Quando esbarramos com questões relacionadas com conhecimento, mesmo sem querer somos levados a recordar o tempo de estudante, a nossa vida de faculdade, os momentos bons e menos bons que por lá passámos. As alegrias e as contrariedades.
E eu, mesmo sem querer, lembro as salas velhinhas da mais velhinha Faculdade de Ciências, na R. da Escola Politécnica. Sim, que eu fui aluna em tempos anteriores ao fogo, quando no último andar havia um museu que possuía espécie únicas; quando as aulas de Química eram dadas no anfiteatro do rez-do-chão; quando o Jardim Botânico era o grande campo de observação para as práticas de Botânica;quando a subida para as aulas de Anatomia era feita em corrida acelerada...
E recordo o Prof. Tavares, pontualíssimo, que do início ao fim do tempo da aula falava e apresentava slides, sem interrupção. O pior, eram as orais de Sistemática, obrigatórias, e em que só passava quem tivesse identificado, correctamente, as três folhas com plantas secas que nos eram apresentadas. Quantas horas passadas no Laboratório a reter formas e memorizar nomes!...
E o professor de Física, que sempre se atrapalhava nas demonstrações e puxava dos apontamentos que tinha na algibeira, à voz dum aluno atrevido :"Olha para a cábula!..."?

E a Mineralogia, com exame escrito, prático e oral? Era um terror...
Foram tempos difíceis, em que só os melhores chegavam ao fim nos quatro anos. Mas, os que se interessavam, iam às aulas, arranjavam os apontamentos, passavam horas na biblioteca e estudavam, eram recompensados.
Como agora!... E como sempre!...
E havia tempo para outras coisas: para a JUCF, para a Conferência de S. Vicente de Paula, para as tertúlias na Associação, para as conversas sem fim, no "General", a pastelaria defronte da faculdade...
Ir. Maria Teresa de Carvalho,O.P.
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