Esta é uma festa que pode deixar um pouco perplexos crentes e não crentes. É que exaltar a cruz parece uma contradição entre a dor e a alegria, a humilhação e a glória.
Exaltar, diz o dicionário, é sinónimo de elevar, enaltecer, glorificar. E cruz, numa primeira visão, não mística, é algo de triste, doloroso, sacrificante. E, no tempo de Jesus, era mesmo a condenação mais infame, a reservada àqueles que não tinham classificação na sociedade.
Ninguém gosta de sofrer. Ou melhor, os masoquistas parece que têm prazer nisso mas são excepções...
O sofrimento é algo que aceitamos por amor, com maior ou menor entrega, mas que, habitualmente, não é a nossa primeira opção.
Mas, se pararmos e olharmos a cruz de Cristo e voltarmos a ler a descrição dos acontecimentos, como os Evangelhos nos relatam, parece que nos sentimos presentes, participantes da situação e que foi a nós que Jesus disse: Eis aí a tua mãe!
Olhamos a Cruz e vemos para além dela a Ressurreição.
Esquecemos o sofrimento, a humilhação, a angústia, tudo aquilo que fazia parte do dom total de adesão à vontade do Pai.
Só nos salta aos olhos o Cristo ressuscitado, Aquele cujo sofrimento nos salvou e libertou e nos convida a segui-Lo na Alegria do Amor.
A Exaltação da Santa Cruz está aqui: na absoluta glorificação do Amor de Cristo por nós.
É a certeza da Sua entrega à vontade do Pai e do Seu dom total aos Homens, na humildade, na simplicidade, no silêncio.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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