É do "conhecimento público", pelo menos do meu, que de todos os ramos da Biologia aquele de que eu mais gosto e mais me entusiasma é a Genética. Pelas questões que põe, pelas dúvidas que levanta, pelas respostas que vai tentando dar...
Mas, perante uma notícia tão sensacional como a que ouvi nestes dias, não podia ficar indiferente. E foi, nem mais nem menos, do que a notícia do aparecimento dum fóssil de Dinossauro carnívoro, quase completamente conservado, nas arribas da praia de Porto Dinheiro, no concelho da Lourinhã.
Quem ficaria encantado, se fosse vivo, era o meu professor de Paleontologia - o Prof. Carlos Teixeira. Esse sim, tinha uma autêntica paixão por tudo o que fosse fóssil, os testemunhos dum passado mais ou menos longínquo da vida na Terra.
Mas este fóssil de Dinossauro é tanto mais extraordinário quanto é um animal cuja a idade remonta ao Jurássico superior, de há mais ou menos 150 milhões de anos, e os fósseis nesta região são habitualmente já do Cretácico. Do Jurássico só, até agora, vestígios e pouco mais.
Ora este fóssil, dum animal de mais ou menos metro e meio, apresenta-se muito bem conservado e isto põe questões às quais os cientistas estão a tentar responder, com estudos minuciosos no terreno e em laboratório. É que, para termos estes fósseis, foi necessário que os animais tivessem tido, nestas regiões, boas condições para nela viverem e morrerem. Depois, tiveram que ser ràpidamente cobertos com areias ou arenitos poderem fossilizar sem se deteriorarem, ao abrigo do ar.
E agora, teve que haver um trabalho cuidado de escavações paleontológicas para pôr a descoberto os estratos em que o fóssil estava "encaixado".
Ora tudo isto tem que ser motivo de estudo e análise cuidadosa para depois se chegar a conclusões que permitam saber mais àcerca da história da Terra e da Vida.
Quantas vezes as "pedras" com que tropeçamos no caminho não são pedaços dessa história e da nossa história pessoal?!...
A ciência ajuda o conhecimento e a Fé a compreensão.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
Sem comentários:
Enviar um comentário