Hoje em dia, pais, professores e alunos são confrontados com o problema do sucesso versus o fracasso. Aliás, duma maneira geral, todos convivemos mal com o insucesso. Todos procuramos ter sucesso, realização na vida, motivações para o trabalho. E atribuímos isso às nossas grandes ou menores capacidades de raciocínio.
Por isso, se avaliam capacidades, se testam coeficientes de inteligência, se exercitam competências. É que todos lutam para conseguir o melhor. Ou, pelo menos, lutam os pais...
Mas esquecemo-nos que o melhor nem sempre é o que se apresenta ao nosso entendimento e à nossa razão. É Saint-Exupery que nos diz, referindo-se ao Principezinho e às suas experiências emotivas, que ele aprendeu que o "essencial é quase sempre invisível aos olhos".
Este essencial é a nossa capacidade emotiva, é a possibilidade que crianças e jovens devem ter de se aprenderem a conhecer e a enfrentarem situações novas, a descobrirem o ambiente que as rodeia e a estruturarem e moldarem o seu carácter , desenvolvendo o que nelas há de criativo e de sensibilidade.
Muitas vezes centramos a nossa atenção no elevado coeficiente de inteligência que um jovem apresenta e esperamos que venha a ser um "sábio" ficando espantados quando ele se posiciona muito abaixo do esperado. Entusiasmamo-nos com um aluno "marrão" e ficamos chocados quando não o vemos pôr a render os conhecimentos que adquiriu.
Simplesmente, a inteligência não é tudo. Nós "vamos onde nos leva o coração. " E, como o Principezinho, temos que aprender que " o essencial é quase sempre invisível aos olhos".
É a facilidade de lidar com as emoções que nos leva a evitar frustrações e encontrar a felicidade fazendo felizes os outros.
Num mundo em mutação como o nosso, não basta investir no conhecimento e no desenvolvimento da inteligência teórica. É necessário adquirir características emocionais e aprender a lidar e a compreender os outros e a si mesmo, à luz dos dons que Deus nos deu.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
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