Outro dia bateu-me à porta uma aluna antiga. Não voltara ao Colégio há 40 anos mas tinha sentido um desejo imenso de rever espaços, relembrar situações, recordar cheiros característicos.
E bateu à porta!
Quis ver tudo: o dormitório onde estivera, a sala onde tinha tido aulas, o recreio dos seus primeiros anos, a floresta onde tomava as refeições, a varanda, donde se avista o mar e grande parte da quinta e onde se escondiam para desespero da Irmã que ia deitar.
Tanto tempo, tantas recordações, tantas saudades!...
Depois, foi o reviver...
Os passeios na quinta, aquela ida a Lisboa de comboio, aquelas festas em que participou, as visitas ao guarda-roupa onde se iam alugar os fatos para as representações, as viagens, cada ano repetidas, e tantas outras coisas que foram vindo à memória.
Também o dia-a-dia doColégio: o pão das 11h, a sobremesa de pães de leite com marmelada, as argolinhas e os suspiros, o estudo da noite com o seu chá e pão com manteiga...
Lembrou também as reprimendas e os castigos mas vendo-os agora como uma ajuda ao crescimento e à sua formação.
E afirmou: " O que sou, devo-o ao Colégio. E, muitas vezes, quando estou a chamar a atenção aos meus filhos, recordo esta ou aquela Irmã que me dizia exatamente a mesma coisa na idade deles"
São estas visitas que nos dão a certeza de que vale a pena lutar pela formação dos jovens e sua preparação futura.
Há sempre muito quem recorde, sobretudo quando se juntam duas ou três "antigas" cada uma com as suas experiências.
Falam do que foram e do que são: das alegrias e tristezas, mas sobretudo das alegrias porque "tristezas não pagam dívidas" e já se esvaíram no evoluir dos tempos.
Ir. Teresa de Carvalho Ribeiro, o.p.
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