sexta-feira, 21 de março de 2014

Meditação em poema

Oliveiras da compaixão
Margaret Eletta Guider, OSF

Sejamos como as oliveiras
capazes de crescer onde formos plantadas,
em planícies verdejantes e em desertos de areia,
em encostas montanhosas escarpadas,
ou em litorais marinhos varridos pelos ventos.

Cresçamos, então, criando raízes,
sem ocupar espaço.
E se nossos ramos forem quebrados,
por negligência, descuido, desdém
ou por estragos,
possam nossas podagens destruidoras
ser de sentido portadoras,
quais símbolos de paz num mundo partido.

E, quando chegar a hora da colheita,
possam nossos frutos maduros
ser colhidos e espremidos,
transformados em fonte de energia,
uma extensão de nossas vidas;
derramadas qual óleo de alegria
para os deserdados.

Óleo, bálsamo para as feridas,
óleo, força para os vulneráveis,
óleo, alimento para os famintos.
óleo, protecção para os nus,
óleo, restauração para os cansados,
óleo, a iluminar os que entre as trevas
e na sombra da morte estão sentados.

E que a nossa beleza não seja ofuscada
pela poeira ou pela geada,
pelo sol causticante
ou pela chuva torrencial.
Pois a beleza de nossas vidas
em vitalidade se expressa.

Cresçamos, pois, como as oliveiras
neste mundo e nesta Igreja,
onde ecoam milhões de preces
em nossa presença,
assim como ecoou a prece de Jesus
" Chegou a hora...
Se possível, afaste de mim este cálice...
... mas não seja feita a minha vontade"

Por todos os que suspiram e gemem,
e4 choram essas palavras
nos muitos Getsémani de hoje,
possa nossa presença testemunhar
a graça e a paz de nosso Deus compassivo,
cuja forma de trabalhar
se manifesta
nos que crescem como as oliveiras.


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