos demasiado, num frenesim de actividades, de trabalhos, de ocupações, muitas sem razão e que causam stress e são incontroláveis.
Passamos a não ter tempo para nada, não conseguimos perfeição no que fazemos e não nos satisfaz aquilo com que preenchemos os dias.
Não há tempo para os Amigos, não arranjamos espaço para reflectir e nem Deus consegue um lugarzinho para nos falar...
Não nos lembramos que há mais Vida para além do trabalho e que existe mesmo uma parte muito importante da nossa vida a que temos que dar atenção, que contempla o trabalho mas que está acima dele. E essa porção da Vida que nos escapa somos nós mesmos, a nossa relação com o Pai, as nossas motivações para o trabalho, os valores porque lutamos e que colocamos nas nossas relações com os outros.
Temos sempre uma boa desculpa para não deixar o trabalho, não interromper as actividades: É preciso!... Tem que ser!...
Mas ainda é mais necessário parar para reflectir, para nos pormos diante de Deus e percebermos se trabalhamos por Ele  ou simplesmente para termos uma razão para O não ouvir.
É preciso parar, fazer silêncio e ouvir o nosso coração, analisar as nossas verdades e compará-las com a Verdade que é Deus.
É necessário sermos capazes de enfrentar os nossos "medos" do silêncio e da solidão porque neles está Aquele que nos procura e nos quer dar a resposta às nossas inquietações e às nossas dúvidas.
                                        Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, o.P. 
 
 

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