Ontem quando me levantei e abri a janela senti uma neurastenia imensa. O nevoeiro invadia tudo, estrada, árvores e casas como um manto leitoso, mole. Dos automóveis, apenas uma ténues luzes a assinalar a sua presença. Donde em onde, algumas pessoas tentando atravessar a rua. Uma aventura... Parecia que estavam numa grande caixa, cheia de algodão, envolvidas como relíquia preciosa que não se podia partir.
Desci ao encontro do "povoado" e os comentários todos iguais: Que tempo! E estamos quase em férias, quase no Verão...
O que vai ser este ano o mês de Agosto?
Como estará o tempo na praia?
E todos nos lamentávamos e nos insurgíamos não sei se contra o S. Pedro, se contra o clima em geral, se contra tudo e contra nada.
Mas, tudo reacções negativas que não ajudavam ao começo dum dia de trabalho.
Resolvi reagir. É que realmente não vale a pena preocuparmo-nos com antecedência e, mais ainda, deixar que as condições atmosféricas influenciem a nossa disposição e o nosso trabalho.
Achei que era altura de pôr a tocar Beethoven com o seu Hino à Alegria. Esse ao menos "puxa para cima" como diz uma professora aqui do Colégio e apresenta perspectivas de esperança ao mesmo tempo que ensina a ultrapassar barreiras e a construir caminhos de Fé e de Esperança.
" escuta irmão esta canção de alegria
o canto alegre de quem espera um novo dia"
E amanhã vai ser um novo dia!
E mesmo que continue o nevoeiro e a chuva caia, o sol continua a existir
e a esperança a animar os corações.
" e os homens voltarão a ser irmãos"...
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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