Estamos a viver a primeira semana da Quaresma. Aliás, encontramo-nos quase no fim da semana e é altura, pelo menos para mim, de começar a "fazer contas", a reflectir como viver este tempo em que, liturgicamente a cor é o roxo. E não é por acaso!...
É que estas seis semanas são tempo sério , um convite profundo a uma reflexão intensa, uma chamada de atenção para pensarmos como tem que ser a nossa caminhada, aquela que nos vai levar até à Páscoa.
Não podemos deixar escoar estes dias como areia que se solta livremente das nossas mãos. Porque este é tempo de reflexão, de intimismo, de oração, de penitência, de conversão.
Para muitos podem ser dias como os outros.Mas nós cristãos não os podemos ver assim e, menos ainda, podemos deixar de os viver em caminhada de renúncia, de partilha, de sacrifício.
Mas não vale a pena ter medo nem imaginar grandes sacrifícios e renúncias que nos atemorizam e que talvez não sejamos capazes de fazer. Basta viver em intensidade o nosso dia-a-dia estando atentos aos pequeninos nadas que podemos suprimir ou introduzir na nossa vida. Talvez discretamente, talvez sem grande esforço, mas sempre com Amor, como dádiva. como entrega.
São quarenta dias estes de que a Igreja nos fala, quarenta dias que vão do carnaval à Semana Santa; quarenta dias em que, sobretudo devemos arranjar tempo para "olhar para dentro", para descobrir o que nos afasta de Cristo que, do alto da cruz nos proclamou como filhos do Seu Pai.
São quarenta dias que nos chamam cada manhã para que os vivamos, para que paremos a tirar "dos nossos olhos as traves" que nos impedem de ver o caminho; para que nos detenhamos a apanhar as pedras que dificultam a nossa caminhada e com as quais vamos construir o sepulcro em que Jesus repousou e a catedral do nosso coração.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
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