"Partir é morrer um pouco..."
Estou a pensar naqueles jovens que deixam a sua casa, a sua terra, os seus amigos para irem estudar longe. É um objectivo que os move,e o desejo de vencer talvez apague um pouco as saudades, a lembrança do que deixaram, a incerteza do que os espera.
Mas há sempre ajustamentos a fazer, adaptações que se impõem, costumes que são diferentes, amigos que é preciso conquistar, hábitos que se têm que adquirir...
Mas penso ainda mais naqueles pais de família que deixam os seus, para tentar a sorte noutro país , noutro ambiente, noutro meio.
E penso naqueles homens e mulheres a quem a sorte não bafejou e têm que ir procurar longe o que a sua terra lhes negou.
Partem com esperança... alguns com Fé.
Mas levam com eles a saudade e deixam nas suas casas um pouco de si mesmos.
A cada passo há a lembrança do que deixaram e, mesmo quando tudo corre bem, não é sem alegria que voltam e abraçam os que cá ficaram e admiram, com olhos novos, tudo o que deixaram.
Calculo que os Apóstolos também "morreram um pouco" quando Jesus os deixou.
Não foram eles que partiram mas deixou-os Aquele em quem tinham posto a sua confiança.
Ficaram a olhar para o céu com a esperança sem esperança de ver voltar Jesus.
E regressaram às suas terras um pouco aturdidos, desiludidos mesmo, interrogando-se sobre o que tinha acontecido. Tinham confiado, tinham seguido o Mestre , muito tempo sem compreender, mas certos do que Ele lhes prometera.
E agora?... "Morreram um pouco!"
Mas a alegria, a felicidade, a Fé ,voltou. Chegou, quando o Espirito Santo os inundou e lhes restitui a certeza de que não estavam sós.
É esta certeza que nos falta muitas vezes. A saudade, a tristeza da separação, as dúvidas quanto ao futuro, tudo isso seria superado se confiássemos plenamente que Deus não nos pede nada para além das nossas possibilidades e que Ele está sempre presente com a Sua Graça e a Sua força.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,o.p.
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