quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Falar ao vento

"Para falar ao vento bastam palavras. Para falar ao coração são precisas obras"
                                                                         (P.António Vieira, S.J.)
É com imensa sabedoria e perspicácia que o P. António Vieira chama a atenção para a importância das acções na nossa vida e sublinha o pouco valor que têm as palavras quando não apoiadas em actos.
É como ele diz "falar ao vento" , dizer coisas, encadear ideias que podem não traduzir pensamentos profundos e menos ainda sentimentos. Podem ser ôcas de sentido e não indicar como vivemos e qual a grandeza da nossa Fé.
É preciso actuar, fazer bem, haver coerência entre o que exprimimos e o que, de facto, fazemos. Só assim seremos um verdadeiro testemunho da Fé que professamos.
" A Fé sem obras é morta" é outra versão da mesma realidade, que é a necessidade da nossa palavra ser a tradução do nosso viver.
Falar é importante. Faz parte da missão dos Frades Pregadores... é pela palavra que podemos transmitir os nossos pensamentos e levar os outros a compreendê-los e a aceitá-los. Foi pela pregação que S. Domingos combateu e venceu a heresia. Mas não só... a palavra era acompanhada da oração, do estudo, da vida de penitência.
Não basta falar, dizer coisas lindas, fazer afirmações transcendentes. É preciso que a nossa vida seja o reflexo das nossas palavras. É que "palavras leva-as o vento". Uma maneira mais prosaica de apresentar a afirmação do P. António Vieira. Serão como folhas secas agitadas pelo vento.
Se queremos que os outros acolham a nossa palavra, a aceitem e a sigam, temos que lhes apresentar "obra feita", realidade vivida.
E é na oração e pela oração que conseguimos fazer frutificar a nossa palavra.
Aproveitemos a Quaresma para treinar !...
                     

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