Foi naqueles lugares que se processou o meu crescimento, o meu desenvolvimento intelectual e religioso, a certeza da minha vocação.
Até à 4ª classe estudei em casa. Imagine-se que tive uma professora particular - a D. Ludovina - que, nas proximidades dos exames das 3ª e 4ª classes, me vinha fazer uma preparação mais específica. Sim, que havia esses exames no meu tempo... e passava-se com classificação de Bom ou com Distinção.
Depois, foi o Liceu Pedro Nunes que me acolheu, após o exame de admissão, em que eram escolhidos os melhores para serem admitidos.
Era um liceu masculino em que havia algumas turmas de raparigas não sei bem porquê. Parece que a razão era ser um "liceu normal" o que significava ser um estabelecimento de ensino em que os professores faziam estágios e terminavam a sua preparação para o ensino.
Por ser um liceu masculino e a mentalidade da época assim o exigir, as turmas eram separadas, os recreios independentes e havia lugares onde as alunas não podiam permanecer como os corredores, o campo de jogos ou o átrio de entrada.
Tínhamos bons professores como por exemplo o de Matemática com quem aprendi a dar aulas - o Dr. Leote - e outros menos bons ou mais condescendentes. Foi com um desses professores que fiz a primeira e única aposta em como era capaz de copiar. E fui! Mas claro que no fim disse ao professor o que tinha feito. Só que acho que ele nem acreditou. Eu era muito boa aluna e bem comportada...
Também porque era muito bem conceituada no Liceu é que o Reitor pregou uma descompostura ao contínuo que me levara ao gabinete dele por eu estar num lugar proibido.
Medida pouco pedagógica por parte do Reitor, mas que orgulho para a garota que eu era!...
Havia professoras e professores no Liceu mas essencialmente homens. Das senhoras lembro a Drª Arminda Zaluar Nunes e a Drª Constança Múrias. Qualquer delas me ensinou a gostar de ler e escrever.
Lembro-me também do professor de História que dava aulas para um aluno de cada vez, podendo os outros ocuparem-se no que gostassem... E o professor de Ciências por quem todas as alunas tinham uma paixão platónica... E o professor de Inglês... E o de Desenho...
Era uma equipa e uma estrutura que não só ensinava como ajudava a formar. Por isso e porque tinha valores mais altos que me dirigiam e direccionavam, não saí estragada com os elogios e os direitos que sempre me acompanharam, nos anos que passei no Liceu.
Foram uns tempos extraordinários que lançaram as bases do que sou hoje.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
Lembro-me também do professor de História que dava aulas para um aluno de cada vez, podendo os outros ocuparem-se no que gostassem... E o professor de Ciências por quem todas as alunas tinham uma paixão platónica... E o professor de Inglês... E o de Desenho...
Era uma equipa e uma estrutura que não só ensinava como ajudava a formar. Por isso e porque tinha valores mais altos que me dirigiam e direccionavam, não saí estragada com os elogios e os direitos que sempre me acompanharam, nos anos que passei no Liceu.
Foram uns tempos extraordinários que lançaram as bases do que sou hoje.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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