Ao escreve restes versos Fernando Pessoa estava certamente a pensar nos Descobrimentos, nas caravelas que partiam, cheias de homens entusiasmados e que as condições adversas faziam perecer entre as águas revoltas dos Oceanos.Mas eu estou a pensar mais prosaica mas não menos dolorosamente, nos vários acidentes mortais que vão acontecendo nas nossas praias e nos nossos rios.
Esta semana mais um caso triste: duas irmãs jovens em que a mais nova se sente mal e a mais velha a tenta salvar da água. A mais velha morre afogada e a outra encontra-se em situação crítica...
Oh! mar traiçoeiro...
Ou, será que não é o mar que tem a culpa mas sim a falta de cuidado e atenção dos homens?
Muitas vezes culpamos tudo e todos e até... Deus dos contratempos e males que nos acontecem... Mas, não é verdade que Deus deu liberdade ao homem para ele actuar de acordo com o seu coração e o seu sentir?Não é certo que muitas vezes tomamos resoluções sem medir consequências, levados pelo imediato, sem olhar ao que seria essencial?
Não sei verdadeiramente o que se passou com as duas irmãs que sofreram afogamento; não sei se as coisas podiam ter sido diferentes. Sei simplesmente que é preciso lamentar e rezar pela família destas jovens e espalhar a necessidade de maiores cuidados.
Mas deixando o aspecto material e imediato, passemos ao plano espiritual e pensemos que também aqui muitas vezes nos deixamos "afogar" pelas dúvidas, as tentações, o ambiente, as pressões, as crises... E não nos lembramos que há uma "boia" que sempre se estende para nós e nos é acessível - a oração. E, também nos vamos esquecendo de nos agarrar a apoios acessíveis - os sacramentos.
Será que temos mesmo que nos deixar "afogar"?
Levantemos os olhos para Aquela que é mãe e está sempre presente para apresentar a Jesus as nossas necessidades. E... nada é impossível.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
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