terça-feira, 3 de junho de 2014

Encontro com o crucifixo

Li ontem, acidentalmente,uma entrevista antiga ( 2002 ) de um religioso dominicano ao programa Ecclesiae, publicada depois no jornal Correio da Manhã. Nessa entrevista o religioso diz que a sua vocação surgiu, talvez inexplicavelmente, ao olhar um crucifixo e pensar que estava ali um Homem que tinha morrido em defesa duma série de ideais que era preciso pôr em prática. E simultaneamente se interrogou: porque tinha ele que estar sòzinho? Então, deixou tudo e foi fazer-se religioso.
Na nossa capela temos um crucifixo no altar-mor, um crucifixo grande que eu sempre apresento e descrevo  àqueles que nos visitam. Mas, em boa verdade, nunca me tinha chamado verdadeiramente a atenção. Só hoje, ao entrar na capela, me senti atraída por ele.
Influência da entrevista? Talvez... ou do tempo em que estamos a viver:
. Uma paixão e morte ignominiosa, depois da entrada triunfal em Jerusalem;
.  uma ressurreição que levanta dúvidas e traz certezas;
. a subida de Jesus ao céu , afastando-se dos Apóstolos mas não os deixando órfãos;
.  a promessa do Espírito Santo que chega e muda os corações...
E depois, na nossa capela, logo abaixo da cruz temos o sacrário, a presença real e contínua de Jesus Cristo.
Duas realidades que se entrecruzam e se completam.
O facto é que aquela cruz me impressionou hoje, de modo particular, pelo que representa de sofrimento, de humilhação mas também de dádiva, de entrega a todos e cada um de nós.
E voltei a lembrar-me da frase do Padre Dominicano: " E por que tem Ele que estar sòzinho a pôr em prática a Sua mensagem de amor e testemunho?
Será que não há lugar para nós nessa missão? Mas Jesus conta connosco para a continuar!...
Chama-nos da Sua cruz, ofereceu-nos a Sua mãe para nossa mãe, prometeu e enviou o Espírito Santo que recebemos no Baptismo. Podemos ficar indiferentes?
                     Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

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