Todos os dias a TV e os jornais nos inundam com notícias mais ou menos impressionantes. Ora é a "crise" e suas consequências dramáticas, ora são os fogos e os milhares de quilómetros ardidos, ora são os assaltos e agressões.
Mas hoje li uma notícia, de há já algumas semanas, que me deixou angustiada: filho que agride pai idoso. Não é a primeira vez que são divulgadas notícias destas, mas sempre fico chocada e a perguntar-me quem são estes filhos que agridem os seus pais? Quem são estes homens e mulheres que atacam, mesmo que seja verbalmente, aqueles que lhes deram o ser e merecem o seu respeito, se não o seu amor?
Estão completamente esquecidos dum mandamento que já vem do Antigo Testamento: "Honrarás teu pai e tua mãe..."
Será que estes pais têm a sua quota parte de culpa na atitude dos filhos? Talvez não lhes tenham dado a atenção que eles precisavam; talvez não lhes mostrassem o amor que eles necessitavam; talvez não lhes manifestassem o afecto que sentiam por eles, porque lhes custava exteriorizar os seus sentimentos. Talvez!
Ou quem sabe? na ânsia de os compensarem, de satisfazerem os seus caprichos, por maiores que fossem, deram-lhes coisas demais, presentearam-nos demasiado, tiveram em atenção as suas exigências e não souberam dizer "Não".
Não lhes ensinaram a partilhar, não lhes mostraram a alegria de dar, não lhes fizeram saber que na vida há dificuldades e contrariedades.
Assim, cresceram crianças, adolescentes, e jovens egoistas, insensíveis, egocêntricos.
Não amam os pais, não os respeitam, não dividem com eles os seus interesses e as suas aspirações. Ficam de tal maneira fechados em si mesmos que se tornam agressivos , violentos, insatisfeitos consigo e com a vida.
Mesmo sem falar em mandamentos, onde está a solidariedade e o carinho que nos devem merecer as pessoas idosas?
Elas são muitas vezes um testemunho de vida, a herança que nos fica de valores, de saberes, de atitude de humanidade.
Deus diz-nos para respeitarmos os nossos pais mas nem devia ser preciso. Ele dá-nos o Seu exemplo, o Seu testemunho de Amor.
Ir. M. teresa de Carvalho Ribeiro,o.p.
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