Quando chega Setembro, há sempre a tentação de dizer : acabaram-se as férias. O olhamos o trabalho, a rotina, a mudança de hábitos com alguma monotonia.
Mas, de facto, esta afirmação não reflecte um facto em si mesmo: primeiro, porque as férias nunca acabam e depois, porque quando uns terminam o seu tempo de descanso outros podem estar a começar e outros a meio do seu tempo de lazer.
Mas ,mesmo quando não há tempo para férias, se encararmos qualquer mudança que ocorra como uma variável na vida, já podemos pensar que tivemos férias. Aliás, elas podem também acontecer em trabalho...
Estou a pensar numa viagem que fiz com as alunas. Era trabalho... porque foi preciso assumir a responsabilidade de 30 raparigas, durante uma semana, em Paris. Mas foi tão divertido e tão compensador!... Não foram férias? Para nós foram.
Certamente que a Guigui, a Alice Flor, a Isabel, a Constança e tantas outras do mesmo ano recordam esta ida a França.
Fomos de comboio e passámos a noite em viagem. Em Lisboa,tinham-nos marcado os lugares num hotel de estudantes onde o dono fazia de tudo, desde vigiar as saídas até tomar conta do pagamento dos banhos. Sim que duche só pago com antecedência...
Acompanhou-nos a Semisa, a funcionária do telefone, e com ela, a primeira cena cómica. Claro que também ia a srª D. Lúcia, professora de um grupo delas e a Ir. Inês Mota e Melo que, nessa altura ,trabalhava comigo no Colégio.
Fomos no tempo em que, ao atravessar a fronteira, se tinha que tomar uns comprimidos não sei bem para quê. Todas, com mais ou menos vontade, lá os engolimos. Mas a Semisa, guardou-os debaixo da língua e, assim que passámos a fronteira lá foram eles pela janela. " Era só o que me faltava... tomar essa porcaria que não sei o que é "...
Depois, segunda aventura: as nossas refeições eram numa cantina universitária num bairro do outro extremo da cidade. Logo, metro para lá, metro para cá, duas vezes ao dia, sem falar nas outras deslocações para visitas. Também foi numa visita, ao Museu do Louvre, que apanhei um grande susto. É que,depois de contar e recontar, faltava uma aluna que tinha chegado à porta connosco. E logo a mais sossegada... Nem quis fazer perguntas a mim mesma. Simplesmente confiei. Acho que era suficientemente aventureira e confiante no Pai, para não perder a calma.
E não valia a pena, porque não tinha acontecido nada ! Simplesmente ela entrou por outra porta, por engano . E, sem bilhete, imaginem. Aventuras da Aventura que é um viagem com alunas. E que saudades nos deixam... São surpresas ,das agradáveis, que eu estou a escrever para não lembrar inquietações e preocupações que também fazem parte da vida.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
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