Nos meus tempos de juventude, esta quinta feira era "dia santo de guarda". Nele, os católicos cumpriam o preceito de ir à Missa mas viviam-se também outras tradições. Por exemplo, em cada esquina da cidade de Lisboa onde eu vivia e, certamente noutras cidades, vilas e aldeias, havia mulheres risonhas com cestos floridos , que ofereciam a cada transeunte: " Ó freguesa, compre um raminho..." E alegremente se iam esgotando aqueles ramos, que cada um levava para casa. E com eles, o simbolismo que representavam:
. as espigas, que significavam o pão e a abundância;
. os malmequeres brancos e amarelos que profetizavam o bem e a riqueza.
Não sei se este velho costume se mantem. Mas era um costume que marcava um tempo litúrgico e que era igualmente a recordação de compromissos assumidos para o ano.
Ignoro se, nas grandes cidades, as pessoas continuam a debruçar-se sobre os cestos para escolher o ramo mais bonito ou mais viçoso.
Não faço ideia se os jovens, sobretudo eles, ainda sabem o significado de cada elemento do ramo que levam consigo ou que as mães trouxeram para casa.
Mas o que eu sei é que passaram quarenta dias sobre a festa da Páscoa e esta quinta - feira marca a altura em que Jesus subiu ao céu, muito embora a data só seja comemorada no domingo que vem.
Jesus elevou-se, perante o pasmo e a admiração e surpresa dos Apóstolos que, apesar de tudo, ainda alimentavam a esperança de que Jesus ficasse com eles. Era ainda diminuta a sua Fé...
" Homens de pouca Fé, porque estais a olhar para o céu?"
A missão de Jesus na terra estava terminada. Agora, ia para o Pai mas... não os deixava órfãos. Ficava presente na Eucaristia e deixou-lhes a promessa de lhes enviar o Espírito Santo que lhes ensinaria todas as coisas.
Como os Apóstolos retiremo-nos e fiquemos aguardando a vinda do Paráclito que aumentará a nossa Fé.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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