Provoca sempre uma grande tensão emocional ouvir a Leitura da Paixão, qualquer que seja o Evangelista que é utilizado paraessa leitura. Mas, a de S. Lucas, que se lê no Domingo de Ramos, é por demais pormenorizada e rica de dados históricos. Nela estão sintetizados todos os acontecimentos da Semana Santa.
Começa com a escolha do local para a preparação da Páscoa. Não é um local qualquer ou previamente combinada. É aquele onde forem levados pelo Homem que lhes há-de aparecer transportando uma bilha de água.
Lá, a Última Ceia, a instituição da Eucaristia e a passagem do testemunho aos Apóstolos: Fazei isto em memória de Mim!... Mas, ao mesmo tempo, ali se anuncia a traição de Judas e a negação de Pedro. É o início do drama... que se continua no Monte das Oliveiras com a agonia de Jesus, lutando entre a Sua vontade e a vontade do Pai que O enviou.
E a seguir, a prisão, o julgamento no tribunal judaico, que não tem poder para condenar à morte. E por isso, Jesus é levado a Pilatos que, ao sabê-lo galileu, o envia a Herodes. E, ironia! por causa disso os dois se tornaram amigos.
E o Evangelho continua a contar-nos, passo por passo, as injúrias, as afrontas, as torturas a que Jesus é submetido.
E depois, a caminhada até ao calvário, a crucificação, o diálogo com os dois ladrões, a promessa do paraíso para o " bom ladrão"e, finalmente, a morte e a deposição no sepulcro por José de Arimateia.
Não há espaço nem para respirar, depois de reviver todos estes episódios que parecem ter dado vida à pessoa de Jesus que nós quisemos acompanhar.
Não se pode ficar indiferente depois de se ter lido este texto dos Evangelhos. Façamos dele vida.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
Sem comentários:
Enviar um comentário