Quando saímos de casa, nem sonhamos com as surpresas que nos esperam nem com o tipo de pessoas que podemos encontrar. Talvez atraídas pelo nosso hábito ou pelas nossas atitudes.
Ontem necessitei de apanhar dois taxis. No 1º, um motorista todo entusiasmado , falador, conhecedor de futebol. Todo o caminho falou de seu clube de eleição e dos aspectos positivos que esperavam ao clube e aos jogadores. Tão entusiasmado estava que quase íamos dando a volta à cidade. E o taxímetro a contar... Era por uma boa causa mas ele no fim fez um desconto dos Kms perdidos
Mas quem realmente me surpreendeu, pela positiva, foi o 2º taxista. Logo que entrei, um acolhimento afável e delicado. E uma pergunta discreta: "Vai para o convento dali da Estrela?" Não, respondi. Vou à Missa.
E aqui começou uma conversa interessante em que ele me declarou que era católico e não escondia isso de ninguém. Realmente eu reparara que ele tinha uma imagem de Nossa Senhora no tablier e um terço pendurado no espelho. "Não é um, são dois"- esclareceu-me." É que levo Nosso Senhor à minha frente , para me guiar e atrás para me proteger".
Achei lindo mas mais encantada fiquei quando ele me contou que um dia levara um Bispo do aeroporto a casa e que, ao tirar-lhe as malas, o Bispo lhe tinha feito uma cruz na testa e lhe dissera " Nosso Senhor estará sempre consigo". E esta palavra o tem acompanhado pela vida fora.
Era um homem simples, não muito novo, mas um homem de fé e de testemunho.
Não lhe disse muitas coisas nem tinha para lhe dizer mas agradeci-lhe o testemunho que me tinha dado e disse que rezaria por ele. E ele... respondeu-me que lhe tinha dado muito prazer fazer esta pequena viagem comigo.
Fui para a Missa, para a minha Basílica, mas levei comigo a lembrança deste Homem e da sua Fé.
Mas porque as surpresas não acabam e o hábito convida a confidências, novas declarações de Fé, hoje. E até um jovem a perguntar-me como fazer para ser Frade.
E como duvidar? E como não ter esperança? E como não ser fiel?
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O:P:
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