terça-feira, 27 de maio de 2014

Chamados e escolhidos

" Muitos são os chamados e poucos os escolhidos"
Esta frase do Evangelho sempre me colocou algumas interrogações. Evidentemente que não é por "selecção de Deus" que se faz da multidão dos chamados, ( que somos todos), o grupo diminuto dos que são escolhidos.
Então, onde procurar a causa? Certamente ela está na nossa falta de correspondência , no nosso alheamento, na deficiência do nosso compromisso. Considerando que pertencemos ao grupo dos chamados, devemo-nos perguntar se Deus pode continuar a contar connosco como fazendo parte das "virgens prudentes" que entraram para o banquete das núpcias. 
Tantas vezes desperdiçámos tempo, sem correspondermos ao dom do Pai ; tantas ocasiões em que Ele esteve presente e não conheceu a nossa presença, o  nosso pedido, o nosso obrigada ; tantas situações em que o trabalho, os interesses, os outros, ocuparam o lugar de Deus...
E os dias passam, tornam-se meses, formam anos... De jovens passamos a adultos e acabamos velhos. Perdemos o entusiasmo, as forças. Demos graças a Deus se mantemos a Fé e a Alegria...
Mas que fazer com tudo o que ficou para trás e não foi aproveitado? Que vamos responder quando Deus nos disser "Tive fome e não Me deste de comer..." Não vale a pena fazer a pergunta :"Quando é que isso aconteceu? " Sabemos muito bem quando Deus teve fome da nossa presença e andámos por longe; quando tinha sede da nossa oração e estávamos "ocupados"...
" O passado não se recupera", disse uma senhora idosa outro dia na rádio. Então, talvez seja altura de voltar para trás.
"Há sempre um caminho de regresso" -costumo afirmar, quando penso ou falo nestas situações.
Então, é procurá-lo e segui-lo, porque lá se encontra o Pai  esperando por nós.
Esqueçamos o passado e tentemos construir o futuro vivendo plenamente o presente.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.


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