segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Presença

Há muita gente que se diz "chocada" quando ouve ou lê declarações pessoais de amigos. Não gostam de os ver assim expostos diante de estranhos que talvez não entendam até ao fim as suas razões. E gostam tanto menos quanto mais espirituais e íntimas são as afirmações feitas.
Eu também fico "chocada" mas no outro sentido. Toca-me a humildade e a simplicidade daqueles que são capazes de pôr em comum as alegrias e tristezas, as aspirações e as derrotas que lhes enchem a alma e a vida. É a sua manifestação de humanidade. E é ela que me impressiona e me encanta.É que não há Pessoa sem sentimentos, sem alegrias e dores, sem vitórias e pecado.
O próprio Jesus Cristo não nos revelou a Sua Humanidade pedindo ao Pai que afastasse dele aquele cálice? Não nos mostrou os Seus sentimentos ao chorar por Lázaro, ao olhar com complacência o jovem rico e sentir tristeza quando ele se afasta?
Quanto mais vou conhecendo uma pessoa e a vou admirando, quanto mais vejo nela a acção do Pai e a sua tentativa de Lhe corresponder, quanto mais "santa" eu a sinto, mais me emociona a sua capacidade de pôr a nu as suas fraquezas, as suas angústias, as suas aspirações, as suas vitórias.
E rezo, rezo para que a humildade seja a grande arma, alicerçada na oração, que faz grandes as grandes almas.
Não é por acaso que estou a falar nisto. É que li um comentário a uma situação de exposição, situação essa que me impressionou, tanto a mim como ao comentador. Só que foi em sentidos inversos... A ele incomodou-o; a mim sensibilizou-me.
Era bom que todos tivéssemos esta capacidade de ser igual a si mesmo diante do Pai e dos homens. Era excelente que a humildade nos levasse a não ter medo de mostrar o que há em nós de Verdade, de heroísmo e de fraqueza.
Agradeço aos meus Amigos serem o que são e peço para eles, todos os dias, a capacidade de Amar em alegria e humildade.
                                                       Ir. Maria Teresa de Carvalho ribeiro,O.P.

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