sábado, 5 de outubro de 2013

Compaixão ou economia?

Ouvi ontem na rádio um comentário que me deixou bastante impressionada e inquieta.

Era feito por um teólogo conhecido e versava a liberalização da eutanásia, na Bélgica, em casos de deficiência grave em crianças ou idosos. Em qualquer circunstância, esta liberalização da eutanásia era dirigida a pessoas que não podiam fazer uma opção livre, uma escolha consciente.
E isto é qualquer coisa que põe problemas, que levanta questões,que suscita dúvidas e preocupações.
E, perguntava o comentador, esta lei em nome de quê? Em nome da compaixão, parece... Mas a compaixão é uma manifestação de Amor. Então, será mesmo por amor que se permite matar e matar aqueles que não têm escolha e que são merecedores do nosso carinho e atenção porque são indefesos?
Será amor o tirar a vida mesmo que seja a título de evitar sofrimento ?
Ou será antes em nome de interesses económicos, numa sociedade egoísta, que não está interessada em aumentar gastos com a saúde daqueles que não são produtivos?
Ou será fruto dum mundo sem valores em que se desconhece o significado autêntico da dor, do sofrimento, da vida e da morte, da participação na Paixão de Cristo?
O comentário focava a Bélgica mas eu pergunto-me se em Portugal não haverá também grupos que pensam assim. Se não haverá pais para quem filhos deficientes são um encargo e preocupações acrescidos...
Se não existirão filhos para quem pais, que não se bastam, constituem uma duplicação de despesas e de dificuldades...
É talvez altura de ler o profeta Baruc e atentar no seu incentivo de coragem, para encarar as dores e os problemas que a vida nos apresenta, para ultrapassar contratempos e revezes-
Graças a Deus ainda há muitos pais e muitos filhos para quem a Vida é um dom e que confiam na misericórdia do Pai  e no Seu Amor.
Ainda há muitos cristãos que esperam "o pão nosso de cada dia" e que consideram bem aventurados os que são pobres de bens , quaisquer que eles sejam, mas ricos de dons. Que defendem valores de Verdade e de Bem.
Lutemos por uma visão optimista e mais conforme ao Amor de Deus, que a todos acolhe e a todos recebe no Seu Reino.
                         Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
                      

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