Da varanda da nossa casa tenho estado a contemplar o mar que hoje está revolto, com grandes ondas que se abatem, com estrondo, na areia e embatem rudemente contra as rochas do pontão.
Está zangado o mar!...
Ou simplesmente está a chamar a nossa atenção para que nem sempre se pode ficar mansamente lambendo a areia e refrescando aqueles que dele se aproximam. É preciso abanar os indecisos ou amolecidos.
Mas esta visão do azul do mar , tão belo, tão misterioso, tão apelativo, faz-me lembrar viagens e passeios que fiz, por rios e mares portugueses ou estrangeiros. Lembro a ida ao Sado ver os golfinhos. Uma pequena deslocação, numa lancha que levava umas vinte pessoas. Andámos toda a manhã, olhávamos até os olhos nos doerem mas de golfinhos... nem a sombra. Já só quando íamos desistindo se deu a aparição e foi um deslumbramento. Realmente os simpáticos bichinhos estiveram a testar a nossa paciência.... Mas valeu a pena.
Outras viagens muito diferentes foram cruzeiros, como o que fiz ao Mediterrâneo. Entre gente amiga e divertida foram dias maravilhosos. Era um paquete que parecia uma cidade. Havia de tudo, até uma rua com lojas , umas caras outras mais acessíveis ... E um campo de golfe , um casino, um teatro e uma capela internacional, no último andar, o 14º.
Não havia espaço para nos aborrecermos . Nem tempo para visitarmos tudo ou participarmos em todas as coisas. Mas ainda houve ocasião para um torneio de ping-pong entre adultos já destreinados e uma competição de patins em linha. Ai o equilíbrio!...
Continuando a olhar o mar revolto com as ondas altas e brancas de espuma, não posso deixar de recordar o passeio pelos fiords da Noruega, passeio esse que nos deixa sem palavras.
Mas também lembro a subida do Nilo, mas essa em águas calmas e límpidas. Outra viagem inesquecível! De onde em onde o barco parava e era a altura das compras. Materiais para cá, dinheiro para lá, com grandes discussões obrigatórias pelo meio. Uma maravilha de originalidade.
À noite reuníamo-nos no convés, à luz do luar, com outros estrangeiros que por lá se encontravam. Mostrávamos as nossas habilidades: cantares regionais, anedotas de alentejanos, representações de mímica, pequenos sketes cómicos...
Não posso esquecer estes passeios ligados ao mar, as amizades que se fizeram, os testemunhos dados, a presença constante dum Deus que é amor e está atento às nossas necessidades e alegrias. Acho que foi um enriquecimento mútuo e uma aprendizagem que fica para o futuro. O que é importante é saber aproveitar e tirar partido destas lições da vida.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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