segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Lições da praia

Passar uma manhã na praia é simultâneamente místico e cultural.

Místico porque, sobretudo se é cedo, defrontamo-nos com um ambiente calmo, tranquilo que convida à meditação. O azul da água vem beijar a areia e lembra-nos tempos de felicidade e alegria. É ocasião de lembrar que se está bem na vida connosco e com Deus. Mas as ondas não descansam e, de repente, tornam-se violentas. Recordamos problemas, preocupações, dúvidas. É o momento de inquietação mas que temos que olhar a vida com olhos de confiança e de esperança. E, simultaneamente agradecer as  alegrias e satisfações, com a Fé dos grandes momentos.  
A praia, com as ondas que vão e que vêem, num percurso contínuo, umas vezes mais lento, outras mais intenso, reflecte o dia-a-dia da nossa vida que, se queremos entendê-lo, nunca é igual.Quando nos levantamos  de manhã preparamos um dia que, se o olharmos com o olhar de Deus, nunca é igual ao anterior. Como vivê-lo?
Mas a manhã na praia também é cultural, instrutiva. São as famílias que chegam com as crianças, mais ou menos irrequietas. Umas, desejando chegar à água; outras, olhando-a aterrorizadas. É a diferença entre os homens...
Depois, são os grupos de jovens, animados, irreverentes, ocupando-se com jogos variados ou, simplesmente, deitando-se ao sol. Igualmente, os jogadores de bola que animam a praia toda, fazendo concorrência àquelas mulheres que falam como se a sua conversa fosse mais interessante que a de todas as outras pessoas que enchem o areal.
E pelo meio, os vendedores de bolas de Berlim, os africanos que mostram as suas habilidades, e a mulher que apregoa amendoim torrado.
O banheiro e os nadadores salvadores, atentos, cuidam da segurança e tranquilidade de quem descansa debaixo dos chapéus.
Não lhes parece uma manhã que dá para pôr a vida em dia e aperceber-se das diferenças e igualdades que a Vida nos apresenta?
                                 Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.  

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