O Domingo é sempre um dia especial, pelo seu significado, pela carga de misticidade que transporta, pelo que representa para os cristãos.Mas o domingo passado teve uma importância particular. Era o dia dedicado à oração mais intensa e incisiva pelas vocações. Claro que as perspectivas da Igreja, ao consagrar este dia a esta intenção, eram as vocações sacerdotais e religiosas. E bem necessária e oportuna é esta preocupação, atendendo a que cada vez é menor o número de padres e religiosos não só em Portugal mas em toda a Europa.
Rezar pelas vocações impõe-se para que a Palavra de Deus, a mensagem de Jesus Cristo, sejam vividas e levadas ao mundo.
Nosso Senhor precisa de nós, das nossas palavras, das nossas acções e continua a chamar. Mas nós estamos demasiado ocupados para podermos ouvir o Seu chamamento. Mas Ele precisa de nós, necessita que sejamos Suas testemunhas, que sejamos os transmissores da Sua mensagem de Amor e de Paz. Precisa que sejamos nós, com a nossa Fé vivida que O anunciemos àqueles que O não conhecem ou não vivem a Sua mensagem.
Mas, num sentido mais amplo, quando se fala de vocação, pensa-se logo é em "gosto", em "jeito", em profissão. Referimo-nos a uma actividade, um trabalho, uma missão específica. Também vocação para um "estado": solteiro, casado, consagrado...
Mas a vocação sacerdotal ou religiosa é muito mais do que isso. É um apelo específico, um chamamento de Deus. Tal como a Zaqueu no seu trabalho ou aos apóstolos que pescavam, Jesus pode-nos dirigir o Seu chamamento.
Mais ou menos claro, mais ou menos específico mas verdadeiro e interessado: Vem... vem espalhar o meu mandamento de amor, vem curar os que sofrem de dúvidas, de desânimos, de angústias, de solidão. Vem... despojado do dispensável e cheio do entusiasmo da doação.
Vem... mostrar que a Felicidade não está em ter mas em ser.
Vem... testemunhar que a graça está na partilha, no dom.
Era a este convite que se dirigia a nossa oração de domingo passado, que se deve dirigir a nossa oração de todos os dias.
Tenhamos presente que "muitos são os chamados e poucos os escolhidos" não porque Deus faça selecção mas porque poucos se aproximam disponíveis e livres.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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