Vi no blog dum amigo meu algo sobre a necessidade de fazer uma oração antes de empreender qualquer tarefa por ínfima que fosse. Era um excerto de Alexandre Eltchaminoff em que ele dizia que, com a oração, pedíamos que a virtude divina descesse sobre a nossa acção e assim, ela não podia nunca ser má.
Que descanso, para os nossos corações, quando as nossas acções não nos nos satisfazem plenamente!
Lembro-me de que, quando era criança, me ensinaram que o primeiro pensamento do dia devia ser para o Pai do Céu para que tudo corresse bem. E este "correr bem" compreendi-o depois, era nem mais nem menos do que cumprir a vontade de Deus.
Com o tempo, o conhecimento e a experiência, fui-me habituando a entregar ao Pai cada um dos meus trabalhos, ao mesmo tempo que Lhe agradecia cada alegria que me era proporcionada e Lhe pedia perdão por cada desvio do cumprimento do dever.
Claro que quando digo que me fui habituando, estou a ser demasiado optimista, porque entre o projecto e a realidade há sempre um abismo a separá-los.
Mas o importante não é querer? não é ter a intenção de fazer, com entusiasmo e persistência? Calem-se os "velhos do Restelo" que não acreditam em boas intenções. Elas existem e realizam-se quando alicerçadas na Fé e têm por base a vontade.
Como educadora, como transmissora dos valores da Fé, eu gostava de ajudar os outros a entenderem o valor da Oração.
Mas o que é rezar?
Dizer orações consagradas, como o Rosário, frases feitas que nos ensinaram em pequenos, textos dos quais as palavras nem sempre traduzem os nossos sentimentos... Certamente! Mas rezar é muito mais do que isso. É estabelecer um diálogo silencioso com o Pai; é fazer silêncio e ouvir o que Ele tem para nos dizer; é contar-lhe as angústias e alegrias do nosso coração.
É ficar a olhar o sacrário e perguntar-nos porque razão o Amor levaria Deus a ficar ali presente para nos acolher, consolar, pedir...
Desejaria que todos os que se cruzam comigo compreendessem como é importante, antes de começar qualquer tarefa, ter um pensamento para Deus, com a certeza de que Ele estará presente e tornará dom a nossa simples acção.
Neste momento, em que só se fala de tristeza, falta de confiança, crise, é altura de elevar o coração ao Céu e com um sorriso nos lábios e a confiança da criança, enfrentar o dia que começa.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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