sábado, 15 de março de 2014

O mar e a contemplação

Todos precisamos dum ambiente calmo, acolhedor e envolvente para podermos reflectir.
Hoje, logo de manhã, pensei no mar. 
É que, para mim, passar uma manhã na praia é qualquer coisa que se me apresenta simultaneamente arrebatador e místico.
Místico, sim! sobretudo se é de manhã cedo , quando tudo nos convida à meditação: aquela neblina que mesmo no Verão nos envolve, aquele bater suave das ondas na areia, aquela brisa fresca que nos acaricia...
Tudo nos convida a fechar os olhos e pensar apenas no que é bom e feliz na vida. É o momentos de nos consciencializarmos de que estamos bem connosco e com Deus. E porquê?
Quando íamos talvez enumerar as razões da nossa calma, da nossa felicidade, tudo muda. De repente, sobretudo neste tempo incerto de quase Primavera, é o mar que se torna  revolto e nos chama à realidade, lembrando-nos que a Vida tem altos e baixos, alegrias e dificuldades, felicidade e inquietação. É uma chamada de atenção para que tomemos consciência de que na vida os dias são todos diferentes mas Deus está presente em todos eles.
Mas uma manhã na praia, nesta altura, é também motivo de atracção, de distracção e de conhecimento de situações diferentes das que vivemos habitualmente:
São os barcos que saem para a pesca, na expectativa de conseguir a subsistência da família. São os surfistas com as suas pranchas que procuram apanhar a onda. São os apoios de praia que se começam a preparar para o Verão que não tarda aí. São alguns sem-abrigo que passaram a noite protegidos pelas rochas e enrolam agora os parcos haveres. São os amantes da manhã, como eu, que antes de irem para o trabalho vêm gozar o prazer de admirar o mar e respirar o ar fresco que ele oferece...
Ao pensar no mar tudo isto se desenrola diante dos meus olhos e no meu pensamento. Mas o que eu desejo é ficar com o ambiente tranquilizador que me deixa pensar.
                Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.


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