Impressionante!
Claro que não é um caso inédito. Há gente que se mata, não se sabe porquê, e das mais diferentes maneiras. Há seitas pseudo-religiosas que se imolam pelo fogo. Há terroristas que se fazem explodir na defesa de uma causa...
Mas matar ou matar-se é sempre algo que levanta questões. Porquê?
Até porque temos que começar por nos interrogar. O que é a Vida?
Para nós, cristãos, homens de Fé, a Vida é um dom de Deus. Mas mesmo para os que não têm Fé, a Vida é algo que, pelo menos, não conseguem produzir e que merece ser questionada e investigada.
Consegue-se fazer inseminação artificial, cultivar tecidos em laboratório, manter células estaminais do cordão umbilical... Todos o sabemos. Mas produzir Vida em laboratório, muitos o tentaram mas, até hoje, não o conseguiram.
Então, como surgiu a vida?
Segundo a hipótese evolucionista, hoje aceite, a Vida surgiu há milhões de anos, uma única vez, numa "sopa quente primitiva" como lhe chamou Haldane. Esta "sopa" tinha-se formado numa atmosfera altamente redutora que conduzira à formação de monómeros por acção das radiações solares, das trovoadas e da radioactividade. Era então, um ambiente muito rico nessas moléculas orgânicas.
A partir daqui, segundo Oparin, estas moléculas agruparam-se, reagiram entre si e formaram moléculas maiores . Estas, separaram-se do meio envolvente pela criação duma espécie de membrana, aprenderam a assimilar material , a reproduzir-se e a regular-se. E surgiu a primeira célula.
Os crentes acreditam que, no processo de passagem de macromoléculas a células interveio Deus; os não crentes defendem que foi a energia produzida nas reacções que deu a capacidade de auto-formação da célula.
Com um ou outro conceito, a partir da primeira célula formaram-se outras, evoluíram, deram organismos unicelulares e depois os indivíduos pluricelulares.
Estes foram estudados, classificados, clonados. Mas Vida, ainda não foi possível obter.
E quer tenhamos Fé quer não, temos que ver a Vida como um dom. Como a podemos destruir? Como podemos destruir, com as nossas mãos, aquilo que não podemos construir?
Não devemos julgar nada nem ninguém mas podemos continuar a interrogar-nos sobre as causas destas atitudes. Desespero? Loucura? Fé em valores que não os nossos?
Acho que temos que aprender muitas lições de vida e continuar a agradecer a Deus o dom da Vida e a preservá-la tanto quanto pudermos.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, o.P.
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