Foi uma das frases da Liturgia de ontem que me ficou gravada na memória, E fixei-a tanto mais quanto nos é muito fácil fechar os ouvidos à voz de Deus e arranjar mil desculpas para justificar o nosso afastamento e a nossa surdez.
Ouvir a voz de Deus é algo de que temos necessidade, que é imprescindível para a orientação da nossa vida. Só que Deus fala no silêncio, na tranquilidade, na calma. por isso é tão fácil dizermos que não ouvimos a voz do Senhor; é normal afirmarmos que Deus não nos fala; é perfeitamente lógico acreditarmos que Deus não se dirige a pessoas como nós. E talvez até nos desculparmos dizendo que não somos dignos, suficientemente bons, capazes de rezar e reflectir...
De facto tudo isto são desculpas mais ou menos esfarrapadas. Evidentemente que Deus pode não se dirigir a nós directamente; não nos falar com voz altissonante e perfeitamente audível como fazia aos profetas e a alguns santos... Mas também é verdade que Deus se manifesta através dos acontecimentos, por meio das circunstâncias, nas pequenas e grandes situações, às vezes tão naturais que até parecem passar despercebidas.
Ontem, a meio da Missa da festa de S. Domingos, uma senhora sentiu-se mal , caiu do banco, foi preciso chamar o INEM e ser levada para o Hospital. E, caso mais extraordinário, coincidência ou não... essa "senhora" era uma Irmã Dominicana, nossa irmã bem conhecida e que estava no banco atrás de mim.
E podemos perguntar-nos: que recado queria o Senhor dar-nos?
Não sei... Mas é importante estarmos atentos aos sinais que se nos apresentam. E, não fecharmos o nosso coração. "Nada acontece por acaso" e Deus olha-nos e tem sempre uma palavra que oriente a nossa vida.
Ir. M.Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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