Outro dia entrevistei uma jovem candidata a aluna do Colégio. Candidata não é bem o termo porque quem queria que ela fosse candidata era a família, pareceu-me...
Mas não é por isso que esta entrevista me marcou, mas sim pela maneira como decorreu.
Habitualmente não tenho problemas com jovens candidatos, mesmo com aqueles que se mostram desde logo desafiantes, prontos a marcar as suas posições.E também não com aqueles que querem agradar , mostrando aquilo que não são e manifestando o que não pensam.
Mas com esta jovem não foi nada assim: nem desconfiada, nem arrogante ou desafiadora, nem demasiado confiante nem influenciadora. Não! Apenas me pareceu perdida.
Nem uma palavra, as lágrimas correndo silenciosamente pelas face que ela escondia atrás das mãos.
Nem uma resposta às minhas questões. Apenas uma frase de desespero: Não quero ficar fechada!...
E porque razão uma quase criança, uma adolescente (12 anos) se mostra assim frágil, deprimida, ausente?
Na altura não me debrucei sobre o assunto mas passados estes dias , aquela jovem voltou-me ao pensamento.
Será mesmo assim ou serão causas externas que a puseram naquele estado? Dificuldades de vida, falta de assistência familiar, ausência de Fé?...
Recordei-me naquela idade... Cheia de alegria, de confiança, de certezas. Lembrei as minhas amigas, a transbordarem de felicidade.
O que torna diferentes crianças e jovens da mesma idade?Traumatismo de infância? Alterações genéticas?Situações familiares? Diferenças de educação?...Não sei! Acho que tudo e nada. Mas o que tenho a certeza é que Deus nos quer felizes e que todo o educador tem a missão de mostrar aos jovens o caminho da Felicidade.
E a Felicidade é uma conquista mas também resulta de uma outra causa que é um dom : a Fé.
A Fé é um dom que Deus oferece a todos. Basta agarrá-lo e desenvolvê-lo.
Gostaria de abanar aquela jovem e milhares de outras como ela e gritar-lhes que não estão sós, que não estão perdidas, que há um caminho para percorrer e um sol para as iluminar. Que a adolescência é um período difícil, entre a inconstância da infância e o desejo de liberdade da Juventude.Mas que é a altura de crescer, de abandonar umas coisas e agarrar outras, de adquirir valores, de formar a Vontade. Crescer é importante e imprescindível.Queria poder ainda dizer-lhes que devem acreditar que Deus lhes sorri e o Seu Filho está ali, ao seu lado, para as acolher.
Ir. Teresa de Carvalho Ribeiro.o.p.
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