E eu sentei-me a pensar nos inúmeros propósitos e intenções feitos, cada ano, no começo do Advento. E a recordar também quantos desses programas foram adiados por razões que considerei absolutamente irrecusáveis.
Todos nós, ao começar um novo ciclo de vida estabelecemos metas, fazemos projectos, definimos objectivos. E sentimos e dizemos a nós mesmos que isso é indispensável, necessário, fundamental, tem que se cumprir. E somos sinceros, verdadeiros...
Depois, o trabalho, o "imediato", os outros, vão-nos fazendo ir adiando o que considerávamos inadiável. E, dia após dia, ficam esquecidos, empurrados para o dia do Nunca, esses nossos "inadiáveis projectos" e necessidades.
Isto, aconteceu-me a mim!... E a vós, não acontece?
Mas o mais engraçado ou o mais incompreensível é que, se se nos deparar um imprevisto, uma catástrofe, algo inesperado, aquilo que era suficientemente importante para nos fazer adiar os nossos planos sine die, deixou de o ser e passou para secundário. Então, deixamos trabalho, interesses, os outros, tudo.
É a caridade, a preocupação pelos outros, a disponibilidade. Certamente! E Deus, de certeza fica contente com esta nossa abertura de coração mas... fica à espera.
E lembra-nos que todos somos mais ou menos como o homem do Evangelho a quem Jesus chamou. Ele queria segui-Lo mas considerou que primeiro tinha que ir enterrar o pai.
E que lhe disse Jesus? " Deixa que os mortos enterrem os seus mortos. Tu, segue-me!"
E nós, nunca ouvimos isto?
Saibamos estabelecer prioridades ao fazer os nossos planos de Advento, contando já com os imprevistos. Depois, tentemos cumpri-los., sabendo que, em breve, Jesus virá e aguarda pela nossa oferta.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.
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