Na 4ª feira a Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena - a nossa - fez 145 anos.
Começou, podemos dizê-lo com a chegada das duas Irmãs que tinham ido fazer o seu Noviciado para a Irlanda.
Aqui no Ramalhão o dia não passou despercebido: Houve uma exposição de livros e outros materiais produzidos ao longo dos tempos, montou-se um placard com fotos das nossas casas e das nossas obras, espalhadas pelo mundo, e vestiram-se alunas de religiosas. Tudo para marcar uma data que não pode ser esquecida, por nós Dominicanas e por aqueles que nos estimam.
A Congregação foi um sonho de Teresa de Saldanha mas mais do que um sonho foi um apelo do Pai e uma resposta de Teresa às necessidades que Ele lhe mostrou no campo da educação das jovens, do apoio aos desprotegidos, da difusão da palavra de Deus.
Foi um Sim gratuito mas com "custos" : Inquietações, dúvidas, Imaginação, persistência, sofrimento.
Teresa, jovem de Fé e segura do que queria e persistente na resposta ao apelo que lhe tinha sido feito gostaria de se dedicar ao serviço de Deus numa Congregação Portuguesa, em Portugal e para os portugueses. Mas viu as suas intenções frustradas por um pai intransigente e por uma situação política adversa que expulsava de Portugal as Congregações religiosas.
Mas Teresa não desistiu. Sem desobedecer ao pai e com persistência, contornando as dificuldades, contactou a Irlanda e mandou para Drogda as duas primeiras pretendentes, para fazerem o seu Noviciado.
Ela... ficou, presente nas obras sociais a que sempre se dedicara,dirigindo à distância a sua Congregação e esperando, pacientemente, o momento de se integrar nela.
Conheceu os dramas da República, foi expulsa da sua própria casa, mas não desanimou. Aquilo que parecia o fim da sua Obra foi afinal o meio de a expandir para o Brasil, os Estados Unidos, a Bélgica, etc..
Foi a dispersão, que fez com que hoje a Congregação esteja espalhada pelo mundo.
E a Madre Teresa, a Fundadora, certamente sofreu, viu até mudados os seus sonhos de uma Congregação Portuguesa para Portugal mas, para ela, a vontade de Deus estava acima de tudo e em tudo ela via a mão de Deus.
Foi a Fé, a confiança, a persistência, a dedicação que fez de Teresa de Saldanha a pessoa que admiramos e esperamos, um dia, ver nos altares.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.