O Papa Bento XVI fez ontem a sua despedida na Praça de S. Pedro em Roma.
Não estive lá mas tive pena. Contudo, pude apreciar e viver esses momentos através da Televisão e fiquei emocionada. Com a serenidade do Papa no seu adeus; com o seu "giro" no papamobile, através da praça, dizendo adeus, saudando os que estavam e o aplaudiam, beijando os bebés que lhe apresentaram; com o seu discurso de despedida; com o silêncio que se fez depois do seu regresso aos seus aposentos.
Havia lágrimas em muitos rostos, até em Cardeais...
O Papa, serenamente, despediu-se e agradeceu ao Corpo Diplomático, a todos os que com ele trabalharam, à comunicação social e ao povo cristão em geral, ao "homem comum" que, como disse Bento XVI, o tratou como a um irmão...
No seu discurso, o Papa afirmou que deixava o poder mas não descia da cruz, não abandonava a Igreja, não esquecia os cristãos, não se retirava para uma vida social; antes, ia mergulhar na oração e na meditação.
Quando o Cardeal Ratzinger foi eleito, muita gente tinha dele a ideia do teólogo tradicional, algo rígido, inflexível. Temperamento germânico...
Depois, a pouco e pouco, fomos constatando a sua fragilidade, a sua bondade, a sua timidez e foi deixando marcas. A vinda a Portugal foi um testemunho de tudo isso.
Não fez esquecer João Paulo II. Tem uma personalidade muito diferente. Mas soube fazer-se amar e impôr-se aos cristãos precisamente por essa personalidade. A humildade da sua resignação é mais uma nota dessa mesma maneira de ser, admirada e admirável.
Hoje é o último acto do seu pontificado. Despede-se dos Cardeais e vai para Castel Gandolfo. Dificilmente o voltarems a a ver mas será sempre o Papa Emérito Bento XVI.
Que o Senhor lhe conceda a Paz e a Felicidade que lhe tem destinada.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.