terça-feira, 26 de novembro de 2013

Chamados e escolhidos

"Muitos são os chamados e poucos os escolhidos"
Podíamos ter a veleidade de pensar que Deus fazia uma escolha entre aqueles que chamava ; que nem a todos achava dignos do Seu Reino!
Um pouco como aquele homem que apareceu na ceia e foi mandado embora... Mas esse... não tinha a "veste nupcial", não tinha tido a preocupação nem o cuidado de se preparar para a festa. Que os outros, todos os outros, foram chamados das ruas, das estradas, dos campos... sem nada de especial, sem distintivo, ou categoria. Simplesmente estavam preparados para o chamamento.
"Muitos são os chamados..." Na realidade todos, porque todos somos chamados à santidade; todos temos um caminho a percorrer, uma tarefa a realizar, uma Vida a viver.
A todos, como ao jovem rico, Deus faz o seu apelo e a todos Deus indica o caminho. Primeiro, o comum, o de todos os homens, o da Verdade, da Lealdade, da coerência: " Cumpre os Mandamentos " Depois, mostra um outro aspecto, o percurso a realizar por aqueles que O querem seguir mais de perto :"Vai e vende tudo o que tens..."
Agora, é a altura da opção em que poucos ficam, em que poucos aceitam e, por isso, poucos são escolhidos. Não é Deus que os elimina; são eles que O abandonam...
Daqui, a crise do sacerdócio, das vocações religiosas. Não é fácil ir "vender tudo", mesmo que seja apenas deixar o que se tem, o que se faz, o que agrada. Deixar tudo e oferecer o tudo em troca do dom de Deus. 
Não é fácil dizer Sim, entregando-se plenamente à vontade do Pai, acolhendo o chamamento que nos é feito, largando tudo e indo. Do mesmo modo que não é fácil ser perfeito na família, no trabalho, no meio em que se vive.
Não é fácil! mas é possível  e dá uma alegria que tem recompensa.
Deus continua a chamar: " Muitos (todos) são os chamados".
Ninguém é forçado, a ninguém Deus obriga mas a todos Deus convida e de todos espera acolhimento e correspondência.
Deus não impõem mas Deus não nos salva sem a nossa colaboração. É bom que tenhamos isto presente e não pensemos que fazemos parte dum grupo que não foi escolhido.
E se fomos, podemos hesitar?
                                  Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.

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