Corria o ano lectivo de 1970/71 e o Ramalhão era conhecido por todos como um Colégio de meninas. Até o corpo docente era essencialmente feminino...
Nessa altura, a Madre Cecília fazia parte do conselho directivo, com a Ir. Inês e a Ir. Ana Teresa.
Tinha um primo - O Ascenso de Siqueira - que dirigia o coro do Colégio Manuel Bernardes e dava também umas aulas no Ramalhão. Conversaram...E ,ideia para aqui, palavras para ali, tiveram uma sugestão original: apresentar, aqui no nosso Colégio, uma área do Nabucco de Verdi - o coro dos Hebreus - executada pelos alunos dos dois Colégios.
Que grande ideia!...E que novidade!...Tinha um primo - O Ascenso de Siqueira - que dirigia o coro do Colégio Manuel Bernardes e dava também umas aulas no Ramalhão. Conversaram...E ,ideia para aqui, palavras para ali, tiveram uma sugestão original: apresentar, aqui no nosso Colégio, uma área do Nabucco de Verdi - o coro dos Hebreus - executada pelos alunos dos dois Colégios.
A Madre Cecília apresentou o assunto na sala dos professores. A srª D. Bela respirou fundo várias vezes, a Maria Lúcia teve um ataque de gaguês, a "madamezinha" abriu muito os olhos e com o seu sorriso terno e a sua voz meiga exclamou: É uma experiência interessante... Os mais novos ficaram entusiasmados, embora não se atrevessem a manifestar-se perante as " sumidades " da casa.
E os ensaios começaram. O sr. João, o "carpinteiro encartado" cá de casa, preparou tudo e fez um escadório para o palco a fim de que todos os intervenientes pudessem ser vistos da plateia. Mas, tal foi o desassossego, nos primeiros ensaios, que o escadório desconjuntou-se e dois alunos caíram.
Houve esfoladela de pernas, algum alvoroço e gritaria mas nada de mais . E o ensaio continuou.
Entre Ramalhão e Manuel Bernardes, troca de números de telefone, marcações de encontros para depois, descoberta de amigos comuns. Tudo normal entre jovens de 17 anos, estudantes do ensino secundário de Colégios de prestígio.
Não tenho a certeza, mas parece-me que a apresentação foi na noite da festa de S. José. O que eu sei é que foi um sucesso. Faltou-nos a orquestra mas foi lindo na mesma. Os pais e professores enchiam ginásio e galerias e entusiasmados aplaudiram de pé estes aspirantes a cantores de Ópera. Os "artistas",radiantes também, gostariam de repetir noutras ocasiões, mas não houve oportunidade. Nem sei porquê!... Talvez também se tivessem "mudado as vontades..."
Muitas outras marcam as nossas memórias e fazem parte do imaginário de milhares de alunos, que passaram por esta nossa casa.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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